| 02 - Confronto imediato |

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CAPITÃO NASCIMENTO estava em sua sala, analisando alguns relatórios, quando a porta se abriu repentinamente. O Major Ferreira entrou apressado, a expressão grave e a urgência perceptível em seus movimentos.

— Capitão, precisamos de você e da sua equipe agora! — Ferreira anunciou, sem perder tempo com formalidades.

Nascimento levantou a cabeça, os olhos se fixaram no homem a sua frente.

— O que aconteceu, Major? — perguntou, sentindo a adrenalina começar a correr em suas veias.

— A UPP no Complexo do Alemão foi atacada. Temos policiais feridos e a área está cercada. Perdemos contato com a unidade — Ferreira respondeu rapidamente.

Nascimento assentiu, a expressão ficando mais séria. Ele sabia que cada segundo contava.

— O que eles estavam fazendo lá? — perguntou, enquanto já se levantava.

— Ainda não sabemos, mas a situação é crítica. Eles podem estar sob risco maior que os outros PMs — disse o Major.

Nascimento saiu da sala em direção ao pátio onde sua equipe estava reunida. Ele ergueu a voz para chamar a atenção dos homens.

— Atenção, BOPE! — Nascimento gritou, a voz cortando o ar com autoridade. — A UPP no Complexo do Alemão foi atacada. Temos policiais feridos e a área está sob cerco. Precisamos subir agora!

Os operadores do BOPE se moveram com a eficiência treinada, cada um sabendo exatamente o que fazer. Equipamentos foram pegos, armas carregadas, e Nascimento trocou um rápido olhar com cada um de seus homens, avaliando a prontidão.

O Major continuou a fornecer informações adicionais enquanto a equipe se preparava.

— Não temos confirmação dos responsáveis ou da situação dentro da UPP, Capitão. O contato foi perdido. A prioridade é garantir a segurança dos nossos e controlar a área.

— Vamos resolver isso, Major — respondeu Nascimento com firmeza, mas com um tom de realismo.

A viatura saiu rapidamente do quartel. À medida que se aproximavam do Complexo, a tensão aumentava. Nascimento, conversava com sua equipe, dando instruções detalhadas.

— Pessoal, mantenham os olhos abertos e sigam o protocolo. Sem heroísmos. Vamos entrar, garantir a segurança dos nossos e sair rápido. Entendido? — disse Nascimento, a voz firme mas calma.

Enquanto a viatura do BOPE passava pelas ruas caóticas do Rio, Nascimento não podia deixar de pensar nos dois policiais desaparecidos. Ele sabia que a vida no Complexo do Alemão era uma roleta russa, e hoje parecia que a sorte havia se esgotado. Ele só esperava chegar a tempo para virar o jogo a favor deles.

[...]

No meio do caos, enquanto o BOPE não chegava, Íris sentia o coração disparado enquanto se escondia atrás de uma pilha de caixas em um canto escuro da UPP. O som de tiros ainda ecoava pelos corredores, e a tensão era quase palpável. Ela tentava respirar fundo, mantendo a calma, mas a situação parecia desesperadora.

As janelas de vidro do local onde estavam ofereciam uma ampla visão de toda a favela, mas agora estavam estraçalhadas pelo chão. A visão da comunidade abaixo, misturada com os destroços de vidro, aumentava a sensação de vulnerabilidade. Ela respirou fundo e refletiu sobre o ataque; parecia demasiadamente coincidente que os traficantes tenham iniciado o confronto pouco tempo após sua chegada. Ela começou a suspeitar que os tiros repentinos contra a UPP não eram uma mera coincidência.

Ao seu lado, Mikhael estava pálido, com um ferimento no braço que ele tentava estancar com uma camisa improvisada como torniquete. Os corpos de alguns PMs no chão e o sangue escorrendo no braço do colega só aumentava a sensação de urgência de Íris.

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