Acordei sentindo um peso em cima de mim, abri os olhos lentamente para me acostumar com a claridade do quarto e virei o rosto para o lado, dando de cara com Haerin dormindo em meu peitoral. Sorri de imediato ao ver como ela estava fofa daquele jeito. Me levantei devagar para não acordá-la e a deixei abraçada com um dos meus ursos, fui na direção do banheiro e lavei o meu rosto, vendo o quanto eu estava inchado.
— Como eu pude acreditar naquelas palavras? – Perguntei a mim mesmo, me recordando da noite anterior.
Sai do banheiro e antes de sair do quarto, dei uma olhada na garota deitada na cama e sorri outra vez, fechando a porta para deixá-la dormir um pouco mais. Assim que me aproximei das escadas, parei por um instante vendo a televisão ligada em um programa de fórmula um, mas não tinha ninguém na sala. Desci a escadaria e caminhei ate a cozinha, parando na porta ao ver Appa Jake sentado em uma das cadeiras da mesa, brincando com os próprios dedos enquanto encarava o vaso de flores que ficava no centro da mesa.
— Appa? – O chamei em um sussurro, mas que foi alto o suficiente para ele ouvir e me olhar.
— Neném! – Ele veio na minha direção quase correndo, mas parou a poucos metros de mim com uma cara de tristeza.
Não disse nada, apenas o puxei para um abraço apertado, percebendo que eu estava errado em tudo que pensei. Appa Jake me trazia sim um ar de proteção. Não sei porque duvidei disso na noite passada, toda aquela situação me deixou confuso.
— Desculpe, desculpe por ter escondido isso de você! Se eu fui um péssimo pai pra você, por favor me perdoe... – Suplicou entre soluços altos, eu sentia meu ombro molhado por suas lágrimas.
— Não precisa pedir desculpas, Appa. O único que errou foi eu. – Me afastei dele para olhar em seu rosto e secar suas lágrimas. — Eu fui imprudente. Me desculpe.
— É claro que eu te desculpo, meu amor... – Sorriu meio as lágrimas grossas que caíam. — Eu te amo...
— Eu também te amo, Appa.
Nossa atenção foi tirada por um barulho de tosse, olhamos ao mesmo tempo na mesma direção, vendo Haerin parada na porta da cozinha nos olhando.
— Bom dia... – Sorriu mínimo pra gente, abaixando a cabeça em seguida.
— Appa. – Chamei pelo ômega mais velho. — A Hae vai morar com a gente agora.
— Vai?
— Ele não me deu escolhas. – Me entregou na cara dura.
Antes que eu pudesse mentir, o ômega saiu de perto de mim e foi na direção da garota, tocando seu rosto e fazendo um carinho na sua bochecha.
— Seja bem-vinda, querida. – Selou a testa da mais nova.
— Obrigada. – Ela sorriu gentilmente para Appa.
Logo nós três estávamos sentados na mesa do café, comendo e conversando sobre a vida de Haerin. Na noite passada não tivemos tempo de falar sobre nós dois, estávamos cansados demais para conversar e pegamos no sono rápido. A mais nova era uma alfa também, deixando a mim e Appa um tanto surpresos. Nós passamos muito tempo conversando e rindo como se o acontecido do dia anterior nunca tivesse ocorrido, e isso era bom. Hae e eu ajudamos Appa com o almoço, já que Appa Sunghoon e Jay estavam perto de chegar da delegacia.
Enquanto o ômega mais velho estava temperando a carne, Haerin estava cortando algumas verduras e eu preparava um suco para bebermos, quando ouvimos vozes bem conhecidas no cômodo ao lado, que aos poucos foram ficando mais altas com a aproximação deles. E assim que os dois alfas apareceram, foi como se a mesma carga elétrica que senti quando vi Haerin surgisse novamente quando meus olhos encontraram os de Appa Sunghoon.
— Appa...
No mesmo instante ele veio rápido na minha direção, me puxando para um abraço. Pude ouvir as batidas do seu coração aceleradas, o apertando mais em meus braços para que soubesse o que eu queria dizer.
— Tá tudo bem. – Disse ao ouvi-lo chorar, passando as mãos em suas costas para acalmá-lo. — Eu te amo... Me desculpe.
— Eu te amo mais. Me perdoe por ter escondido isso de você.
— Já passou.
Separamos o abraço e o alfa limpou o rosto molhado pelas lágrimas. Não demorou para ele notar a presença de Haerin ali, essa que continuava cortando as verduras como se nada tivesse acontecido.
— Teremos mais uma alfa na família. – Falei, atraindo a atenção do mais velho. — Haerin ficará conosco, e nada que o senhor diga vai mudar isso.
— Não é como se eu fosse rejeitar.
Appa Sunghoon foi até a mais nova, fazendo-a parar com o que estava fazendo para abraçá-la também.
— Leve o tempo que for preciso, mas você terá que me chamar de Appa também. – Afagou os fios escuros da garota, sorrindo doce para ela.
— Vai ser muito bom tê-la aqui, querida. – Appa Jake acariciou a bochecha dela. — Vamos ter alguém para ficar de olho no Jungwon.
— Que?? – Franzi a testa. — Ela é mais nova! Eu quem tenho que ficar de olho nela.
— Será mesmo? – Jay se intrometeu.
— Ninguém te chamou aqui.
— Respeita seu tio!
— Tio o meu-
— Ei! – Os dois mais velhos me impediram de terminar a frase, fazendo Hae rir.
— Vai todo mundo ficar contra mim agora?
— Sim. – Os quatro responderam ao mesmo tempo, me deixando boquiaberto.
Para esquecer daquela traição, fui terminar de ajudar Appa no almoço. Quando tudo ficou pronto, nós cinco sentamos na mesa de jantar e ficamos conversando sobre escola e trabalho. Jay contou que MinHae havia sido transferida de presídio, indo para um fora da Coreia para não ter perigo dela tentar escapar e vir atrás da gente. Haerin ficou triste com aquela notícia e eu pude compreender o lado dela. Apesar de tudo, MinHae era sua mãe e cuidou dela com todo amor do mundo, mesmo que tudo não passasse de uma farsa e ela não fosse amada de verdade. Appa Jake ficou aliviado, não deixando de confortar a alfa para ela não pensar muito nisso.
O resto do dia foi a gente assistindo alguns filmes e conhecendo um pouco mais sobre Haerin, que parecia muito feliz em estar ali conosco, o que era muito bom. Parecia que agora a família estava cem por cento completa.
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Próximo capítulo os jaywon vão começar a desenrolar melhor 👀
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Slow Down
FanfictionYang Jungwon, de dezessete anos, é um ômega mimado que vive debaixo das asas de seus pais. Além de mimado, o rapaz era muito teimoso e vivia fazendo coisas erradas pelas costas dos seus genitores, mantendo tudo em segredo. Mas toda essa sua marra é...