Bucky Part.02

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Estou no meu antigo apartamento revirando algumas caixas que deixei embaladas. Aproveito que Marjorie está com Nakagima e começo a separar o que eu devo jogar fora e o que não devo jogar fora. Quero vender ele para investir no futuro da minha filha. Ou talvez investir em alguma propriedade aonde o Steve estava morando. Marjorie gostava de passar as férias por lá, talvez seja até melhor mudar de ambiente e recomeçar. Termino de separar as caixas. E decido dar uma averiguada no apartamento da Lilly e ver se as coisas por lá estão em ordem, já que tinha alguém se hospedando sem a minha autorização. Penso em mandar mensagem para Wanda perguntando mas por alguma razão eu evito. Entro no apartamento e tranco a porta. Certamente alguém estava se hospedando ali, havia copos na mesa da sala, uma jaqueta preta jogada no sofá, inclusive a pessoa tinha bom gosto. Sigo até o quarto da Lilly, a cama não estava arrumada, o apartamento parecia que havia passado um furacão.

" Organização não é o seu forte definitivamente." - murmurei.

Observo cada detalhe do quarto ao banheiro e quando algo me chama a atenção. Na mesa ao lado da cama. Uma fotografia minha que certamente foi a Lilly que tirou, no momento que eu estava dormindo. Nunca tinha visto aquela fotografia.
Seja quem for que estava se hospedando ali, estava mexendo nas coisas da minha mulher. Vou verificar se as coisas no seu armário ainda estavam nas caixas. E estava tudo em ordem. Quando ouço barulho da tranca da porta se abrindo. Única reação que tenho é entrar dentro do armário e rezar para não ser visto, seria constrangedor.

" Merda." - sussurro.

Mas ao mesmo tempo gostaria de confrontar a pessoa. Fico em silêncio. Há apenas silêncio agora no apartamento, não ouço sua voz, apenas seus passos pelo apartamento, passos sorrateiros.

Respirações ofegantes
Respirações ofegantes
Respirações ofegantes

A pessoa entra no quarto, tento olhar por uma brecha do armário. Única coisa que consigo ver é uma mulher loira de cabelos curtos e de costas. Verificando cada parte do quarto e com uma arma em sua mão. Minha reação é sair do armário e desarma lá. E é isso que faço enquanto ela está de costas para mim. Tento sair do armário sorrateiro mas a porta faz barulho e ela se vira. Não dá tempo de ver o seu rosto.

Ela está me atacando
Ela está me atacando
Ela está me atacando

Ela era a personificação do perigo, sabia lutar muito bem, ela era boa no que estava fazendo. Eu consigo desarma lá e prendo ela em meus braços de costas para mim. Chuto sua arma para longe. Ela está muito ofegante, dá pra sentir seu coração acelerado. Ela tenta se soltar, ela pode saber lutar mas eu sou mais forte. Prendo ela com mais força contra mim. Não a solto por mais que ela tente.

" Quem porra é você? " - sussurro. " O que está fazendo armada no meu apartamento?"

Ela bate a sua cabeça contra a minha , quando pega o meu braço , ela está me jogando para o chão.

Estou no chão
Estou jogado no chão
Ela me jogou o chão

Estou no chão desorientado. Tento levantar e ela me dá um chute me impedindo .  Ela vai na direção da sua arma mas antes que ela alcance, eu pego na sua perna, eu puxo ela , e a derrubo no chão de bruço. Ela está de cara para o chão, vou até ela me
arrastando por cima, prendendo seus braços para trás e tento virá-la para enxergar o seu rosto. Ela evita. Ela luta. Mas não adianta.

" Não!" - ela grita.

Eu reconheço a sua voz.
Eu paro o que estou fazendo, solto ela e me afasto.
Senti no chão,meu coração acelera.

Silêncio
Silêncio
Silêncio
Silêncio
Silêncio ensurdecedor

Meu corpo fica paralisado, meu coração está acelerado, meu sangue está fervendo em minhas veias. Ela continua com o rosto para chão.

" Olha pra mim." - ordeno.

Agora ela está tentando lutar contra suas lágrimas no chão.

" Por favor não!" - suplica.

Eu me levanto do chão com as mãos na minha cabeça. Aquilo não poderia estar acontecendo. Respiro fundo antes que meu coração saia pela boca.

" Levanta." - ordeno. " Olha para mim." - coloco minhas mãos na cintura.

Ela começa a se levantar e para alguns segundos antes de finalmente se virar para mim. Ela vira. Seus olhos estavam molhados, o medo transformou o seu rosto. E a tristeza nublou as minhas feições.

" Lilly?"

Eu deveria ficar feliz por ver a mulher que eu amava estava bem ali na minha frente e viva , mas o único sentimento que senti naquele momento foi
a decepção.

" Eu posso explicar." - se aproximando de mim.

Eu me afasto dois passos para trás. E balanço minha cabeça. Coloco minha mão na frente pra ela se afastar. Quero distância.

" Não!" - ordeno.

Ela para. Ela não era mais a mesma pessoa que eu havia me casado. Ela não era a minha Lilly.

" Bucky." - suplica. " Por favor!"

Os seus olhos estavam inundando em lágrimas. Já os meus estavam secos, nenhuma lágrima.

Silêncio
Silêncio
Silêncio
Silêncio
Silêncio Ensurdecedor

" Isso não faz o menor sentido." - sussurro, ando de um lado para o outro no quarto. Confuso.

Ela tenta se aproximar de mim de novo. Eu me afasto de novo. Não quero que ela me toque. Não quero que ela se aproxime de mim. Ela para.

" Me deixa te explicar." - suplica mais uma vez. " Bucky."

Agora eu estou de costas para ela, minhas mãos continuam na cintura, balanço a cabeça. Fecho os meus olhos. Eu queria chorar mas não consigo. Eu queria gritar mas não consigo. As palavras não querem sair da minha boca. Me recuso acreditar que ela estava ali na minha frente.

" James, por favor!" - soluço, tristeza.

Minha respiração está pesada, meus punhos estão cerrados.

" Nunca mais me chame assim." - ordeno.

Coração está acelerado. Sinto raiva.
Eu me viro pra ela.

" Você morreu. Eu enterrei você ." - aponto o dedo pra ela.  " Você me deve muitas explicações. Mas não quero ouvi-las agora. " - estou enfurecido. "Você mentiu para mim, Lilly."

Eu passo por ela, ela tenta pegar no meu braço, mas eu esquivo, vou em direção a porta, paro alguns segundos, antes de abri-la . Lilly fica paralisada no quarto, não se move, não tem reação.
Abro a porta e a bato com todas as minhas forças. Desço as escadas, preciso respirar, me acalmar. Estou sem ar. Não consigo respirar.
Não posso encontrar Marjorie nessa situação.
De todas os sentimentos do mundo, aquele sentimento que eu estava sentindo, com certeza era o pior de todos.

Lilly está viva
Lilly não está morta
Lilly mentiu para mim
Lilly me abandonou
Lilly abandonou Marjorie
Lilly abandonou a nossa família

Enquanto eu caminhava pela calçada desejava que a mulher que eu amava estivesse realmente morta. E que aquilo que tinha acabado de acontecer fosse um pesadelo. Ela fodeu com as nossas vidas. Pego no meu bolso da calça o chaveiro que ela havia me dado a anos atrás. Por um segundo penso em jogá-lo longe mas não faço. Volto a guardar no meu bolso.
E lágrimas finalmente ricocheteiam em meu rosto, enquanto a chuva começa a cair.

📌 Esse capítulo pode ter alterações até o próximo.
Não achei que ficou bom! 😌

Ultraviolence - Bucky Barnes +🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora