Alguns dias após a recuperação de Pedro, a vida começava a voltar ao normal no apartamento de Jão e Pedro. A tensão e o medo haviam diminuído, mas as cicatrizes emocionais ainda estavam presentes. Para aliviar o estresse, eles decidiram organizar uma noite de cinema com seus amigos Lucas e Malu.
A sala de estar estava acolhedora, com almofadas espalhadas pelo chão, pipoca estourando na cozinha e um aroma delicioso de nachos com queijo derretido. Lucas e Malu chegaram cedo, trazendo bebidas e muita animação.
— Acho que é uma boa ideia assistirmos um clássico hoje, que tal? — sugeriu Malu, mexendo nos DVDs na estante.
— Perfeito! — respondeu Pedro, sorrindo enquanto se ajeitava no sofá com Jão ao seu lado. — Vamos assistir "Forrest Gump". Sempre quis ver esse filme de novo.
— Ótima escolha! — disse Lucas, pegando a pipoca e se sentando ao lado de Malu.
Com o filme começando, todos estavam imersos na história de Forrest Gump. Risadas e comentários sobre as cenas enchiam a sala, criando um ambiente descontraído e feliz. No entanto, a atmosfera foi interrompida por um toque inesperado da campainha.
— Quem será a essa hora? — perguntou Jão, levantando-se para atender a porta.
Ele abriu a porta e ficou surpreso ao ver os pais de Pedro, senhor Augusto e dona Mariana, parados ali. O clima mudou instantaneamente. O rosto de Pedro ficou pálido ao reconhecer os pais.
— O que vocês estão fazendo aqui? — perguntou Pedro, com a voz vacilante.
Senhor Augusto deu um passo à frente, segurando a mão de sua esposa. O semblante dele era sério, mas havia um toque de arrependimento em seus olhos.
— Pedro, nós precisamos conversar — começou senhor Augusto, tentando manter a voz firme. — Estamos aqui para nos desculpar.
Jão, percebendo a gravidade da situação, deu espaço para que eles entrassem. Lucas e Malu olharam para Pedro e Jão, preocupados, mas entenderam que esse era um momento importante e se retiraram discretamente para a cozinha.
Pedro permaneceu sentado no sofá, enquanto seus pais entravam na sala. O silêncio era palpável, e Jão se sentou ao lado de Pedro, segurando sua mão em um gesto de apoio.
— Eu sei que errei, Pedro — disse senhor Augusto, com a voz embargada. — Minha reação foi inaceitável. Eu... eu estava com raiva e não pensei direito. Mas não quero perder você. Você é importante para nós.
Dona Mariana assentiu, lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Pedro, Jão, nós sentimos muito pelo que aconteceu. Queremos que saibam que estamos tentando mudar. Queremos apoiar vocês e estar presentes na vida do nosso neto.
Pedro olhou para Jão, que acenou levemente, encorajando-o a falar.
— Eu... Eu não sei o que dizer — começou Pedro, com a voz baixa. — O que aconteceu foi horrível e deixou marcas em todos nós. Mas, se vocês estão dispostos a mudar e a nos aceitar como somos, acho que podemos tentar reconstruir nossa relação.
Senhor Augusto assentiu, enxugando os olhos.
— Queremos mesmo, Pedro. Queremos começar de novo, sem preconceitos, sem raiva. Só amor e aceitação.
Jão, sentindo a sinceridade nas palavras de senhor Augusto, decidiu intervir.
— Estamos dispostos a dar uma chance, mas vocês precisam entender que será um processo. Pedro e eu vamos nos casar e criar nosso filho juntos. Se vocês querem fazer parte disso, precisam nos aceitar completamente.
Dona Mariana sorriu, enxugando as lágrimas.
— Queremos ser parte disso. Vamos apoiar vocês em tudo.
Com um suspiro de alívio, Pedro se levantou e abraçou os pais. Jão os observava, sentindo que um novo capítulo estava começando, um onde o amor e a aceitação prevaleceriam.
Lucas e Malu retornaram à sala, trazendo mais pipoca e bebidas, prontos para continuar a noite de cinema com os pais de Pedro agora presentes. O clima leve e descontraído voltou aos poucos, e eles se sentaram juntos para terminar de assistir ao filme, compartilhando risadas e histórias, fortalecendo ainda mais os laços que os uniam como uma grande família.
— E então, o que vocês estão achando da ideia de serem avós? — perguntou Jão, tentando quebrar o gelo com um sorriso.
— Acho que estamos prontos para isso — respondeu senhor Augusto, olhando carinhosamente para Pedro. — Nunca pensei que diria isso, mas estou animado para essa nova fase.
Dona Mariana concordou, segurando a mão de seu marido.
— E nós queremos estar ao lado de vocês em cada passo. Vocês sempre serão nossos filhos, e agora essa criança também será parte da nossa família.
A noite continuou com um clima de reconciliação e renovação. Lucas e Malu, que haviam se mantido em segundo plano, agora participavam das conversas, fazendo piadas e lembrando histórias antigas. Aos poucos, o peso das tensões passadas foi se dissipando, dando lugar a um sentimento de esperança e unidade.
Depois que o filme terminou, todos se sentaram ao redor da mesa de jantar, agora cheia de pratos e sobremesas trazidos pelos pais de Pedro. As conversas fluíam naturalmente, e as risadas ecoavam pela sala, criando um ambiente de celebração.
— Pedro, Jão, queremos que saibam que estamos aqui para o que precisarem — disse Dona Mariana. — Vamos superar isso juntos, como uma família.
— E, se precisarem de qualquer ajuda com a chegada do bebê, estaremos prontos — acrescentou senhor Augusto.
Pedro e Jão se entreolharam, sentindo um alívio enorme. A aceitação e o apoio dos pais de Pedro eram mais do que eles poderiam ter esperado. E, enquanto todos brindavam à nova fase que se iniciava, eles sabiam que, independentemente dos desafios futuros, estariam cercados pelo amor e pelo apoio de sua família e amigos.
Quando a noite finalmente chegou ao fim e todos se preparavam para ir embora, senhor Augusto e dona Mariana fizeram questão de reforçar suas promessas de apoio e amor incondicional. Pedro e Jão, sentindo uma mistura de emoções, sabiam que a jornada à frente ainda seria desafiadora, mas estavam prontos para enfrentá-la juntos, com o apoio daqueles que mais amavam.
Lucas e Malu se despediram com abraços calorosos, prometendo se encontrar novamente em breve. Jão e Pedro, agora sozinhos no apartamento, sentiram a paz que há muito tempo não experimentavam.
— Eu não poderia ter imaginado uma noite melhor — disse Pedro, puxando Jão para um abraço apertado.
— Nem eu — respondeu Jão, beijando suavemente a testa de Pedro. — Estamos prontos para qualquer coisa agora. E, com a nossa família e amigos ao nosso lado, nada pode nos parar.
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NÃO ERA AMOR
FanfictionJão, um jovem criado no interior rodeado por sua família e seus amigos, se muda para a capital em busca de uma vida melhor e acaba conhecendo Pedro, juntos eles vão viver muita coisa, porém será que é amor?