Terror.
Olhei pra cara do Farias e fiz careta vendo ele ler um texto romântico da internet e quanto mais eu falava pra ele parar com esses carai mais ele continuava pra me estressar.
Farias: olha esse....
Terror: cala boca irmão puta merda.
Farias: "você é só minha, eu sou só do mundo, você uma daminha e eu um vagabundo, agora eu digo para te esclarecer que eu sou só de um mundo chamado você." daí você ajoelha e fala "aceita namorar comigo?"
Virei meu copo de cerveja na boca e bati ele com força na mesa fazendo ele fechar a bomba da boca.
Terror: da nem tempo de terminar de falar essa merda, sou morto na mesma hora.
Farias: porra to mais nervoso que você.
Olhei pra porta do bar vendo meio mundo entrando tudo junto, mãe, pai, tia Carol, tio Fiel, tia Liz, tio Teco, Lara, Pedrinho e foi só eles chegar que começou aquela barulheira toda porque eles já juntaram as mesa tudo do bar e começaram a falar tudo ao mesmo tempo.
Carol: cadê minhas meninas?
Terror: lá em casa, três dias pra se arrumarem pra comer uma mísera batata frita.
Liz: e você seu carai, não tava lá hoje? Luiza falou que você tava em qualquer lugar menos lá.
Farias: foi mal mamis, tava ajudando Terror num bagulho aí.
Balancei a cabeça concordando sendo que eu nem vi esse porra a tarde inteira.
Pedrinho: Farias ta é com mulher e não quer assumir esse puto.
Lara: ninguém vai te julgar não lindinho, ta todo mundo nessa mesa casado.
Terror: eu não tô não.
Escutei meu pai fazendo barulho e dei risada.
Terror: não ainda.
Meu celular começou a vibrar e eu peguei vendo foto da Luiza aparecer na tela, atendi e ela desligou fazendo as mensagens aparecer.
Levantei e falei que tava indo buscar as duas trouxa lá, maior preguiça e não tinha pra onde fugir, Anna Luiza já me fazia de Uber antes e agora que a gente ta morando juntos tenho mais de mil funções pra ela.
Parei o carro na frente de casa e buzinei vendo as duas saírem lá de dentro e virem pra cá xingando até o chão.
Luiza abriu a porta do carro e jogou uma blusa em cima de mim, olhei pra ela analisando cada detalhe e parei na barriga que tava marcadinha pelo vestido colado.
Yasmin: fala que já pediram as comida lá, pelo amor de Deus.
Anna: to morta de fome.
Terror: só se terem pedido quando eu saí porque enquanto eu tava lá só tavam sabendo gritar.
Anna: vou comer até passar mal.
Terror: cê passa mal até pelo vento que bate na tua cara.
Ela conectou o celular no bluetooth do carro e começou a tocar as músicas nada saudáveis da playlist que essa louca tem.
Maior putaria.
Yasmin: quando seu filho nascer coloca essas músicas como canção de ninar.
Terror: eu mato ela.
Ela olhou pra minha cara cantando e sorriu toda desgraçada antes de virar o rosto e mandar tchau pros moradores que cumprimentavam.
Estacionei o carro na frente do bar e vi todo mundo lá de dentro olhar pra gente, Luiza não inventa só de colocar essas músicas ela também ama colocar no máximo pra deixar bem na cara que ela chegou.
Saí do carro com a blusa dela na mão e entrei com elas que cumprimentaram todo mundo e sentaram.
Anna: pediram o que?
India: nada ainda, que que cê quer?
Anna: como assim? nada ainda?
Vilão: ué filha, deu nem tempo ainda.
Yasmin: ou Téo, trás três porções de batata.
Gritou e o menino fez um beleza anotando lá do balcão.
Anna: quatro, uma eu vou comer sozinha.
Olhei pra ela e ela alisou a mão na barriga antes de sorrir.
Anna: sozinha não né gente, eu e meu neném, vai lá pegar um doce pra mim quero aquele brigadeiro grandão.
Passou a unha de gel no meu braço arranhando e eu levantei na maior preguiça sabendo que se eu não fosse a doida ia encher o saco.
A Yasmin levantou um tempo depois com a desculpa que ia pegar um pra ela também e chegou perto de mim me entregando a caixinha que eu guardei no bolso do meu corta vento antes de voltar pra mesa.
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Lance Criminoso
RandomVidigal, Rio de Janeiro. Tempo vai nos afastar mas também vai nos encontrar, eu tô esperando cê voltar, vivendo a vida sem um amanhã. Agatha e Meucci • I d a s e v i n d a s @N-NIIH