ROBERTO NASCIMENTO
MEU NOME É CAPITÃO NASCIMENTO. Eu não sou um policial convencional; eu sou do BOPE, a tropa de elite da polícia militar. Nosso símbolo mostra o que acontece quando a gente entra na favela, e minha farda não é azul, meu parceiro; ela é preta.
Eu não estou aqui para ser o bom sujeito, mas sim para fazer o trabalho que ninguém mais quer fazer. E em cada esquina dessa cidade, há uma rede de corrupção e poder, que só se mantém porque a polícia que deveria combater o crime está envolvida até o pescoço. Os políticos, os policiais, os juízes... todos eles têm suas mãos sujas.
De duas ou uma, ou você se corrompe, se omite ou vai para a guerra... e eu tô nela todo dia. O BOPE não tem tempo para negociações e nem para mediações. Nosso trabalho é limpar o que está sujo, e às vezes, isso significa sujar nossas próprias mãos.
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ÍRIS SE LEVANTOU com dificuldade, o cansaço ainda pesando em seus movimentos. Ao se aproximar da caixa de remédios ao lado da cama, ela pegou o comprimido para ansiedade, consciente de que precisava enfrentar mais um dia longo de trabalho. Assim, após engolir o medicamento com um gole d'água, ela se preparou para o dia, tentando afastar a sensação de exaustão que percorria todo o seu corpo.
Quando Íris chegou à Delegacia de Homicídios, o ambiente estava marcado pelo som constante de telefones tocando e impressoras zumbindo. O cheiro de café forte pairava no ar, misturando-se ao leve aroma de desinfetante que tentava combater a sensação de desgaste do ambiente. Ela cumprimentou seus colegas com um sorriso cansado, cuja expressão parecia refletir a exaustão coletiva do turno.
Ela se dirigiu à sua mesa, que estava repleta de papéis e arquivos, e se acomodou em sua cadeira. Diferente dos outros policiais, que vestiam uniformes padrão, Íris usava uma camiseta preta com seu nome e a função de escrivã estampados, junto com uma calça jeans justa.
Antes que Íris pudesse mergulhar em sua pilha de trabalho, Barbosa apareceu em frente à sua mesa, com a postura despreocupada e um olhar que misturava curiosidade e diversão. Ele carregava uma pequena pilha de papéis.
— Você tá com uma cara de acabada, hein? — Ele disse, o tom de sua voz carregado de uma mistura de preocupação e zoação, algo típico de sua personalidade.
Íris levantou a cabeça, e seus olhos cansados encontraram os dele. O barulho constante da delegacia e o aroma de papel velho preenchiam o ambiente, criando uma sensação deprimente.
— Vindo de você é um elogio — Ela respondeu com um suspiro, enquanto se ajeitava na cadeira e tentava encontrar um pouco de conforto. — O que você quer, já veio me encher uma hora dessas?
— O sargento Rocha quer falar com você na sala dele. — Barbosa, disse com um sorriso falso. — Temos uma coisa para você.
Íris puxou os papéis da mão dele e começou a examiná-los.
— Vem cá, me diz uma coisa — Ela desviou o olhar para ele, curiosa — Não era para você estar na oficina? Ajudando a concertar as viaturas quebradas?
Um sorriso de satisfação se formou em seus lábios ao ouvir a resposta.
— Essa pica não é mais minha, não — Barbosa respondeu, dando uma risada. — Essa pica agora é do Aspira.
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| Tropa De Elite - Bela Dama |
FanfictionNessa adaptação de "Tropa de Elite", Íris, uma jovem cheia de sonhos e ambições, viu seu futuro promissor desmoronar após a trágica morte de sua melhor amiga. Tentando reconstruir sua vida em meio à dor, ela se torna escrivã na polícia, onde se depa...