Mermaid- A sereia e o mafioso

Capítulo 19 - Os invasores

Sakura

A arma continuava apontada para a mulher, a esposa de Itachi. Que chorava muito, implorando para que Sasuke não fizesse isso.

Eu sei que o Executor não é conhecido por ter piedade, mas eu me sentia mal pelos dois, até pelo babaca do Itachi.

Ver duas pessoas à beira da morte era perturbador, ainda mais ouvindo o choro de uma mulher desesperada.

— Você está blefando comigo, Itachi. E se acha que eu não estou preparado para os homens que vieram com você está muito enganado. — Sasuke proferiu baixo, sem tirar a mira da cunhada. — Sakura desce, fique lá até que eu diga que é seguro.

— Eu não vou descer, quero ficar aqui com você!

— Obedeça!

— Sasuke, eu não trouxe ninguém comigo, estamos só eu e Izumi, quase fomos mortos! — Itachi afirma, o desespero estampado no rosto pálido. — Ninguém vai fazer mal a você.

— Eu não confio em você. — Cospe as palavras, com ódio em cada letra. — Sakura, sua vida está em risco, desça e fique segura. E também não quero que veja o que vai acontecer aqui.

— Por favor… — A tal Izumi chora, ajoelhada, quase em posição fetal,  ao lado do marido, que a traz para perto, no intuito de protegê-la.

A cena é triste e decadente.

O Líder da maior Organização criminosa de Chicago implorando pela vida, enquanto o irmão é apenas uma máscara de raiva, pronta para atirar.

— Sasuke, eu entrego a porra da Amaterasu para você, mas abaixa essa merda dessa arma! — Se Itachi fosse um pouco mais treinado, ele com certeza já teria avançado para cima do irmão, mas visivelmente Sasuke era melhor e o instinto de proteção do irmão era mais urgente do que a vontade de revidar.

Eu nunca fui uma pessoa altruísta, nem generosa, muito pelo contrário, minha vida toda eu aprendi que é olho por olho, dente por dente. Tanto na infância, quanto na vida adulta, em que as minhas colegas estavam sempre querendo me enganar ou me roubar. Mas havia algo em mim nesse momento que não queria permitir que essa morte acontecesse, por isso não havia descido para o porão, eu sei que no momento em que eu fechar a porta que leva ao subsolo protegido de Sasuke, ele irá atirar nos dois. Ele só quer me poupar da carnificina que será.

Caminho lentamente para Sasuke, segurando seu braço com leveza, talvez se eu o forçar ele acabe atirando por acidente.

— Abaixe a arma. — Sussurro, as sobrancelhas cerradas estão quase formando uma só, seu olhar é predatório, consigo sentir a raiva de Sasuke. — Você não vai fazer isso.

— Sabe que você não manda em mim, e que se eu quiser atiro agora mesmo! — Rosna, tentando conter o impulso de gritar.

— Eu sei, assim como sei que você já poderia ter atirado, acabado com isso, mas também sei que você não quer… — Toco no ponto que lhe doi, Sasuke ama o irmão e isso pesa na decisão de executá-lo. Ambos têm uma ligação muito mais forte do que a Organização ou até mesmo a relação carnal que temos.

Sasuke busca aprovação do irmão, mesmo que não diga e Itachi sabe que Sasuke é o único em quem pode confiar.

— Não coloque palavras na minha boca! — Fala num tom mais alto. — Ele vai ter o que os traidores merecem.

— Ele é seu irmão. E lider da Amaterasu, vai te dever a vida se você poupa-lo. — Os olhos negros estão fixos nos dois ajoelhados, e em breves momentos se cruzam com os meus. Sasuke está considerando e começo a me sentir mais aliviada.