Meus olhos se abriram lentamente, mas logo os fechei outra vez ao sentir os raios de luz no meu rosto. Tentei me mexer, mas meu corpo estava dolorido e desisti no mesmo instante. Aos poucos, consegui enxergar o local em que estava, me sentindo um pouco assustado ao notar estar no hospital. Não vi ninguém ali, o que me deixou mais preocupado ainda.
Só que, ao tocar minha barriga, a senti pequena; vazia. Com receio, olhei para baixo e confirmei o que pensei. Meus olhos se encheram d'água e eu desejei gritar, mas minha garganta estava dolorida, como se um nó tivesse se formado nela. Minha cabeça também doía, eu estava tonto e via tudo embaçado.
Meu desespero passou por um momento ao ver Appa Sunghoon adentrar o quarto, me fazendo sorrir meio tristonho. As lágrimas querendo sair a todo custo.
— Já acordou, meu bem? – Sua voz era suave, mas pelo seus olhos vermelhos e inchados, a situação era o contrário da forma que ele falava. — Como se sente?
— Dolorido... – Senti o toque de sua mão na minha; Appa estava gelado. — Cadê eles? Meus bebês... Onde eles estão, Appa? Onde?
— Eles estão bem, querido. Estão se recuperando, tá? – Acariciou meu rosto, e só aí eu notei que já estava chorando. — Jay e Niki estão lá...
— O que aconteceu?
— A bolsa estourou, você desmaiou no caminho e acabou tendo um sangramento. Por pouco você não os perdeu.
— Mas... Eles estão...
— Prematuros, sim, estão! Mas Heeseung está responsável por eles. Vai ficar tudo bem, ok?
— Como eles são? – Perguntei com a voz trêmula, um misto de felicidade e tristeza.
Appa Sunghoon sorriu de um jeito bobo, soltando uma risada ao final.
— A menina é linda, tem seus olhos. O menino é idêntico ao Niki, diria que é um pouco feio.
— Appa! – Dei um tapa em seu ombro, vendo-o rir e se desculpar.
— Estou brincando! Ele também é lindo.
Meu peito se aqueceu, me sentindo ansioso para conhecê-los logo.
— Heeseung disse que você vai ficar em observação por alguns dias, os bebês também, principalmente o nosso garotinho.
— Eu quero vê-los...
— Você está liberado para ir visitá-los amanhã, porque pode estar melhor para conseguir andar. Agora, você tem que descansar, entendeu? Nada de tentar se esforçar.
— Entendi, Appa...
Depois dali, recebi a visita de meus amigos, Haerin e Appa Jake. Nem Jay e muito menos Niki apareceram ali naquele dia, o que me deixou um pouco triste por não poder saber da saúde dos nossos filhos.
No dia seguinte, eu tomei banho com a ajuda de Sunoo, já que ainda estava impossibilitado de ficar em pé totalmente sozinho. Infelizmente tive que fazer a cesária, durante o parto estava desmaiado e não tinha como colocar forças para ter os bebês, então ficaria três meses me recuperando do corte.
Sunoo me ajudou a me vestir, trouxe comida pra mim e limpou onde havia sido cortado, já que deveria ter o maior cuidado com aquilo para não acabar rompendo.
— Como se sente? – Perguntou enquanto amarrava os cadarços do meu sapato.
— Esquisito. – Falei levando uma colher de sopa até a boca, engolindo contragosto; as comidas de hospital não eram as melhores e era proibido levar comida de casa. — É ruim depender das pessoas para conseguir fazer as coisas.
— São só três meses, vai passar rápido. – Levantou-se do chão, ficando na minha frente.
— Mas e você? Como anda a vida?
— Bem, eu acho. – Começou a arrumar meu cabelo, tirando alguns fios do meu rosto. — Estou feliz por você e os bebês estarem bem. Só acho que devemos escolher logo os nomes, não?
— Conversei sobre isso com meu Appa Jake e acho que já decidi.
— E quais são?
— Julie e Nicholas.
— As iniciais são pra combinar com os pais? – Riu nasal.
— Fica legal, não?
— Claro que fica. Mas o que eles acharam disso?
— Eles não vieram me ver até agora... Mas já estou decidido e assim que melhorar irei ao cartório.
— Pensei que eles tivessem sido os primeiros a virem, que estranho...
Dei de ombro e continuei comendo a sopa enquanto Sunoo terminava de arrumar algumas coisas do quarto.
Assim que terminei, ele me ajudou a descer da maca e nós andamos pelo hospital até onde meus filhos estavam. Eles ficaram em um local mais reservado já que ambos nasceram prematuros, então foi um pouco demorado pra chegarmos lá; até porque eu não conseguia andar rápido e tinha que me apoiar em Sunoo e nas paredes.
Quando as portas do elevador abriu no andar em que eles estavam, me apoiei no Kim e ele me levou até a sala onde os nenéns estavam. Não podíamos entrar ainda, então tive que me contentar em vê-los pelo vidro.
Julie era linda e enorme, nasceu com pouco cabelo e eles eram em um preto bem escuro, parecendo carvão. Nicholas já tinha bastante cabelo e era pequeno, uns cinco centímetros menor que a irmã e estava com os olhos bem abertos. Lindos olhos. Os mesmos do Niki.
— São tão lindos... – Falei com lágrimas nos olhos, sentindo o abraço de Sunoo. — Como pode?
— Três pais bonitos, é óbvio que as crianças iriam nascer maravilhosas. – Disse com um sorriso no rosto, me fazendo sorrir também. — Só sei que o Sunghoon está babando e muito esses dois. Haerin acha que ele vai babar mais que o filho que Jake está esperando.
Acabei rindo de suas palavras, imaginando o quanto Appa Sunghoon amou ver os netos.
— Eu estava procurando por vocês! – A voz de Daniel nos fez tirar a atenção do bebê. — Me avisaram que estavam aqui. E ai? Se sente melhor?
— Um pouco só.
Sorrimos um para o outro e o mestiço fez um gesto de falar com Sunoo, mas o ômega virou o rosto sem jeito, voltando a olhar para os bebês.
Estranhei a estranheza dos dois, mas não disse nada para não estragar o clima.
Ficamos ali por bastante, observando meus nenéns sendo bem cuidados pelas enfermeiras até que cansei de ficar em pé e eles me levaram para o quarto outra vez.
Sunoo, ainda estranho, se retirou dali dizendo que iria procurar por Niki, deixando eu e Daniel sozinhos.
— Ok, agora me diz o que aconteceu entre vocês dois.
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Slow Down
FanfictionYang Jungwon, de dezessete anos, é um ômega mimado que vive debaixo das asas de seus pais. Além de mimado, o rapaz era muito teimoso e vivia fazendo coisas erradas pelas costas dos seus genitores, mantendo tudo em segredo. Mas toda essa sua marra é...