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Ao entardecer, uma bela coruja marrom pousou na janela de Hadrian. Edigwes piou, ofendida ao ver outra ave em seu local de descanso. A coruja das neves foi até seu dono e o bicou levemente.

- Sim, garota? - ele olhou carinhosamente para o animal.

A coruja voou até o macho marrom parado na janela.

- Olá, amiguinho. Você não esperou muito, não é? - perguntou, tirando a carta da perna dele. - Aqui, coma. - deu uma guloseima para ele.

Hadrian se sentou em sua cama e abriu a carta.

"Caro senhor Potter,

Eu, o feiticeiro Flitwick, escrevo-lhe esta carta para avisar que limpei os resquícios de magia que indicavam que o rei James estava com o senhor. Fique tranquilo, pois não contei a ninguém sobre isso.

Agradecido, Prof. Flitwick."

Hadrian suspirou de alívio ao ler a carta. Fechou os olhos por um momento, agradecendo silenciosamente ao feiticeiro. Ele sabia que o Professor Flitwick era de confiança, mas não esperava um apoio tão imediato e decisivo. Guardando a carta em uma gaveta secreta de sua escrivaninha, ele se preparou para encarar os próximos desafios.

De volta à ala médica, James e Severus permaneciam imersos em uma conversa tensa, mas necessária. Severus estava escutando atentamente, o rosto sério, enquanto James continuava seu desabafo:

- Eu estava cego, Severus. Cego pelo medo, pela manipulação e pelo poder que pensei ter. Quando me dei conta do que havia perdido, já era tarde. - James sussurrou, sua voz trêmula.

Severus respirou fundo, tentando manter a compostura. Seu coração estava em conflito; as palavras de James traziam uma mistura de compreensão e dor que ele ainda não sabia como articular. De algum modo, ele encontrava-se dividido entre o ressentimento e a esperança.

- E quanto a ela? - Severus perguntou, sua voz suave, mas firme. - Lilian ainda representa uma ameaça?

James balançou a cabeça.

- Não sei. Ela sempre foi imprevisível, fazendo o que fosse necessário para garantir seu controle. Eu suspeito que ela ainda tem seus próprios truques e aliados. - Ele fez uma pausa, a expressão de culpa ainda pairando sobre seu rosto. - Mas não podemos subestimá-la.

Enquanto a conversa entre James e Severus se desenrolava, Hadrian se encontrou novamente com Tom, que esperava do lado de fora da ala médica. O imperador lhe lançou um olhar curioso e preocupado.

- Hadrian, o que estava na carta? Você pareceu aliviado ao lê-la. - Tom segurou a mão de seu companheiro com um toque gentil, mas firme.

- Era uma mensagem do Professor Flitwick. Ele disse que cuidou dos resquícios de magia que poderiam nos trair. - Hadrian sorriu, apertando a mão de Tom. - Estamos seguros, por enquanto.

Tom assentiu, visivelmente aliviado.

- Então, temos algum tempo para planejar nosso próximo movimento. Precisamos lidar com Lilian e seus aliados antes que ela possa causar mais dano.

Hadrian estreitou os olhos, determinado.

- Precisamos unir nossas forças. Sei que há aqueles que ainda são leais ao verdadeiro rei e ao bem do reino. Convocaremos uma assembleia dos nossos aliados mais confiáveis. Vamos expor Lilian pelo que ela realmente é e restaurar a ordem.

Tom sorriu, cheio de orgulho pelo seu corajoso companheiro.

- Eu sempre soube que você tinha a força e a sabedoria dentro de você, Hadrian.

A noite chegou, e com ela, a lua iluminou o céu, lançando uma luz suave sobre o castelo. Dentro de seus muros, estratégias começaram a ser traçadas, mas acima de tudo, corações antigos começaram a se curar, enquanto aqueles destinados ao verdadeiro amor e justiça começaram a se unir para enfrentar uma nova aurora.

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Durante a madrugada Hadrian percebeu que Tom não estava na cama, confuso o ômega saiu do quarto para procurar seu companheiro a noite escura o impossibilitava de ver alguns palmos a sua frente, o cheiro de sangue invadiu as narinas do Potter o deixando assustado.

- Tom, você está machucado? - perguntou tentando enchergar algo naquela sala escura.

- Saia - a voz de Riddle soou grossa e grotesca. - Eu mandei sair! - gritou, seus olhos vermelhos brilhando no escuro.

Hadrian engoliu em seco ao ver aquela cena, Tom estava ajoelhado no chão enquanto tremia em suas mãos havia uma lebre com o pescoço mordido, o rosto do alfa estava sujo com o sangue do animal e as presas dele brilhavam perigosamente.

- Tom, você é um vampiro? - sussurrou se aproximando.

- Eu não queria.... - disse olhando o animal em suas mãos. - Eu não queria ser esse maldito monstro! - soluçou abraçando seu próprio corpo.

- A quanto tempo você não se alimenta, Tom? - se ajoelhou ao lado do alfa.

- Três meses. - respondeu trêmulo.

Hadrian sentiu seu coração apertar ao ver o sofrimento de Tom. Aproximou-se mais, ignorando a ordem anterior de se afastar. Seu instinto de cuidar e proteger falou mais alto naquele momento.

- Tom, você não é um monstro - disse Hadrian com uma voz suave, embora firme. - Você é meu marido, meu companheiro. E eu estou aqui para você, seja qual for a sua natureza.

Tom levantou o olhar, seus olhos vermelhos encontrando os de Hadrian. O alfa parecia tão vulnerável naquele momento, uma visão diametralmente oposta à sua habitual postura de força e autoridade.

- Hadrian, eu... - começou a falar, mas sua voz falhou. Saber que seu segredo estava agora exposto o deixava à mercê de seus próprios medos e inseguranças.

Hadrian colocou a mão no rosto de Tom, limpando delicadamente o sangue com o polegar.

- Você precisa se alimentar, Tom. Ignorar essa parte de você só vai te machucar mais. E eu não posso vê-lo sofrendo assim. - Hisserou, sua voz embargada de preocupação genuína. - Estou aqui para ajudar. Vamos passar por isso juntos.

O ômega se inclinou para a frente e, sem hesitar, ofereceu seu próprio pulso ao alfa. Os olhos de Tom arregalaram-se em horror e surpresa.

- Não, Hadrian, eu não posso... - tentou afastar o pulso, mas Hadrian segurou firme.

- Você pode sim. E você vai fazer isso. Eu confio em você, Tom. Sei que você não me machucaria. - Hadrian olhou para ele com uma expressão de determinação misturada com ternura. - Confie em mim como eu confio em você.

Tom hesitou por um momento, mas a necessidade estava esmagando sua resistência. Ele pegou o pulso de Hadrian com delicadeza, beijou-o suavemente antes de morder. O toque inicial foi doloroso, mas a sensação logo se suavizou enquanto Tom bebia com cuidado e controle. Hadrian sentiu uma estranha mistura de fraqueza e euforia, mas manteve-se firme, sabendo que isso era necessário para o bem de ambos.

Quando Tom finalmente se afastou, seus olhos estavam de volta à cor normal, e ele parecia muito mais calmo e centrado. Ele olhou para Hadrian com gratidão e arrependimento.

- Obrigado... Você realmente não precisava fazer isso. - A voz de Tom estava carregada de emoção.

- Claro que precisava. Porque eu gosto de você, Tom. - Hadrian respondeu, acariciando suavemente o rosto de Tom. - Agora, vamos voltar para o quarto e descansar. Temos um dia importante amanhã e precisamos estar prontos para qualquer coisa.

Tom assentiu e levantou-se, ainda segurando a mão de Hadrian. Os dois caminharam juntos de volta ao quarto, a lua iluminando suavemente seu caminho. Deitados na cama, sentindo o calor um do outro, ambos encontraram conforto nas palavras não ditas e na promessa de enfrentar o que viesse, juntos. O alfa não precisou fingir dormir essa noite, porém ficou ao lado de seu companheiro lendo um bom livro,

𝐇𝐮𝐬𝐛𝐚𝐧𝐝 𝐎𝐟 𝐀 𝐁𝐞𝐚𝐬𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora