Enquanto Pedro e Jão enfrentavam suas próprias batalhas emocionais em Barcelona, no Brasil, Mariana e Augusto estavam ocupados com um plano sinistro. Determinados a manter João Pedro para si, os pais de Pedro estavam finalizando as malas para fugir para Portugal. A casa estava quase vazia, com apenas algumas caixas restantes para serem levadas.
Mariana estava empacotando alguns documentos importantes quando Augusto entrou na sala com um ar de urgência.
— Precisamos nos apressar. O voo sai em poucas horas — disse ele, verificando o relógio.
Mariana assentiu, colocando os documentos em uma mala de mão. De repente, a campainha tocou, fazendo os dois pararem abruptamente.
— Quem poderia ser a essa hora? — Mariana perguntou, trocando um olhar preocupado com Augusto.
— Fique calma. Eu vou atender — disse Augusto, caminhando até a porta.
Ao abrir, ele se deparou com Dona Clara, a mãe de Jão, com um sorriso amigável no rosto.
— Boa noite, Mariana. Boa noite, Augusto. Passei aqui para ver como João Pedro está. Posso entrar? — Clara perguntou educadamente.
Mariana e Augusto trocaram olhares, mas abriram a porta.
— Claro, Dona Clara. Entre — disse Mariana, tentando esconder a tensão na voz.
Clara entrou na casa e imediatamente notou a falta de móveis e a sensação de abandono que o lugar emanava. Enquanto caminhava pela sala, seus olhos caíram sobre as passagens aéreas para Portugal deixadas descuidadamente em cima da mesa.
— Nossa, parece que vocês estão de mudança — comentou Clara casualmente, enquanto pegava o celular do bolso e, disfarçadamente, enviava uma mensagem de texto para Iza.
Mariana sorriu sem graça.
— Sim, decidimos fazer uma viagem de última hora. Só queremos dar uma escapada rápida — disse ela, tentando manter a calma.
Clara continuou conversando, mas internamente estava preocupada. A resposta de Iza chegou rapidamente e ela leu a mensagem sem levantar suspeitas.
"Chamando a polícia agora. Não saia daí. Iza."
Clara manteve a conversa, tentando ganhar tempo até a chegada da polícia. Ela fez perguntas sobre João Pedro, fingindo interesse enquanto calculava mentalmente o tempo que levaria para a polícia chegar.
— Então, onde está João Pedro? Gostaria de dar uma olhada nele antes de ir — disse Clara, olhando em volta.
Mariana hesitou, mas antes que pudesse responder, sirenes começaram a ecoar ao longe. Augusto olhou para a janela, pálido.
— O que está acontecendo? — ele murmurou, olhando para Mariana.
Antes que pudessem reagir, a porta foi aberta abruptamente e policiais entraram na casa.
— Mariana e Augusto, vocês estão sendo presos por tentativa de sequestro de menor — anunciou um dos policiais, enquanto outros seguravam os dois.
— O que? Isso é um mal-entendido! — protestou Mariana, enquanto Augusto tentava argumentar.
Clara observou a cena com um misto de alívio e tristeza. Ela sabia que isso era necessário para proteger João Pedro, mas a situação era dolorosa para todos os envolvidos.
— Agradecemos pela sua ajuda, Dona Clara — disse um dos policiais, enquanto Mariana e Augusto eram levados para fora.
Clara assentiu, seus olhos cheios de preocupação pelo neto.
— Fiz o que precisava ser feito. Espero que Jão e Pedro entendam — respondeu ela, antes de seguir os policiais para garantir que João Pedro fosse levado em segurança.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NÃO ERA AMOR
Fiksi PenggemarJão, um jovem criado no interior rodeado por sua família e seus amigos, se muda para a capital em busca de uma vida melhor e acaba conhecendo Pedro, juntos eles vão viver muita coisa, porém será que é amor?