04

640 65 3
                                    

Uma semana havia se passado desde o casamento, e nesse exato momento Harry se encontrava no escritório de Tom, lendo um livro. O garoto vestia uma simples saia de linho marrom e uma blusa branca.

— Harry? — chamou Tom.

— Ah, sim, desculpe, o que foi? — perguntou Harry, assustado.

— Bem, eu vim te chamar para passear pelo jardim e tomar um chá — disse Tom, rindo levemente.

— Oh, vamos! — Harry marcou a página que estava lendo e fechou o livro.

Hadrian pulou da poltrona e seguiu Riddle. Ao chegar ao local, Harry se soltou do braço de Tom e correu entre as belas flores. O casal agora estava sentado olhando o pôr do sol, e Harry deitou sua cabeça no ombro de seu marido.

— Credo, que clichê! — uma voz feminina soou pelo campo florido.

— Quem é você? — perguntou Tom, passando os braços em volta de Harry.

— Ah, dispenso apresentações, me chame de Karina! — disse a bela mulher.

— O que você quer? — perguntou Harry.

— Ah, sim, bem, eu sou a elfa casamenteira! E vim selar o contrato de vocês. — a mulher ruiva sorriu.

— Ok, como fazemos isso? — perguntou Tom, confuso.

— Bom, eu vou fazer umas perguntas para vocês e, depois, uma surpresa! — a mulher sorriu infantilmente.

— Certo, pode começar! — disse Tom, apertando Harry em seus braços.

— Harry, você aceita sua criatura interior e sua posição sobre ela?

— Aceito.

— Tom, você aceita a criatura que seu companheiro é e a posição dele sobre ela?

— Aceito.

— Harry, você aceita concluir este vínculo com amor e fidelidade?

— Aceito.

— Tom, você aceita concluir este vínculo com amor e fidelidade?

— Aceito.

— Harry, você aceita se ligar a Tom, tanto em alma quanto em corpo?

— Aceito.

— O mesmo para você, Tom?

— Sim.

— Ótimo — disse a mulher, sorrindo, enquanto uma luz atingia o casal, selando o contrato deles. — Agora, se comam!

Hadrian olhou mortificado para a mulher, que gargalhava. Tom engasgou com a sugestão da elfa e tentou olhar para qualquer coisa que não fosse Hadrian ou Karina. Os olhos do alfa viajaram até suas mãos, onde ele percebeu algo diferente: um pequeno lobo branco desenhado em sua pele. Confuso, ele olhou para o braço de Hadrian e encontrou um pequeno lobo negro. Seu lobo interior uivou satisfeito ao ver seu companheiro marcado, mas uma leve insatisfação se fez presente — ainda faltavam as marcas de seus dentes no pescoço imaculado daquele pequeno elfo.

— Bem, Haz, foi um prazer conhecer vocês. Antes de ir, recomendo que leiam esses livros; eles podem explicar melhor sobre nossa espécie — sorriu gentilmente. — Senhor Riddle, foi um prazer.

Com um aceno, Karina sumiu, deixando o casal sozinho novamente.

— Você também recebeu uma marca — Tom disse, olhando para o pulso do garoto.

— Oh? — Hadrian olhou para seu braço. — A sua também é assim? — fitou o outro, curioso.

— Não, é branca! — respondeu Tom, estendendo seu braço para o ômega.

— Isso é um Yin Yang de lobos? — questionou o ômega.

— Acho que sim — suspirou, confuso. O alfa então se levantou e ofereceu sua mão ao ômega. — Vamos entrar. Você acabou de ganhar novos livros e eu, novas pesquisas.

Hadrian correu para o escritório do alfa, onde se acomodou na poltrona fofinha e começou a ler.

“Capítulo VII: Dos Elfos Ômegas e Suas Ancestrais Virtudes

Narra-se, nos antigos tomos de magia, que os elfos, criaturas sublimes e etéreas, habitavam Alfeheim, a gloriosa terra sob o domínio do deus Freyr. Tais seres, símbolos inefáveis de prosperidade e feitiçaria, iluminam-se de uma beleza resplandecente; como se a própria essência do astro-rei esculpisse suas feições angelicais. Suas peles, de uma transparência sobrenatural, refletem nuances de luzes mágicas, ao passo que seus olhos brilham com a magnificência das auroras boreais.

É sabido que os descendentes do deífico Freyr não são meros elfos, mas humanos dotados de uma bênção singular: a dádiva da procriação. Homens e mulheres, que trazem em suas veias o sangue desse deus, são agraciados pela capacidade de gerar vida, portando em seus ventres a manifestação mais pura do amor divino. A criança nascida sob tal auspício será logo abençoada por seres celestes e trará, inexoravelmente, prosperidade à casa que a concebeu.

O sangue dos elfos ômegas, especialmente daqueles que detêm a ancestralidade de Freyr, guarda um segredo ainda mais portentoso: a promessa da imortalidade para aqueles que dele se banham. Não raras vezes, tais humanos abençoados foram alvo da cobiça de entidades vampíricas, que buscaram sorver o sangue desses predestinados para obter a benesse de caminhar sob a luz do dia.

Tal é a lenda dos elfos ômegas, um conto de magia e luz, de vida e imortalidade, registrado para os séculos vindouros nas páginas deste antigo grimório.”

Descendente de Freyr? Mas como?

Hadrian se levantou e foi até a biblioteca. Revirou as estantes do local em busca de alguma resposta, mas não encontrou nada. Frustrado, Hadrian seguiu até o salão principal, onde encontrou uma linda garota loira.

— Vossa majestade, isto é para você! — sorriu animada, estendendo alguns livros.

— Obrigado. E quem é você?

— Luna Lovegood, do reino Ravenclaw — se curvou.

— É um prazer. Se me permite perguntar, qual a razão pela qual a senhorita veio até Slytherin somente para me entregar livros? — o ômega olhou gentilmente para a garota.

— O Bible me disse que o senhor estava com dúvidas! — sorriu animada.

— Bible?

— Sim, Bible, venha dar um oi para a majestade! — disse, fazendo um pequeno ser sair de dentro de seu bolso.

Bible sorriu e voou até Hadrian, se esfregando contra o rosto do ômega. Hadrian sorriu ao reconhecer que Bible era, na verdade, um pequeno ornitorrinco voador.

— Ele é o filho do Pelúcio com a Pink; ela é uma ornitorrinco voadora chinesa. Eles são bem raros! — explicou, dando pulinhos animados.

— Ele é tão fofo! — sorriu, acariciando o bichano. — Obrigado pelos livros, Luna! — disse gentilmente. — Mas eu preciso voltar para o escritório, desculpe.

— Bible disse que o senhor era ocupado! — riu e se curvou. — Temos que ir. Até algum dia! — despediu-se a bruxinha, pegando Bible.

— Até.

Em passos largos, Hadrian entrou no escritório de Tom e se jogou no sofá de couro que havia ali. Folheando os livros o ômega descobriu algumas coisas sobre o deus Freyr, as horas se passaram em instantes e logo era hora de dormir, porém ômega já havia o feito no sofá fofinho do alfa.

𝐇𝐮𝐬𝐛𝐚𝐧𝐝 𝐎𝐟 𝐀 𝐁𝐞𝐚𝐬𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora