Lilly

597 58 0
                                    


Horas antes de jantar comida chinesa no apartamento do meu vizinho , James.
Me encontro para um almoço com a Wanda
que já estava me esperando no restaurante. Tento não demonstrar minha ansiedade para que ela não perceba. Mas ela sempre sabe tudo que estou sentindo...

" Você parece um pouco ansiosa." - comenta.
" Você está bem? É o seu ex ridículo?- pergunta.

Wanda odiava ele com todas suas forças,
ela dirigia quilômetros somente para me dar apoio e um abraço confortante quando eu ainda insistia naquela relação.
Crescemos juntas em um orfanato em Sokovia, eu tinha sido abandonada pela minha mãe e ela tinha ficado órfã do seus pais com oito anos de idade. Até prometemos que seriamos adotas somente juntas, e quando íamos para casas diferentes para uma adaptação, a gente sempre complicava as coisas e voltávamos para o orfanato. Eu tinha ela e ela tinha a mim. Assim como Will...

" Você sabe como ele é."- respondo. " Mas não estou ansiosa por isso."

Ela arrasta a cadeira para frente querendo saber qual era o motivo para tamanha ansiedade.

" Você conheceu alguém?." - pergunta

" Conheci!"- respondo sem hesitar. " Mas não crie expectativas."

" Quem é ele?. - pergunta. " É uma boa pessoa? Aonde ele mora?- continua me enchendo de perguntas. " Quando conheceu ele? Tem foto dele? - termina tantas perguntas.

Balanço a cabeça para responder tantas perguntas de uma vez só. Ela tinha suas preocupações em relação a mim e por tudo que tinha passado.

" Muitas perguntas." - respondo. " Ele é o meu vizinho de parede." - continuo. " Estamos criando uma relação de amizade. Somente." - finalizo.

Ela não fica contente com as minhas respostas. Queria saber exatamente sobre tudo.

" Qual o nome dele?" - insiste. " E o sobrenome óbvio."

" James." - respondo. " Não sei o sobrenome dele ainda. Como disse estamos nos conhecendo como amigos."

" Tenha cuidado." - responde. " Fico feliz que esteja seguindo a sua vida chinchila. " - ela sorri.

" Ele é gentil." - suspiro." É um bom homem."- respondo.

Pedimos nosso almoço, comemos, conversamos sobre algumas questões do nosso estabelecimento. E antes de sairmos do restaurante para irmos embora. Conto que mais tarde vou jantar na casa do James. E que isso era a segunda vez seguida. Ela fica apreensiva porque a última vez, fui tomar café com David e acabei sofrendo mais do que deveria.

" Ele te deu girassóis." - responde depois de ouvir tudo a respeito. " Leve um vinho para ele chinchila."

Concordo com ela e vamos para um mercado próximo ao restaurante e ela me ajuda comprar um vinho. Me despeço dela com um abraço forte...

" Me conta tudo depois." - pedi." Tenha cuidado, chinchila."

" Te amo Wan ." - respondo.

Seguimos caminhos diferentes volto para o meu apartamento e ela volta para o emprego misterioso que ela tinha. Respeitava ela nunca dizer em que trabalhava tanto.

•••

Estou sentada no sofá do Bucky com um girassol na mão que ele havia acabado de me presentear novamente. Uma ato simples que pode mudar qualquer sentimento de tristeza que estava sentindo depois da nossa conversa.
A comida chinesa havia chegado,comemos, e continuamos conversando. O que tinha de melhor no apartamento dele era à vista, podia não ter móveis e ser simples mas aquela vista para a ponte do Brooklyn ganhava de qualquer apartamento montado. Levando do sofá para olhar a vista e ele me segue ao meu lado bem próximo. O perfume dele exalava masculinidade...

" Eu tenho sorte de ter essa vista." - comenta.
" Já você." - ele zomba.

Acho que o vinho tinha deixado ele um pouco mais relaxado.

" Você é patético." - respondo. " Eu tenho móveis e taça para vinho."- retruco.

" Thuuu - chê!". - responde. " Você parece com frio." - comenta.

Realmente estava um pouco frio aquela noite mas não queria ir para casa ainda. A conversa estava fluindo a música estava boa. Tocando Lana Del Rey ao fundo. Ele se afasta de mim e pega uma jaqueta que estava pendurada em um gancho na parede. Se aproxima de mim colocando ela por cima dos meus ombros.

" Pronto!" - ele termina de ajeitar a jaqueta sob os meus ombros. " Agora ficará aquecida." - ele sorriu.

" Obrigada!" - agradeço sorrindo amavelmente.

Ele estava me encarando com seus olhos azuis, não estavam mais cinzentos. Os olhos dele brilhavam e eram lindos. Nossas bocas ficam muito próximas, sinto o meu coração acelerar, eu podia jurar que ele estava imaginando como a vida seria comigo. Era impossível olhar para alguém como ele estava me olhando. Nem mesmo David me olhou daquela forma. Ele fechou os olhos e me beijou. Era um beijo cheio de desejo mas também de respeito. Era gostoso sentir seus dedos em meu cabelo e sua língua na minha boca. Era gostoso para ele também. Dava para sentir pelo jeito que me beijava. Sabíamos tão pouco um sobre o outro, mas era melhor assim. Dar um beijo tão íntimo num estranho era como dizer: "Não te conheço, mas acho que ia gostar de você se conhecesse."
Eu só queria ir com ele para aquele sofá. Queria minha boca junto à dele, meus dedos entrelaçados aos dele. Eu estava queimando por dentro. Ele acendeu um fogo dentro de mim... Quando ele terminou de me beijar, se afastou, como se tivesse cometendo um pecado.


" Sinto muito por isso." - ele disse ofegante. " Eu não deveria ter te beijado."

Eu estava na sua frente sem fôlego, sem a jaqueta em meus ombros. Não tive outra reação a não ser...

" Você..." - gaguejo. " Melhor eu ir embora." - pego sua jaqueta do chão e coloco no sofá.

Ele fica também sem reação em como agir. Parecia ser tudo muito novo para ele. Vou abrindo a porta para ir embora...

"Lilly." - me chama. " Você não precisa ir embora. Se não quiser."

Ele estava me pedindo para ficar, mas o trauma que tenho dentro de mim, começa aflorar, mil pensamentos passam na minha mente. E não tomo outra atitude a não ser...

" Boa noite,James!" - me despeço.

Ele não responde de volta apenas vejo ele com as mãos na cintura com a cabeça baixa. Eu queria ter ficado mas aquele homem não merece uma Lilly ainda quebrada por dentro. Merece que eu e seja inteira para ele...

Ultraviolence - Bucky Barnes +🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora