solid ground

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Aquela maldita madrugada parecia interminável, Sapo me deixou no hospital onde sua mãe estava de plantão, depois levou a Brenda até o seu bairro próximo. Eu já estava frustrada com aquele chá de cadeira por duas horas, sentada na sala de espera, balançando minhas pernas enquanto esperava alguma notícia sobre o estado de saúde da minha irmã, pensamentos obscuro pareavam em minha mente.

Ficando em transe por alguns minutos, aquela noite ao apertar o gatilho novamente, às balas que cravei no rosto daquele garoto, me trouxe á tona as lembranças dos outros corpos na encruzilhada, garotas que matei por rincha de gangue. O último corpo foi um ato heróico pela minha irmã, mas é o outros? Aqueles que queimei junto com o Cuetes e a rua 19, as vidas que eu tirei por não repassar o produto.

Levando um susto ao sentir Sapo pousar uma de suas mãos em meu ombro, me entregando um copo de água e me questionando: —"Nora, você está bem? Olha eu queria poder ficar aqui, mas você sabe... Tenho algumas entregas pra fazer!"

Pegando o copo da sua mão, me levantando da poltrona, meus olhares continuava perdidos, mas tentando manter a calma, afirmando com a voz falha para o Sapo: —"Eu sei, está tudo bem, vai lá, obrigada! Se você não tivesse comigo, nem sei o que teria acontecido de pior com a Jess. É... Obrigada pela sua mãe!"

Sapo entrelaça seus dedos nos meus, dando um beijo breve e rápido em minha testa, falando baixinho perto dos meus lábios: —"Por você, eu faria qualquer coisa, Nora! Me encontra em casa?"

O encaro com um sorriso acanhado, tentando desviar o meu rosto na intenção de ele não me ver vulnerável, mas logo, sentindo ele levar seus lábios até o meu, me dando um beijo demorado de despedida. Minha mãe, ao atravessar o outro lado da sala de emergência, observando meu beijo com o Sapo pelo vidro. Naquele pequeno instante, ela percebeu que eu realmente estava apaixonada por ele, o jeito como eu baixei minha guarda, entrelaçando nossos dedos com força antes dele ir embora, terminando o nosso beijo com aquela frase clichê sentimental: —"Eu também faria por você, Sapo! Te encontro em casa!"

Era nítido no rosto dele que ele não queria ir mas era necessário, reparando ele morder os lábios ao me encarar por alguns segundos. Ao sair pela porta da emergência, dando de cara com a minha mãe, que o encarou amigavelmente e o agradecendo antes que ele pudesse dizer algo: —"Obrigada pelo que fez pela minha filha, sempre serei grata!"

Sapo assenta com a cabeça, dizendo com seriedade ao direcionar seus olhos para a sala de emergência: —"Não precisa agradecer, Senhora Reid. Suas filhas precisa de você!"

Minha mãe o ver indo embora, logo em seguida, se encaminhando em direção aonde eu estava em pé, me puxando para um abraço meloso e reconfortante: —''Minha menina, vai ficar tudo bem com sua irmã! Eu estou aqui!"

Enterrando meu rosto em seu pescoço, falando com a voz de choro e culpa: —"Me desculpa mamãe, eu sinto muito!"

Escutando a voz da senhora Martínez chamar por meu nome, me dizendo que Jess estava se recuperando da lavagem feita. O alívio se aprofundou em meu peito novamente.













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