A BABÁ

A BABÁ- CAPÍTULO 17

ANA CLARA

-Ana por onde você passou para ir pegar a Eliza que eu não vi?

Ele pergunta com a maior cara de sonso.

-Fui pelo fundo senhor.

Ele me olha com uma cara que não está satisfeito com a minha resposta.

-E por que você foi pelos fundos e qual o motivo pelo qual está me chamando de senhor?

Ele fala com a voz alterada. Melhor eu sair logo daqui antes que eu piore as coisas.

-Eu só não queria atrapalhar a conversa, eu vou subir para arrumar as coisas da Elizabeth, licença senhor.

RENATO AUGUSTO

Vejo Ana vira para sair e fico sem entender nada.

-Papai?

Eu olho para a minha filha esperando ela continua.

-Sabia que a mamãe estava chorando hoje? É que também o moço que me leva para o trabalho chamou minha mãe de moça linda?

Fico me perguntando por que a Ana estava chorando é porque o motorista estava dando em cima dela.

-E o que ela respondeu filha?

Pergunto na esperança de escutar que ela cortou logo isso de uma vez.

-Nada né papai, ela só respondeu o bom dia. Eu falei que ia te contar e ela falou que não tinha nada com você.

Aquilo me enche de raiva, será que a Lúcia está certa quando diz que a Ana quer apenas meu dinheiro?

Por que ela não cortou a atitude do motorista?

Vejo a Ana descer e chama Eliza, ela leva a Eliza lá para cima e eu volto a conversa com a paola, sobre trabalho é claro.

As vezes ela tenta forçar alguma coisa, mas eu apenas dou umas risadas e tento mudar o foco do assunto.

-O almoço já está na mesa senhor.

Ouço Lúcia falar.

-Ok Lúcia. Poderia chamar a Ana?

-Claro senhor.

Ela sorri e vai em direção as escadas. Minha filha me falou que a Ana chorou hoje. E eu preciso saber o que a fez chorar.

Vejo as duas descendo e o olho fixamente para a Ana que já não está mais com a mesma roupa de antes. Assim como a Eliza.

Olho para o rosto da minha mulher e percebo que está inchada. Provavelmente porque ela chorou. Isso já está me causando angústia não saber o motivo pelo qual ela chorou.

-Vocês estão lindas.

Digo olhando para as duas pessoas mais importantes da minha vida.

-Obrigada papai, eu que escolhi a roupa. Gostou?

-Claro que gostei bonequinha.

Eu digo na intenção de tentar tirar algum sorriso de Ana, mas ela nem me olha. E isso me deixa angustiado.

-Vamos meu amor, já passou da hora de você comer.

A primeira vez que Ana fala e ainda sem me olhar.

-Vamos lá mamãe.

Minha filha fala animada e Ana sorri para minha filha.

Observo que a Lúcia e a Paola minha secretária estão olhando a sena.

Vejo a Ana passar por mim junto com a minha filha. Vou atrás delas é paro para chamar a Paola para se juntar a nós.

-Paola você gostaria de comer com a gente?

Ela me olha sorrindo.

-Claro, seria um prazer.

Sento-me na mesa junto com a Paola e a Eliza já está sentada, procuro a Ana com o olhar e não a vejo.

-Filha, cadê a sua mãe?

Eliza me olho por um tempinho e abaixou a cabeça.

-Não sei.

-Filha, olha para mim.

Eu peço e ela olha.

-Por que você está mentindo para o papai?

Ela me olha e fala

-A mamãe foi comer lá no fundo, mas ela falou que era segredo nosso e se eu precisasse de ajuda era só grita que ela vinha correndo.

Quando a Eliza me diz isso, uma raiva toma conta de mim, eu pensei que já tínhamos passado dessa fase dela comer lá com os funcionários.

Tento me levantar mais sinto uma mão me segurando.

-Deixa ela, ela precisa de um tempo para entender que as coisas não são do jeito dela.

Diz Paola sorrindo, e talvez ela esteja certa.

-Tudo bem.

Digo isso é vejo minha filha sair correndo para os fundos.

-Ela provavelmente foi encontrar com a mãe. Não se preocupe

E almoço foi péssimo, não tinha minha filha nem a minha mulher para me fazer ri, apenas a Paloma a cada segundo se jogando para cima de mim.

ANA CLARA

Estava comendo biscoito com suco pois não queria ficar na cozinha e olhar para cara de Lúcia.

Estou no quintal sentada pensando em oque eu devo fazer quando eu escuto a voz da minha bonequinha em choro e desespero.

-Mamãe? Eu não quero mais morar aqui.

Ela fala gritando e eu vou até ela.

-Meu amor, fique calma o que aconteceu?

Ela chorava de soluçar.

-Aquela moça que está com o papai é do mau, e se você não ficar com meu papai eu vou embora daqui.

Eu dou uma risada na intenção de distrair ela.

-E você vai embora para onde meu amor?

-Vou embora com você mamãe, nós duas juntas, tá bom?

Oque ela fala me tira uma gargalhada, o pai dela nunca iria me deixar levar ela.

-Ta bom meu amor, mas enquanto você estiver feliz com a minha presença aqui eu continuarei. Quando você não quiser mais eu vou embora.

Ela me olha chorando novamente.

-Eu não quero que você vá embora mamãe.

Não tem como não ri.

-Eu não vou embora minha vida.

Ela passa os bracinhos nos olhos para tirar as lágrimas e se senta no meu colo encostando a cabeça no meu peito.

-Te amo mamãe.

-Também te amo minha filha.

Fico ali ninando ela até que eu vejo que ela está dormindo, levanto-me e vou em direção ao quarto dela.

Até que vejo a Paola quase beijando o Renato. Tento adianta os passos para não ser notada mais é impossível.

-Ana onde você estava? Você comeu?

Renato me pergunta como
Se estivesse preocupado comigo.

-Não precisa se preocupar comigo senhor, eu sei me virar.

Ele me olha de cara feia e eu subo logo para evitar qualquer tipo de situação. Vejo ele se despedir da outra lá e subindo.

ATÉ A PRÓXIMA...