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Dois meses de passaram, ainda era estranho acordar no meu quarto, eu tinha me acostumado com as manhãs de café com senhora Martínez, me falando sobre sua cultura mexicana e como era ser imigrante na América, a falta do churrasco no final de semana com o seu filho... Pra falar a verdade, os dias sem o Sapo eram incompletos, mas eu tinha aprendido a me adaptar a sua ausência. Mas o pior era pegar meu celular e ver as 20 ligações que eu tinha ignorado. Por um breve momento, ao continuar deitada sobre a cama, fechando meus olhos, lembrando do seu toque em minha pele, ainda podia sentir suas mãos deslizando em meu núcleo, sua boca perto do meu ouvido, me deixando fraca enquanto gemia, mas ao abrir os olhos, encarando o teto do quarto, me trazendo volta ao planeta terra. Agora eu entendia o porquê o amor era um das piores drogas.

Escuto o barulho do meu celular perto do meu travesseiro, interrompendo todos sentimentos que estavam pareando em minha cabeça, vendo o nome do Cuetes no touch, o atendendo, o perguntando pelo viva-voz: —"Sim, chefe? Qual é a do dia?"

—"Preciso que venha aqui em casa, tem algumas encomenda de produtos novos para uma gangue de Riverside! Os chicanos precisam dessa encomenda completa! Além disso, leve sua arma, não se pode vacilar com eles! Eles querem um valor alto sobre os nossos produtos e as notas falsas, você é boa com acordos!" 

— Disse o Cuetes, finalizando a chamada como uma ordem, desligando na minha cara.

Me levantando da cama, pegando meu conjunto de moletom preto que estava sobre a cadeira da minha escrivaninha, retirando meu pijama com pressa, indo nua até o meu banheiro, me preparando para outro serviço com a rua 19. Depois do meu banho gelado por uns 20 minutos, colocando minha calcinha e sutiã, ao mesmo tempo tentando escovar meus dentes em frente ao espelho.
Observando a tatuagem com número 19 em meu braço.

Cuspindo os resíduos da pasta de dente em minha boca na pia,  colocando meu conjunto largado preto de moletom, deixando meus cabelos bagunçados, ajeitando meu piercing no nariz. Caminho até a escrivaninha, pegando minha arma dentro da segunda gaveta, a destravando e colocando em minha cintura.

(...)

Caminhando alguns quarteirões, colocando meu capuz ao perceber o frio de matar em Freeridge, escutando um dos meus cantores de R&B favoritos em meu fone no volume máximo. Cravando meu cigarro de maconha entre meus dentes, me aproximando a casa do Cuetes, observando todos do lado de fora da casa, em uma roda, até reparar Sapo me encarar ao me ver parada ali.

Fingindo não vê-lo, caminho até o Cuetes, observando uma caixa em seus pés, fazendo um sinal de gangue ao retirar, Sapo continuava me encarando da cabeça aos pés. Cuetes sinaliza para Herbert, afirmando ao me encarar: —"Um dos compa irá contigo nessa entrega, sabe o que fazer, mais tarde eu irei pegar minha grana, você sabe aonde!"

Segurando a caixa firmente em um dos meus braços, observando Herbert se aproximar do meu rosto, tirando o cigarro que estava em minha boca, colocando na sua, abrindo um sorriso pervertido ao me ajudar com a caixa, se apoiando em minha cintura: —"Vamos lá, essa é a minha garota!"

Sapo ao escutar e ver a brincadeira íntima entre mim e o amigo de gangue, apertando seus dedos como um nocaute. Me encarando intrigado perceber meu desdém. Abro um sorriso provocativo direcionado ao meu companheiro de entrega, caminhando com ele até o carro, fingindo não notar a existência de Sapo a todo custo.

Cuetes percebe os olhares  estremecido do Sapo direcionado a mim, afirmando pro mesmo:
—"Na próxima entrega com os chicanos de Riverside, você vai acompanhar a Nora!"

Sapo abre um sorriso malicioso, afirmando com a cabeça e esboçando satisfação em seu rosto.




















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