Capítulo 9 - A subjulgada

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Sakura 


Naquela noite eu entrei no meu quarto, tranquei a porta, e me dei o direito de chorar, como se fosse uma criança.  

Prometi a mim mesma que essa era a primeira e última vez que iria chorar por Sasuke Uchiha, que ele não era nada para mim, ele não significava nada. Ele era um cliente, ao qual eu me recusaria a atender daqui pra frente. Se ele quisesse transar com alguém, ele que escolhesse outra, eu não me importo. 

Porém sentia a tristeza me tomar, meus olhos ardiam, e as lágrimas vinham com força quando eu me lembrava dele jogando um bolo de dinheiro em mim, me humilhando, me tratando como se fosse um cachorro de rua. Eu criei uma expectativa sobre ele, eu acreditei que ele também tinha algum sentimento, que se importava comigo, mas não, eu sou mercadoria, não passo disso, se eu fosse importante… 

A quem eu quero enganar, eu não sou importante. 

Com certeza em algum momento ele vai conseguir um cargo alto na Organização, que todos sabem que existe, vai se casar com uma dondoca virgem e ter pelo menos uns três filhos com ela, para herdar toda a sua fortuna e os cargos. Enquanto eu vou continuar trabalhando nessa boate decadente ou em outra, tão fodida quanto essa. 

É, essa é a história da minha vida, morrer sozinha e fazendo sexo em troca de dinheiro. Que bela porcaria. 

Depois de uma noite chorando eu me levanto, tomo um banho, me recomponho, pois hoje é quinta e devemos ter clientes saindo pela fechadura e eu preciso de grana, vai que eu tenho a oportunidade de sumir daqui, ir para Las Vegas, seria uma boa trabalhar num cassino ou qualquer coisa do tipo. 

Depois de um banho bem tomado e de escolher um figurino para a noite, eu saio do quarto, vou comer alguma coisa, fazer meu yoga e preparar o palco e o som para me apresentar. 

Vai passar, eu sei disso… 

— Olha o que o gato trouxe… — Ino me provoca, entrando na cozinha. Ela não sabe o que aconteceu, só me disse que achou uma quantia considerável de dinheiro jogado no chão e eu fingi que não sabia do que se tratava. — O que vai apresentar hoje? 

— Ah uma música nova, que está bombando nas redes sociais, nada de absurdo. 

— E qual roupa? 

— Lembra de um conjunto vermelho que usei no natal? Espartilho e etc? 

— Sim… 

— Vou usar ele, sem o chapéu de Papai Noel, claro… Ando meio sem ideias para roupas e preciso sair para comprar alguma coisa nova. Talvez faça isso amanhã. Quer ir comigo? 

— Claro! Eu preciso comprar algumas calcinhas novas também. — Ela fica em silêncio, enquanto eu preparo um sanduíche de queijo. — Sakura… Hum… O chefe veio ontem, você soube? — Engulo o pedaço de pão, ele desce quadrado por minha garganta. 

— Ouvi dizer… 

— Vocês não se viram? — Desvio o olhar dela, a vontade de chorar vem de novo, mas eu prometi que não derramaria mais nem uma lágrima por ele. Dou mais uma mordida no pão e respondo em meio a mastigação, numa tentativa ridícula de camuflar minha voz embargada. 

— Não. Eu estava com o Senhor Muassab ontem. A gente ficou conversando por um tempo e quando voltei, já estava fechando a boate. 

— Ele não te procurou? O que será que ele queria então? 

— Não sei, Ino. Mas não é possível que ele venha aqui só para me ver, ele deve ter vindo falar com o novo administrador… 

— Será? — Ino olha para os lados, como se pudessemos ser ouvidas. — Acha que ele ainda está com o Jiraya? — Ela sussurra, dou de ombro sem saber realmente onde ele pode estar, ou com quem. Me lembro das palavras de Tsunade, sobre eu ter sido “Vendida” para a Akatsuki. Não acredito nisso, talvez esteja sendo ingênua, mas não acredito que eles tenham sido tão afrontosos, não bem de baixo do nariz do executor da Amaterasu. 

Mermaid- A sereia e o mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora