little more

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Ao acordar na manhã seguinte, o relógio perto da cama do Sapo mostrava às 06:30, eu tinha que voltar pra casa.

Me levantando na ponta pé ao sair da cama, vestida com a sua camisa oversize junto a minha calcinha rendada preta, deixando todo meu bumbum exposto, procurando pelo meu vestido enquanto ele admirava minhas curvas ao levantar, reparando  meu vestido caído perto do guarda-roupa, caminho até o mesmo, cravando os dedos no tecido, ao tentar me vestir, sentindo Sapo me puxar pela cintura, me grudando em seu corpo e falando com a voz rouca e sonolenta: —"Aonde pensa que vai? Bem que podia ficar um pouco mais, podíamos fumar e transar de novo!"

Abrindo um sorriso malicioso, mordendo meu lábio inferior, lembrando do seu toque em mim,  percebendo ele envolver seus braços na minha cintura enquanto eu dizia perto da sua boca: —"É tentador, mas minha mãe provavelmente irá me matar, acho melhor eu ir! Tô atrasada!"

Sapo continuou me apertando em seu corpo, conseguindo me desprender com pressa antes que não conseguisse sair, escutando ele afirmar em tom de voz mandão: —"Eu te levo em casa! Eu não quero você andando por aí, sem proteção!"

Concordo com a cabeça, observando ele pegar a chave de seu carro em cima da escrivaninha, terminando de calçar meus jordans, caminhando para fora de seu quarto.

(...) Depois de dirigir uns três quarteirões da sua casa até a minha, observando ele parar o carro na calçada, ao tentar me retirar do carro, sinto Sapo grudar seus lábios ao meu e dizendo no tom malicioso: —"Mais tarde, eu te ligo!"

Soltando um suspiro ao sentir nossos lábios se desgrudarem, sem notar que minha mãe estava me observando da janela da sala de estar.
Me despedindo do Sapo ao sair do seu carro, caminho em passos rápidos para dentro de casa, ao passar pela porta da sala de estar, escutando minha mãe me confrontar irritada: —"Então é isso que está fazendo, Nora! Sai com um marginalzinho de gangue! Eu passei a noite toda esperando você, mandou sua amiga Samantha a trazer, pra ficar a madrugada com esse garoto! Qual o seu problema?"

Reviro os olhos em protesto, falo em tom nada amigável e afirmando: —"Mãe, porque está se importando com isso? Quando eu estava com o Darnell, você nunca se impôs, então porquê está criando paranóia com o Sapo!!"

Minha mãe se coloca em frente mim, apontando o dedo em direção ao me rosto e afirmando: —"Você sabe que esse garoto pode estragar sua vida, seu futuro! Espera, você não está participando dessa gangue, está? Nora Reid, olhe nos meus olhos e me fale que isso não é verdade!"

Abaixando a cabeça, o silêncio que permaneci, foi o suficiente para ser uma resposta clara, lágrimas se formavam nos olhos da minha mãe, a escutando gritar: —"Porquê fez isso? Então toda aquele dinheiro era disso? Eu confiei em você, quando você era pequena, eu me mantive perto do seu berço todas as noites, eu prometi a mim mesma, que você nunca daria sua alma pra isso. Você seria diferente dessas garotas de Freeridge, é olha...!"

Percebendo a voz de decepção da minha mãe, antes que eu tentasse  explicar o motivo de ter escolhido o caminho mas fácil, a escutando afirmar com a voz trêmula e aos prantos: —"Pegue suas coisas e saia da minha casa! Você não se importou comigo ou com a sua irmã quando escolheu essa vida, Nora!"

Eu sabia que isso aconteceria quando minha mãe descobrisse, eu estava caminhando pelo mesmo caminho do meu pai, se ele estivesse aqui isso jamais teria acontecido. Aquela manhã eu poderia culpar a morte do meu pai, os problemas financeiros, a vida difícil em Los Angeles, mas aquilo era culpa minha, somente minha.








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