Lilly

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No entanto, ninguém me alertou dos riscos ocupacionais no primeiro dia no trabalho.
O risco ocupacional se chama Bucky, e, embora eu não o tenha visto, acabo de avistar sua picape laranja horrorosa no estacionamento. Minha pulsação acelera, porque não quero que ele crie uma confusão, por eu estar entrando para a equipe.
Não o vejo desde que ele apareceu lá em casa no sábado à noite para conferir se eu estava bem. Acho que me comportei muito bem.
Ele parecia arrependido de ter me tratado como me tratou, mas agi com indiferença e me mantive tranquila, embora sua visita certamente tenha me abalado. Fiquei levemente esperançosa. Se ele se sentiu mal pela maneira como me tratou, talvez seja possível que ele acabe se compadecendo da minha situação. Tenho certeza de que a probabilidade disso é mínima, mas existe, ainda assim.
Talvez eu não devesse evitá-lo. Quem sabe a minha presença aqui não o faça perceber que não sou o monstro que ele pensa que sou?
Volto para dentro do complexo. Clint está me esperando na sala de treinamento. Ele estava me treinando, apesar de todo o treinamento que tiver na sala vermelha.

"Posso fazer um intervalo para ir ao banheiro?"

"Não precisa pedir permissão para ir ao banheiro." — diz ele . " Não sou seu chefe,Lilly."

Adoro ele.

Não preciso ir ao banheiro. Só quero dar uma volta e ver se consigo avistar Bucky. Parte de mim torce para que ele esteja aqui com Marjorie, mas sei que ela não está. Acabo encontrando-o no corredor. Estava apenas querendo espiá-lo e observá-lo enquanto ele está tentando tirar uma lata de refrigerante de uma máquina , mas ele está na mesma extremidade do corredor quando apareço e me vê no mesmo instante em que o vejo. Estamos a apenas um metro de distância. Ele está segurando uma lata de coca na mão depois de chutar a máquina.

" O que está fazendo aqui ?" - diz Bucky." Ah deixa adivinhar?! É a nova a gente da equipe."

Tenho certeza de que isso o incomoda, ele vai ter que aceitar minha presença , pois não vou a lugar nenhum. Levanto o olhar para a lata de coca em suas mãos e imediatamente me arrependo.
Hoje ele parece diferente. Talvez sejam as lâmpadas fluorescentes, ou quem sabe seja o fato de que, quando estou em sua presença, tento não observá-lo tão de perto. Mas aqui, no corredor do complexo , todas as lâmpadas parecem iluminá-lo.
Odeio o fato de que ele fica mais bonito com esta iluminação. Como isso é possível? Seus olhos estão mais simpáticos, sua boca está ainda mais convidativa, e não gosto de pensar coisas boas sobre o homem que me arrancou da casa onde minha filha estava. Não faço contato visual com ele, mas sinto que ele está me observando enquanto abre a sua coca cola. Por desejo do carma somos chamados até a sala de reunião. Perco até a vontade de ir ao banheiro. Não gosto de perceber que ainda o considero atraente. Tento olhar para qualquer lugar, menos para ele, enquanto andamos pelos corredores até a sala.
Quando chegamos à sala de reunião não havia ninguém ainda, Bucky puxa uma cadeira para mim e se senta em outra na minha frente. Tantas outras cadeiras ele vai se sentar na minha frente. Eu tento evitar contato visual com ele. Estamos sozinhos..

" Não vi seu carro no estacionamento. Como você veio ?" - perguntou.

Ele cruza os braços por cima do peito e desce os olhos em direção aos pés, como se não se sentisse à vontade com a minha presença

" Caminhando."

Agora ele se levanta e vai em direção as janelas da sala de reunião e está olhando para fora.

"Parece que vai cair uma tempestade hoje à tarde."

"Que ótimo."

" Você pode chamar um Uber." - Ele me encara.
" Existia Uber antes de você..."

Ele não termina a frase.

" Antes de eu fingir minha morte?" - concluo, revirando os olhos. " Sim, existia Uber. Mas não tenho celular, então não tenho o aplicativo."

" Você não tem um celular?"

" Eu tinha, mas acabei jogando ele contra a parede, em um momento de fúria e só vou conseguir comprar um novo quando receber meu salário."

Alguém abre a porta da sala de reunião. Olho para porta e vejo Wanda. Ela para na porta antes de entrar , olha ao redor e percebe que estamos sozinhos. Ela encara o Bucky e murmura:

"Babaca."- ela não entra na sala e fecha a porta.

A reação dela me faz sorrir. Olho para Bucky , e acho que talvez até ele esteja sorrindo. Não gosto do fato de que ele não parece um babaca. Seria muito mais fácil odiá-lo se ele fosse mesmo um babaca.

" Babaca é o meu novo nome agora." - ele murmurou.

Quero lhe dizer que, se ele ainda vai insistir em afastar Wanda da nossa filha. Mas quando estou em sua presença, não consigo decidir se devo ser educada porque ele é a única coisa que me liga à minha filha ou se devo ser maldosa porque ele é o único que me impede de ver minha filha. Não dizer nada quando quero dizer tudo talvez seja a melhor opção no momento. Dou mais uma olhada nele , e ele ainda está na janela e me encarando.

" Lilly se você..."

Mas antes dele completar a frase, Clint entra na sala de reunião. Logo em seguida entra Sam , Wanda e tem um guaxinim junto com eles. Bucky volta para a mesa e se senta na minha frente novamente.
E Wanda se senta ao meu lado e sorri pra mim.

" Quanto quer pelo braço, Bucky?" - perguntou o guaxinim.

Por Deus o guaxinim sabe falar.

" Ele não está a venda rato." - Bucky respondeu.

A reação dele faz todos sorrirem na mesa. Até mesmo a Wanda que estava possessa com ele.

Ultraviolence - Bucky Barnes +🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora