Capítulo 49.

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Meus olhos se abriram lentamente, mas logo os fechei outra vez ao sentir os raios de luz no meu rosto. Tentei me mexer, mas meu corpo estava dolorido e desisti no mesmo instante. Aos poucos, consegui enxergar o local em que estava, me sentindo um pouco assustado ao notar estar no hospital. Não vi ninguém ali, o que me deixou mais preocupado ainda.

Só que, ao tocar minha barriga, a senti pequena; vazia. Com receio, olhei para baixo e confirmei o que pensei. Meus olhos se encheram d'água e eu desejei gritar, mas minha garganta estava dolorida, como se um nó tivesse se formado nela. Minha cabeça também doía, eu estava tonto e via tudo embaçado.

Meu desespero passou por um momento ao ver Appa Sunghoon adentrar o quarto, me fazendo sorrir meio tristonho. As lágrimas querendo sair a todo custo.

— Já acordou, meu bem? – Sua voz era suave, mas pelo seus olhos vermelhos e inchados, a situação era o contrário da forma que ele falava. — Como se sente?

— Dolorido... – Senti o toque de sua mão na minha; Appa estava gelado. — Cadê eles? Meus bebês... Onde eles estão, Appa? Onde?

— Eles estão bem, querido. Estão se recuperando, tá? – Acariciou meu rosto, e só aí eu notei que já estava chorando. — Jay e Niki estão lá...

— O que aconteceu?

— A bolsa estourou, você desmaiou no caminho e acabou tendo um sangramento. Por pouco você não os perdeu.

— Mas... Eles estão...

— Prematuros, sim, estão! Mas Heeseung está responsável por eles. Vai ficar tudo bem, ok?

— Como eles são? – Perguntei com a voz trêmula, um misto de felicidade e tristeza.

Appa Sunghoon sorriu de um jeito bobo, soltando uma risada ao final.

— A menina é linda, tem seus olhos. O menino é idêntico ao Niki, diria que é um pouco feio.

— Appa! – Dei um tapa em seu ombro, vendo-o rir e se desculpar.

— Estou brincando! Ele também é lindo.

Meu peito se aqueceu, me sentindo ansioso para conhecê-los logo.

— Heeseung disse que você vai ficar em observação por alguns dias, os bebês também, principalmente o nosso garotinho.

— Eu quero vê-los...

— Você está liberado para ir visitá-los amanhã, porque pode estar melhor para conseguir andar. Agora, você tem que descansar, entendeu? Nada de tentar se esforçar.

— Entendi, Appa...

Depois dali, recebi a visita de meus amigos, Haerin e Appa Jake. Nem Jay e muito menos Niki apareceram ali naquele dia, o que me deixou um pouco triste por não poder saber da saúde dos nossos filhos.

No dia seguinte, eu tomei banho com a ajuda de Sunoo, já que ainda estava impossibilitado de ficar em pé totalmente sozinho. Infelizmente tive que fazer a cesária, durante o parto estava desmaiado e não tinha como colocar forças para ter os bebês, então ficaria três meses me recuperando do corte.

Sunoo me ajudou a me vestir, trouxe comida pra mim e limpou onde havia sido cortado, já que deveria ter o maior cuidado com aquilo para não acabar rompendo.

— Como se sente? – Perguntou enquanto amarrava os cadarços do meu sapato.

— Esquisito. – Falei levando uma colher de sopa até a boca, engolindo contragosto; as comidas de hospital não eram as melhores e era proibido levar comida de casa. — É ruim depender das pessoas para conseguir fazer as coisas.

— São só três meses, vai passar rápido. – Levantou-se do chão, ficando na minha frente.

— Mas e você? Como anda a vida?

— Bem, eu acho. – Começou a arrumar meu cabelo, tirando alguns fios do meu rosto. — Estou feliz por você e os bebês estarem bem. Só acho que devemos escolher logo os nomes, não?

— Conversei sobre isso com meu Appa Jake e acho que já decidi.

— E quais são?

— Julie e Nicholas.

— As iniciais são pra combinar com os pais? – Riu nasal.

— Fica legal, não?

— Claro que fica. Mas o que eles acharam disso?

— Eles não vieram me ver até agora... Mas já estou decidido e assim que melhorar irei ao cartório.

— Pensei que eles tivessem sido os primeiros a virem, que estranho...

Dei de ombro e continuei comendo a sopa enquanto Sunoo terminava de arrumar algumas coisas do quarto.

Assim que terminei, ele me ajudou a descer da maca e nós andamos pelo hospital até onde meus filhos estavam. Eles ficaram em um local mais reservado já que ambos nasceram prematuros, então foi um pouco demorado pra chegarmos lá; até porque eu não conseguia andar rápido e tinha que me apoiar em Sunoo e nas paredes.

Quando as portas do elevador abriu no andar em que eles estavam, me apoiei no Kim e ele me levou até a sala onde os nenéns estavam. Não podíamos entrar ainda, então tive que me contentar em vê-los pelo vidro.

Julie era linda e enorme, nasceu com pouco cabelo e eles eram em um preto bem escuro, parecendo carvão. Nicholas já tinha bastante cabelo e era pequeno, uns cinco centímetros menor que a irmã e estava com os olhos bem abertos. Lindos olhos. Os mesmos do Niki.

— São tão lindos... – Falei com lágrimas nos olhos, sentindo o abraço de Sunoo. — Como pode?

— Três pais bonitos, é óbvio que as crianças iriam nascer maravilhosas. – Disse com um sorriso no rosto, me fazendo sorrir também. — Só sei que o Sunghoon está babando e muito esses dois. Haerin acha que ele vai babar mais que o filho que Jake está esperando.

Acabei rindo de suas palavras, imaginando o quanto Appa Sunghoon amou ver os netos.

— Eu estava procurando por vocês! – A voz de Daniel nos fez tirar a atenção do bebê. — Me avisaram que estavam aqui. E ai? Se sente melhor?

— Um pouco só.

Sorrimos um para o outro e o mestiço fez um gesto de falar com Sunoo, mas o ômega virou o rosto sem jeito, voltando a olhar para os bebês.

Estranhei a estranheza dos dois, mas não disse nada para não estragar o clima.

Ficamos ali por bastante, observando meus nenéns sendo bem cuidados pelas enfermeiras até que cansei de ficar em pé e eles me levaram para o quarto outra vez.

Sunoo, ainda estranho, se retirou dali dizendo que iria procurar por Niki, deixando eu e Daniel sozinhos.

— Ok, agora me diz o que aconteceu entre vocês dois.

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⏰ Última atualização: Oct 29 ⏰

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