wide eyes

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Ao ficar no lado de fora da emergência do hospital, agradecendo o Raul por ter me trazido. Observando toda movimentação de pessoas naquele ambiente, até notar Darnell sair da sala médica, caminhando em direção a mim em passos lentos, me encarando chateado pelo que tinha acontecido, me perguntando:

"Você está namorando com uma pessoa que faz isso? O que aconteceu com a garota doce e empática que eu conhecia. Não estamos juntos, mas ele é ruim pra você, Nora! Você nunca estará segura com ele, quando irá entender isso?!"

Ficando em silêncio ao ouvir aquelas duras verdades, lágrimas se formavam em meus olhos, mas me contendo para não esboçar qualquer sentimento, falando com a voz trêmula: —"Eu vou ficar bem ok! Me desculpa pelo que aconteceu! Acho que o melhor agora, depois do que houve, a gente não se falar mais! Você precisa se manter seguro!"

Darnell aproxima seu corpo do meu, falando preocupado: —"Vem comigo?!Não pode voltar pra casa dele, você não está segura, Nora! Esse cara pode fazer algo contigo!(...)

Pausando Darnell ao falar, o abraçando pela cintura, colocando meu queixo em seu ombro e falando perto do seu ouvido, na tentiva de acalmar sua preocupação: —"Sapo não irá fazer nada comigo! O importante é você agora, Dar! Eu vou voltar pra casa da minha mãe, eu prometo! Não se preocupe, está bem!"

Sentindo ele cravar seus dedos em minhas costas, me apertando fortemente em seu corpo com ansiedade e preocupado, tirando meu queixo de seu ombro, olhando em seus olhos fixamente com um sorriso de canto, Darnell encosta seu nariz perto do meu, me desprendendo de seu corpo rapidamente ao perceber que ele tentaria me beijar,  dizendo com uma voz de choro: —"Eu não posso Dar, olha tudo que já aconteceu! Você merece seguir em frente, sem mim! Tem noção do quão incrível vai ser o seu futuro! Não desista disso, não por mim.... Eu sempre estarei torcendo por você, mas de longe!"

Dando um beijo rápido em sua bochecha, mordendo meu lábio inferior na esperança de conter o choro ao me despedir, me retirando de perto do mesmo, saindo para fora do hospital. Caminho até o ponto de ônibus mais próximo, entrando em um dos ônibus amarelos que me deixaria perto da casa do Sapo.

(...)

Algumas horas depois, entrando pela portas do fundo da casa da senhora Martínez e do Sapo, passando com pressa pela área de serviço, me direcionando até o seu quarto, pegando minha mochila e alguns roupas minhas que estava em sua cômoda. Escutando o barulho do trinco da porta do quarto, eu podia sentir meu coração pular pra fora. Sacando minha arma rispidamente da minha cintura, vendo Sapo em frente a mim, colocando sobre sua mira, o escutando implorar arrependido:

—"Nora, me escuta... Eu surtei, Cuetes falou algumas besteiras, ver você com o Darnell daquele jeito, eu perdi o controle das minhas ações. Me perdoa? Eu nunca te machucaria, eu.... Eu te amo, droga!"

Continuo apontando a minha arma em direção ao seu peito, eu podia sentir cada nervo da minha pele querer ceder, mas na minha cabeça não era confiável está perto dele agora. Deixando escorrer lágrimas pelo meu rosto, afirmando com raiva:
"Você me ama, mas não confia em mim?! Isso não significa nada pra mim. O seu surto de ciúmes, quase me colocou em perigo com a nossa própria gangue. Eu estava me apaixonando por você, amando você... Mas agora, essa merda toda não importa, apenas me deixa ir embora Sapo, porquê tudo que quero é ficar bem longe de você!"

Sapo coça seu nariz com tristeza, me encarando irritado consigo mesmo, me escutando deixando escapar um suspiro com um choro ofegante, observando ele ceder, se retirando do quarto. Logo escutando a porta de entrada bater rudemente, abaixando minha arma ao perceber que ele tinha saído para não me ver indo embora.








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