Bucky

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Já faz três horas. Passamos a maior parte do tempo trabalhando, fazendo breves intervalos ocasionais para tomar água e nos beijar mais um pouco, mas terminamos boa parte do que vai ser o piso da sala de estar.
Já teríamos terminado se ela não estivesse vestindo essa camisa com essa saia. Ela tem engatinhado pelo chão, me ajudando a instalar a madeira, e sempre que olho para ela consigo ver todo o seu decote. Estou tão distraído que nem sei como não acabei me machucando. Não conversamos sobre nada de importante desde que saímos da picape. É como se tivéssemos deixado tudo de relevante dentro dela, decidindo não trazer nada pesado para dentro da casa. O dia já foi tão pesado; estou fazendo tudo que posso para criar um clima leve. Nós dois estamos.Acho que Lilly e eu estávamos precisando do dia de hoje. Especialmente Lilly. Ela sempre parece estar carregando o mundo inteiro nas costas. E isso me lembra como eu era no passado, mas hoje ela  parece estar flutuando. Parece que a gravidade não a afeta em nada. Nas últimas horas, ela sorriu e riu mais do que desde o dia em que a conheci. Me pergunto se eu mesmo não era uma grande parte do peso que ela estava carregando.
Lilly encaixa a madeira do lado dela e pega uma garrafa de água. Percebe que estou encarando seu decote e ri.

" Parece que nem consegue mais me olhar nos olhos."

"Acho que estou obcecado pela sua camisa." - Ela costuma usar camisetas, mas esta camisa em particular tem um decote na frente e é feita de um tecido elegante, e, agora que ela passou três horas trabalhando , ela está começando a grudar em todas as partes do corpo onde está suada.

" É uma camisa bonita pra caralho."

Ela ri, e quero beijá-la outra vez. Engatinho até ela e, quando me aproximo, pressiono minha boca na sua com tanta força que ela cai para trás no chão. Beijo-a enquanto ela ri e vou para cima dela. Odeio não ter nenhum móvel. Acabamos nos deitando no piso de madeira que estamos instalando, e é uma sensação gostosa, mas faria de tudo para beijá-la sobre algo mais confortável. Algo tão macio quanto sua boca.

"Você nunca vai terminar este piso." -sussurra ela.

"O piso que se dane. Quero você."

Nós nos beijamos por alguns minutos e fica cada vez melhor. Nos puxamos e nos agarramos e nos provamos, e é um pouco caótico, e sua camisa que eu amo pra caralho acaba indo parar em algum lugar no chão perto da gente. Estou admirando seu sutiã, beijando a pele logo acima dele, quando ela sussurra:

"Estou com medo. " — Suas mãos estão no meu cabelo, e ela as deixa nele quando me ergo o suficiente para olhá-la. " E se ela não gostar de mim? E se ela não me perdoar?"

Não quero que ela pense nisso hoje, porque o dia está sendo bom. Dou um beijo reconfortante em sua testa.

"Não adianta a gente se preocupar. Ela é pequena demais para entender as coisas." — digo.

Ela sorri quando digo isso.

" Tem razão."

Ela põe a mão ao redor do meu pescoço e me puxa de volta para a sua boca. Eu me abaixo em cima dela, mas depois sussurro:

" Ela apenas vai fazer você, fazer panquecas pra ela , para o resto da sua vida ."

Ela ri na minha boca.

"Você é terrível, não devia brincar com isso."— diz ela, mas rindo.

Beijo-a até pararmos de rir, então saio de cima dela e me deito do seu lado, olhando-a.
É a primeira vez que nos encaramos sem sentirmos que precisamos desviar o olhar.
Ela é tão perfeita, cacete.
Mas não digo isso em voz alta porque não quero menosprezar nenhuma de suas outras características maravilhosas elogiando seu rosto de modo superficial. Assim eu estaria desvalorizando o quanto a acho inteligente, compassiva, determinada e vivaz.
Desvio a vista do seu rosto impecável e passo o dedo bem lentamente no centro do seu decote até sua pele se arrepiar.

"Preciso terminar o piso. " - Ponho a mão no seu seio e o apalpo delicadamente. " Pare de me distrair com essas coisas aqui. Vista sua camisa."

•••

Horas mais tarde

Marjorie está no chão quando chego à sua porta.
A tartaruga que ela achou com a Wanda está a uns trinta centímetros dela, e ela está tentando atraí-la com um LEGO verde.

" Essa é sua tartaruga,que você achou com a tia Wanda?"

Marjorie endireita a postura e abre um sorriso.

"É. Alpine não gostou."

Ela a pega e nós dois vamos até sua cama. Eu me sento e me encosto na cabeceira. Ela engatinha até o meio da cama e me entrega a tartaruga, depois se acomoda ao meu lado. Coloco o animal na minha perna, e ele começa a andar em direção ao meu joelho.

" Por que você não está dormindo em casa papai?"

Ela está encarando meu lábio quando faz a pergunta.

" Às vezes os adultos precisam passar a noite fora. Está chateada?"

"Não. Você comprou flores pra mamãe?"

" Sim." - Quero mudar de assunto." Qual é o nome da sua tartaruga? "

Marjorie a pega e a coloca no colo.

"Bucky."

Dou uma risada.

" Sua tartaruga tem o meu nome?"

"Tem. Porque eu amo você papai."

Ela diz isso com a voz mais meiga, e sinto um aperto no coração. Queria que suas palavras tivessem sido direcionadas a Lilly. Beijo o topo da sua cabeça.

" Também amo você, Ursinha."

Ponho a tartaruga no aquário, volto para a cama e fico com Marjorie até ela pegar no sono. Depois fico um tempinho a mais só para ter certeza de que ela dormiu.

Ultraviolence - Bucky Barnes +🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora