Capítulo 43.

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Charlie Puth tocava alto no quarto e não era um problema para nenhum de nós. Haerin estava fazendo as unhas com Minju, Danielle estava definindo seus cachos e Daniel lia uma revista em quadrinhos da Liga da Justiça. E enquanto todos faziam algo, eu estava pesquisando móveis para por no quarto dos meus bebês. Um deles eu já sabia que era uma menina e que Jay era o pai, já o outro eu não sabia nem o sexo e nem o pai. Mas independente do que fosse, o quarto inteiro seria de cor verde e branco.

— Pelo visto começaram a diversão sem mim. – Sunoo apareceu na porta do quarto com várias sacolas em suas mãos.

— Você demorou, mas nem começamos o que de fato iríamos fazer, exagerado. – Falei deixando meu laptop de lado para ir até ele e ajudá-lo com as sacolas, colocando-as na minha escrivaninha.

— O que trouxe pra gente comer? – Daniel perguntou já se levantando para olhar o que tinha nas sacolas.

— Primeiro, eu nem sei quem é você. Segundo, comida não é o importante agora, e sim isso. – Mostrou uma pasta branca com o nome do hospital em que eu faço meu pré-natal, no mesmo momento eu gelei; era o resultado do outro feto.

— Abre logo. – Haerin pediu, ou melhor, mandou.

— Calma ai, apressadinha. – O ômega me olhou e colocou a pasta no nosso meio. — Você abre ou eu?

— Você. – Respondi apreensivo, me sentando na cadeira outra vez para não ter perigo de cair quando descobrir o sexo e o pai.

Tudo ficou tenso no momento em que ele abriu a pasta e tirou um papel de dentro. Levou alguns minutos para ele dar um olhada no que tinha ali, logo olhando para todos os presentes no quarto, para enfim, olhar para mim.

— Então? – Minju quebrou o silêncio, me fazendo ter mais medo da resposta.

— É um menino.

Todos nós arregalamos os olhos e Daniel gritou.

— Vou ensinar ele a fazer site pirata.

— Tá doido? – Danielle deu um peteleco na testa dele, acabei rindo por sua reação.

— E o pai? – Haerin perguntou e eu voltei a ficar apreensivo.

Sunoo fez suspense mais uma vez, dando uma outra olhada no papel como se quisesse ter certeza de que leu certo.

— Nishimura Riki.

Tudo ficou em silêncio, e pude ter a certeza que dava para ouvir meus batimentos cardíacos quando todos olharam na minha direção. Eu já esperava aquilo, mas ainda sim era uma surpresa pra mim.

— Quem é esse? – Danielle perguntou e eu olhei para Sunoo em um pedido mudo para que ele respondesse por mim.

— Meu irmão.

Voltaram a ficar em silêncio até o momento em que Appa Sunghoon apareceu no quarto depois de chegar do trabalho.

— O que aconteceu? Por que estão com essas caras?

Sunoo apenas entregou o papel nas mãos dele e veio na minha direção, me abraçando com cuidado. Olhei para o alfa parado na porta e senti vontade de chorar ao vê-lo mudar sua expressão de preocupação para uma de raiva.

— E onde tá esse moleque? – Jogou a pasta e o papel na cama, veio na minha direção e ficou parado na minha frente.

— Na casa da namorada dele. – O Kim respondeu ainda acariciando meu ombro.

— E você sabe onde ela mora? – Sunoo assentiu. — Então me leva lá, agora.

O ômega selou minha testa antes de sair junto de Appa Sunghoon.

— Ele vai assumir? – Daniel quebrou o silêncio que se instalou no quarto.

— Meu pai vai obrigá-lo a fazer isso, então sim. – Falei com uma sensação esquisita no peito.

— Ei. – Minju veio até mim e se agachou na minha frente. — Tá tudo bem, ok? Nós estamos aqui com você, não vamos deixar nada de ruim acontecer.

— Verdade, Hyung. Você já é especial pra gente! – O beta disse com um sorriso no rosto.

— É tão especial que eu vou fazer mais brigadeiro pra você! – Danielle disse e saiu puxando Haerin para fora do quarto.

— Meu Deus, se elas não virarem namoradas, eu mudo de nome. – O beta brincou, fazendo Minju e eu rirmos da sua fala.

Para me distrair disso e não pensar em como Appa obrigaria Niki a assumir meu bebê, continuei vendo móveis bonitos e baratos para poder comprar e decorar o quarto das crianças. Minju e Daniel me ajudaram, dando sugestões de como poderia ser a decoração e em como poderiam ajudar em alguma coisa, me deixando muito contente com a ideia de ter pessoas para me ajudar com aquilo.

Logo depois disso, Appa Jake chegou de uma consulta com tia Shuhua e eu contei a novidade para eles, recebendo total apoio e sendo muito mimado para esquecer um pouco disso por enquanto. Mas é óbvio que eu lembrei disso no momento em que ouvi o barulho do carro de Appa Sunghoon chegar, mas logo em seguida outro veículo chegou e eu fiquei confuso. Quem seria?

Todo mundo se juntou na sala no momento em que Sunoo apareceu e não estava com uma cara muito boa, o que foi o suficiente para me fazer temer o que viria pela frente. Então Appa Sunghoon entrou dentro de casa e lançou um olhar mortal para o lado de fora, e não demorou para que Niki aparecesse e, em seguida, Jay também entrou.

Meu coração disparou no mesmo momento, me fazendo cair sentado no sofá. Appa Jake ficou ao meu lado e Daniel buscou um copo d'água pra mim, sentando-se do meu outro lado para acariciar minhas costas. Pude sentir o olhar dos três alfas na nossa direção.

— Então, vocês já sabem o assunto que iremos tratar aqui. – Appa Sunghoon começou a falar e caminhou até o centro da sala, olhando fixamente para os dois alfas a sua frente. — Já conversei com os dois e sabem que posso muito bem mandar um pra cadeia e processar os pais do outro.

— Amor, isso é demais, não? – Appa Jake proferiu.

— Meus netos não vão crescer sem outra figura paterna. Não vou cometer o mesmo erro duas vezes. – Olhou pra mim com um olhar de culpa, me fazendo abaixar a cabeça. — E também, já sabem que não irão ter nenhum vínculo amoroso com o meu filho, amarão apenas os filhos de vocês.

— Pelo que eu entendi no seu recado, eu seria pai dos dois bebês. – Jay se pronunciou.

— Era o que eu pensei, mas o resultado do outro bebê chegou hoje e esse garoto que é o pai.

— Só pode ser brincadeira. – O Park revirou os olhos, dando uma olhada em Niki.

— Não é, Jongseong. É uma situação delicada e vocês dois terão que ser maduros para encarar.

— Eu vou ter que ver ele todos os dias? – Niki falou pela primeira vez desde que chegou, referindo-se a Jay.

— Isso já não é comigo, o que eu quero é que vocês assumam o papel de pai dos meus netos. Eu vou ter que aceitar a vinda de vocês aqui, mas não vou tolerar nenhuma interação romântica com o meu filho.

— Isso vale só pra nós dois? – Jay perguntou de forma indireta, olhando pra mim e para Daniel.

— Saibam que Sunoo é o único que não é capaz de fazer o que vocês tem capacidade. Então isso vale pra outra pessoa também.

Ouvi um resmungo baixo de Daniel e eu me controlei para não soltar uma risada alta.

— Os três podem conversar agora, mas tenham limites. – O alfa disse e me olhou como se estivesse liberando minha passagem.

Assim, sai da sala junto dos dois alfas para podermos conversar.

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