Capítulo 42.

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Park Jongseong

Depois de bastante tempo no parque com as gêmeas, decidi levá-las para tomar um sorvete ali perto. Enquanto seguiamos caminho até a sorveteria, Mia bebia água em sua garrafinha da TinkerBell e Lia cantarolava sua música preferida de um urso verde chamado Gummy Bear. Assim que chegamos no estabelecimento, as deixei sentadinhas em alguma mesa e fui fazer o pedido. Estava acostumado a ir lá com as meninas, então a atendente já sabia o sabor que iria pedir. Voltei a mesa com os sorvetes e entreguei o favorito de cada um, sentando-me ao lado de Lia, já que o lugar ao lado de Mia estava ocupado pelo Sr. Tartaruga.

— Tio, por que o senhor não tem namorada? – A de trancinhas perguntou de um jeito inocente que me fez rir.

— O tio não quer ninguém no momento. – Respondi levando um pouco do sorvete de flocos até a boca.

— Por que?

— Você é novinha demais para entender, quando crescer, o tio explica, tá?

— Mas e se o senhor tiver arranjado alguém quando eu crescer?

— Mesmo assim eu te explico. Agora come para podermos voltar pra casa.

É óbvio que quando elas terminaram, elas pediram mais e eu não conseguia negar nada as gêmeas. Chegamos em casa quase no final do dia, depois de levá-las outra vez ao parque e só irmos embora quando Lia ficou com sono. A carreguei no colo até em casa, observando Mia na minha frente, brincando de amarelinha nos quadrados da calçada. Quando adentramos a residência, Yunah estava sentada no sofá da sala com seu laptop no colo, e assim que me viu, levantou-se e pegou a menininha dormindo no meu colo, levando para o andar de cima junto de Mia.

A casa estava silenciosa, provavelmente Yunjin e Chaewon saíram juntas e Taki tinha treino naquele horário, deixando Yunah sozinha. Por mais que eu amasse muito meus sobrinhos, parecia que os dois mais velhos sempre estavam distantes, evitando estar perto de mim e isso me deixava triste. É a adolescência, era o que Yunjin sempre dizia quando eu falava da minha frustração por não ter tanta proximidade deles.

Eu nunca fui um amigo, irmão e filho presente, sempre estava ocupado com o trabalho e não tinha tempo para falar com quase ninguém, mas sempre me esforcei para não deixar nenhum momento com meus sobrinhos passarem. Mesmo que não tivessem meu sangue, não deixavam de ser da família, e o amor que sentia por eles sempre foi intenso. Eu faria de tudo por essas crianças.

Quando Yunah nasceu, eu não sai de perto dela em momento algum, e desde que ela criou consciência, a ensinei muitas coisas para que não sofresse no mundo. Principalmente o mundo de alfas. Por isso a matriculei em aulas de karatê em um certo tempo.

Com Taki não foi diferente; eu sempre fui o único homem da minha família, tirando o meu pai, então ter uma outra companhia masculina seria ótimo. Lembro bem da época em que o coloquei em aulas de jiu-jitsu para se defender dos garotos que mexiam com ele na escola.

E as gêmeas nem se falam. Quando elas vieram ao mundo, foi como se uma nova luz se acendesse na minha vida. Elas tinham os traços de Chaewon; delicados. Meu sonho sempre foi ser pai de duas meninas, e logo me veio duas sobrinhas maravilhosas que eu faço de tudo para não deixá-las tristes.

— Tio. – A voz um pouco alta de Yunah me fez sair dos meus pensamentos, olhando em sua direção e esperando que falasse algo. — Tem um recado para o senhor no telefone fixo.

— Recado?

— Sim, é da Coreia. – Franzi o cenho, confuso; quem estaria querendo falar comigo? — A pessoa se identificou como Park Sunghoon.

Meu coração parou por um certo momento e mil pensamentos se passaram na minha cabeça.

— Ok, obrigado por avisar, princesa. – Agradeci com um meio sorriso e felizmente ela retribuiu com um outro sorriso.

Fui até o telefone fixo e apertei no botão que dava acesso a todos os recados deixados. Apertei várias vezes para chegar ao recado de Sunghoon, já que vários outros tinham sido deixados ali por outras pessoas.

Oi Jongseong, aqui é Park Sunghoon.

Engoli seco ao ouvir sua voz depois de tanto tempo, temendo o que ele fosse falar.

Eu jurei pra mim mesmo que nunca mais iria ver sua cara, mas infelizmente eu vou ter que te aguentar por mais tempo do que eu imaginava.

Fiquei confuso. O que ele estava querendo dizer?

O Jungwon engravidou. Você foi o responsável por isso e não adianta tentar fugir, porque eu irei atrás de você caso não queira assumir o seu papel de pai dessas crianças. Eu te darei vinte e quatro horas para chegar na Coreia, caso contrário, vou atrás de você onde quer que esteja.

Eu estava em choque, não era possível isso estar acontecendo... Ou é? Jungwon está grávido... Eu o engravidei. E são dois... Dois bebês! Tem como algo assim acontecer depois de tantas desgraças?

Meus olhos se encheram d'água, eu não conseguia acreditar. Meu coração palpitava rápido e fiquei rapidamente eufórico com essa notícia.

Meu aniversário já passou e eu ganhei um presente. Natal está chegando e eu já ganhei um presente!

— Jay! Cadê as meninas? – Yunjin apareceu na sala de estar junto de Chaewon, elas seguravam várias sacolas em mãos.

— Yun, eu vou ser pai! Da pra acreditar?? Eu vou ser pai! – Gritei e pulei nos braços da mais nova, sentindo as lágrimas de alegria rolarem pelas minhas bochechas.

— Como é?

— O Jungwon! Ele tá grávido! E eu sou o pai! O Sunghoon ligou pra avisar e... Meu Deus! Eu tenho que arrumar minhas coisas!

Antes que eu saísse correndo pra poder ir arrumar minhas malas, Yunjin me segurou pelo braço.

— Vai se acalmando aí! Eu já resolvi isso.

— Como assim?

— O recado chegou quando eu ainda estava em casa, e eu ouvi, é claro. Chae e eu não perdemos tempo em comprar as passagens e amanhã de manhã todos nós iremos para a Coreia.

Arregalei os olhos com a confissão, mais uma vez entrando em estado de choque.

— Quero conhecer meu cunhado. – Brincou. — Todas as malas já estão prontas, aliás. Não se preocupe.

— Você é incrível!

Slow DownOnde histórias criam vida. Descubra agora