Anônimo Amor_Parte 2

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Anônimo Amor 

Parte 2


Estávamos na sala de música hoje, para uma aula prática com instrumentos.

Havia uma semana desde que ouvi aquele anjo cantar.

Eu estou tentando, eu juro que estou tentando manter minha racionalidade e a distância segura.

Mas parece que sempre que a vejo meu corpo reage me entorpecendo, me sinto como aqueles desenhos animados, que seguem o cheiro da comida até um grande e saboroso prato.

Estou seguindo o perfume do paraíso.

Seu perfume doce quando passamos perto pelo corredor me deixa fraca, sua voz melodiosa e rouca que me faz querer escutá-la em cada pequena palavra verbalizada, seu corpo que me atrai para observá-la tocá-la, mapear cada centímetro de sua textura. Seus lábios que me chamar para...

Morgan!

Se concentre!

É o seu trabalho!

Merda, isso está me consumindo.

Para fechar com chave de ouro, descobri que Billie não é minha aluna. Em parte, agradeço não ter de passar algumas horas do dia observando seu lindo rosto, ouvindo sua linda voz, querendo seu lindo corpo.

Mas céus, eu quero tudo isso também.

Estou num maldito impasse.

Esse impasse se dá ao fato de que eu peguei informações confidenciais do meu anjo.

Certo. O diretor Ruthford me chamou para uma pequena reunião em sua sala, é uma coisa típica, já que eu era a professora nova. Apenas assuntos como, a política de conduta entre professores e essas merdas que não prestei atenção.

Não sei se por sorte ou apenas uma maldição. Ruthford recebeu uma visita inesperada de sua mulher. Aparentemente o velho homem está em um processo de divórcio complicado e a sua senhora o chamava para debaterem a guarda de seu cãozinho.

Fui tomada pelo diabinho vermelho em meu ombro no minuto que o homem saiu da sala me pedindo para esperar. Quando retomei minha sanidade já estava com o número, endereço, data de nascimento e até a porra da ficha médica do meu anjo fotografados em meu celular.

Eu sou doente.

Não é possível que um ser humano em plenas capacidades se prestasse a algo tão absurdo.

Tento harmonizar o ruído que a sala se formou, sons destoados de muitos instrumentos, risos, conversas.

—PESSOAL! Isso está muito ruim! –Tapo meus ouvidos, mas ainda ouço a gargalhada –Vamos chamar nossa banda de silêncio absoluto. Vamos praticar isso daqui para frente –Mais risadas.

Encaro o grupo tentando me nortear entre os últimos sons que ouvi.

—Ok –Bato uma palma –Vamos organizar isso.

...

Saio da sala rindo com alguns alunos contando piadas sobre instrumentos.

"O que o violão falou para o violoncelo dormindo sem calças?"

"A corda!"

Era o primeiro intervalo e horário de almoço. Para meu azar eu não havia trago nada para comer e também não estava muito apetitosa da comida do dia na cantina.

Decidi então comprar algo na máquina de snaks no corredor perto da quadra.

Saio da sala dos professores com minhas duas notas de cinco para garantir a comida e a bebida. Caminho enquanto verificava se as notas não estariam amassadas a ponto de a máquina exigente vomitá-las de volta.

Fuga de clichês, Short fics Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora