Fantasmas da Madrugada

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      Pedro acordou repentinamente no meio da madrugada, sedento. A chuva lá fora ainda caía suavemente, criando uma atmosfera serena e sombria. Ele se levantou com cuidado para não acordar Jão, caminhando silenciosamente até a cozinha em busca de um copo d'água para acalmar a sede.

      Quando Pedro voltou ao quarto, encontrou Jão acordado, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. A visão de Jão assim o fez sentir ainda mais culpado. Jão, por sua vez, havia passado a noite em um turbilhão de emoções. A culpa pelo que havia acontecido com Leo o consumia, e a dor da perda de seu pai ainda era muito forte.

      Pedro se aproximou de Jão, sentando-se ao lado dele na cama. O silêncio entre eles era pesado, carregado de coisas não ditas e emoções não resolvidas. Pedro queria dizer algo, qualquer coisa que pudesse aliviar a dor de Jão, mas as palavras falhavam.

      — Jão, eu... — Pedro começou, mas foi interrompido pelo olhar triste de Jão.

      — Pedro, eu só... não consigo tirar isso da cabeça. — Jão sussurrou, seus olhos marejados.

     Pedro sentiu um aperto no coração. Ele queria consolar Jão, mas também sabia que ele mesmo carregava um fardo de culpa.

     — Jão, estou aqui com você. — Pedro disse, sua voz baixa e carregada de emoção.

     Sem mais palavras, Jão se aproximou de Pedro e, impulsivamente, o beijou. Foi um beijo cheio de desespero e necessidade, um momento em que ambos buscaram conforto um no outro. Pedro retribuiu o beijo, deixando-se levar pela intensidade do momento.

     Os lábios de Jão eram macios e urgentes contra os de Pedro. O beijo se intensificou rapidamente, suas mãos explorando os corpos um do outro. Pedro sentiu o corpo de Jão tremendo, e isso só aumentou sua necessidade de confortá-lo.

      — Pedro... — Jão sussurrou entre os beijos, sua voz carregada de desejo e necessidade.

     Pedro respondeu com um gemido baixo, suas mãos deslizando pelas costas de Jão, puxando-o para mais perto. Eles se abraçaram, os toques se tornando cada vez mais urgentes e necessitados.

     — Eu preciso de você, Jão. — Pedro murmurou, sua voz rouca de desejo.

     Jão respondeu com um beijo ainda mais apaixonado, suas mãos explorando o corpo de Pedro. Eles se deitaram juntos, seus corpos se movendo em uníssono, buscando alívio na intimidade.

     A cada toque, a cada beijo, a culpa e a dor pareciam se dissipar momentaneamente. Eles se entregaram um ao outro completamente, buscando no contato íntimo uma maneira de esquecer, ainda que momentaneamente, tudo o que estavam enfrentando.

     — Pedro... isso é tão... — Jão sussurrou, ofegante, enquanto seus corpos se moviam juntos.

     — Eu sei, Jão. Eu sei. — Pedro respondeu, sentindo a conexão profunda entre eles.

     Quando finalmente se deitaram juntos, ofegantes e abraçados, a culpa e a dor ainda estavam lá, mas havia também uma nova camada de compreensão e apoio mútuo. Eles sabiam que o caminho à frente seria difícil, mas pelo menos não estariam sozinhos.

      Naquela noite, Pedro e Jão encontraram uma forma de se reconectar, de encontrar força um no outro para enfrentar os desafios que viriam. Eles não precisaram falar sobre o que havia acontecido; o silêncio e a proximidade física falaram por si.

NÃO ERA AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora