CAPITULO 43❤️

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BENJAMIN ANTÔNIO DA CRUZ

Eu amei Cristina antes mesmo dela notar minha presença e a amei muito mais quando ela sem perceber minhas intenções sorria para mim com aqueles aparelhos nos dentes se negando a colocar açúcar no meu café com leite na padaria que ela trabalhava.

----Se continuar insistindo vou por sal.

Eu não ganhava muito dinheiro, mas sempre que possível eu ia até seu serviço tomar café e apesar da minha memória não ser lá essas coisas, eu sempre sabia o dia das suas folgas e os horários que ela trabalhava.

Cristina era um raio de sol que tinha grandes sonhos.

Ela sempre me dizia que a evolução vem do inconformismo em ser melhor do que somos hoje.

----Ben, não podemos aceitar em estar iguais daqui dez anos. Eu amo meu trabalho, as pessoas amam comer então estão sempre ali, mas se nós continuarmos assim, caso tenhamos um filho será um ciclo vicioso que nunca se quebrará.

Parte das coisas que ela dizia eu não entendia, sempre falando sobre psicologia, estágios dos tipos de saúde e tudo isso sem ainda entrar na faculdade.

Eu a ouvia, porque era gostoso ela falar do futuro que me incluía.

Após muita fofoca no seu serviço acabou entrando em acordo com seu chefe saindo do serviço e alguns meses depois Cristina entrava na SLA indústria farmacêutica sempre fazendo seu melhor e sendo reconhecida por isso.

Ela estava estagiando para ser gerente quando descobrimos que estávamos grávidos de Ananda que veio ao mundo cuspida e escarrada da mãe.

Apesar de me enlouquecerem eu me sentia realizado e amado convivendo com as duas.

Quando ia buscar Cristina de carro no serviço, seu semblante sempre muito transparente já me dizia se teve ou não um mal dia.

----Ja me estressei hoje já.

----O que houve meu amor?

----Voce acredita que o Daves fez duas horas de intervalo e quando fui questiona-lo quase passou com a empilhadeira por cima de mim?

-----Que isso ! E o que você fez?

E assim os próximos quinze minutos até chegarmos em casa era um monólogo sobre  advertências, remanejamento de setor e enfim sobre as coisas boas do dia.

Apesar de sentir seu cansaço até os ossos, Cristina tirava um tempinho para fazer o dever de casa com Ananda e nossa janta e na hora que tomava banho seu corpo ainda estava todo dolorido.

Cristina sentia muitas dores principalmente de cabeça e na nuca sempre dando seu melhor a todos menos a ela que negligenciava seu corpo em prol dos outros, sempre os outros.

O pior dia da minha vida foi quando precisei enterrar o amor da minha vida, aquela que nos instigava a sempre ir para frente, que sempre tinha paciência, era dura quando preciso e dizia que falar uma hora na cabeça de Ananda doeria mais que qualquer tapa.

Eu não sabia como fazer sem ela, Ananda tinha doze anos já entendia a perda e eu não sabia o que fazer, queria que fosse eu porque Cristina com certeza saberia o que fazer.

Aos poucos a dor foi se tornando saudade e lembrar de Cristina já me fazia sorrir, porém quando Ananda entrou pra SLA e para a faculdade de Farmácia a dor voltou de novo, pois apesar de estar seguindo sua vida, ela não esqueceu do que falou a mãe quando tinha cinco anos.

-----Ananda eu sei que você se apegou ao que falou a sua mãe que seria farmacêutica como ela, mas esse e o seu sonho?

----Sim papai, eu nunca tive nem tempo para dúvidas sobre o que eu queria.

Atração Proibida (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora