Ultraviolence - Bucky Barnes +🔞

Lilly

Cinco anos antes

David está com aquele olhar, a expressão vazia e distante que sempre aparecia pouco antes de ele ir longe demais. Minha raiva se transforma em medo na mesma hora, e quando David vê que estou me afastando, ele faz um barulho de raiva.  Um barulho gutural e furioso de frustração que reverbera pela sala. Ele sai do meu apartamento, batendo a porta com força. Ouço-o gritar a palavra porra no corredor. Não sei ao certo qual o motivo da sua raiva de mim. É porque estou seguindo em frente com minha vida? Porque encontrei alguém que me ame como mereço? Talvez David esteja com raiva de todas essas coisas de uma vez. Exalo para me acalmar, aliviada por ele ter ido embora. No entanto, antes que eu possa pensar no que fazer em seguida, David está novamente abrindo a porta. Ele me olha do corredor de um jeito muito frio quando pergunta:

" Você está grávida dele?" - pergunta, olhar arregalado. " Você está grávida desse cara,  Lilly?" - gritou.

Sinto o coração preso na garganta quando ele diz isso. Não nego imediatamente, e isso já é confirmação o suficiente para ele. David olha o teto um instante, depois balança a cabeça.

" Então além de fugir do seu casamento, trepou com outro. E está grávida dele."

Os últimos minutos foram uma montanha-russa de emoções, mas nada foi mais tumultuoso do que a pergunta que acaba de sair da sua boca. Dou alguns passos e paro perto da porta, preparada para fechá-la na cara dele depois de dizer o que estou pensando.

" Se realmente acha que eu ainda voltaria para você, depois de tudo que me fez , vá em frente, acredite nisso. Não tenho energia para te convencer do contrário. Deixa eu te explicar uma coisa David: Eu não te deixei para ficar com outro cara . Eu te deixei porque mereço ser tratada melhor do que como você me tratava. Você arruinou a minha vida."

Vou fechar a porta, mas, antes que eu possa dar um passo para trás, David se move para a frente e me empurra até me encostar na porta aberta da sala. Seus olhos estão repletos de fúria quando ele desliza a mão esquerda na base do meu pescoço, fazendo pressão como se quisesse me deixar parada. Ele bate a palma direita na porta, ao lado da minha cabeça, e fico tão assustada que fecho os olhos na mesma hora, sem querer ver o que vai acontecer em seguida. Sinto uma onda tão intensa de medo e ansiedade me invadir que tenho medo de desmaiar. Sinto a respiração de David na minha bochecha, atravessando seus dentes cerrados, pois seu rosto está bem próximo do meu. Meu coração está tão acelerado que, com sua mão me pressionando desse jeito, é impossível que ele não esteja sentindo meu medo latejando na sua palma. Quero gritar, mas estou morrendo de medo de fazer barulho e deixá- lo ainda mais furioso. Vários segundos se passam entre o momento em que David me segura na porta e o
momento em que ele começa a perceber o que fez.
O que mais ele provavelmente estava prestes a fazer. Meus olhos ainda estão fechados, mas sinto o remorso na maneira como ele se inclina para a frente e pressiona a testa na porta, bem ao lado da minha cabeça. Ainda estou presa contra a porta, mas ele não está mais fazendo pressão com a mão que estava agarrando meu pescoço, e ouço um barulho saindo dele, como se ele estivesse se segurando para não chorar. Isso me faz pensar na última vez em que ele me machucou. Nos pedidos de desculpa que ele sussurrou enquanto eu perdia e recobrava a consciência. Desculpe, desculpe, desculpe...
Ele é um homem destruído, mas não por minha causa. Ele já estava destruído antes de me conhecer. Às vezes, uma pessoa acha que, se amar alguém destruído, se amá-lo o bastante, ela pode afinal conseguir consertá-lo. Mas o problema disso é que ela acaba se destruindo também. Não posso permitir que mais ninguém me destrua. Preciso estar inteira para minha família que estou construindo com Bucky.  Pressiono as mãos delicadamente em seu peito, direcionando-o para o corredor. Quando finalmente há espaço bastante entre nós dois para que eu feche a porta, eu a fecho e a tranco. Na mesma hora ligo para Bucky  e lhe digo que ele, apareceu no apartamento, antes que pudéssemos ir até ele.