Capítulo 12

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No dia seguinte, Freen e Rebecca estavam na estrada às oito da manhã, determinadas a aproveitar o sol ao máximo. Elas desceram o caminho íngreme e seguiram para a rua principal, o lago brilhava ao lado. Freen havia feito as malas para o clima instável, mas a previsão era de que a temperatura subisse para vinte e cinco graus, então vestiu jeans rasgado e camiseta. Enquanto isso, as pernas tonificadas de Rebecca estavam cobertas com jeans preto. Freen a observou enquanto dirigia, assim como os músculos de seus antebraços que flexionavam a cada manobra. A empresa de bricolagem a mantinha em forma.

Depois das revelações da noite anterior, o sorriso de Rebecca esta manhã era muito mais genuíno. Como se depois de tirar o peso dos ombros, ela pudesse relaxar. Se a moça carregava isso no dia a dia, era uma maravilha que fosse capaz de viver. Talvez seja esse o motivo para ela não ter um relacionamento sério há muito tempo. Quando não as pessoas não podiam ser elas mesmas, era difícil deixar alguém entrar. Para Rebecca, se assumir não tinha relação com sua sexualidade. Mas com a culpa do sobrevivente.

Elas dirigiram para fora da cidade e ao longo do lago, as colinas à direita cobertas de flores amarelas. Em cinco minutos, chegaram em trecho de estrada com lagos em ambos os lados e nenhum carro à vista.

Freen respirou fundo.

- Nunca vou superar a vastidão das Terras Altas. Nós somos tão pequenos se comparado a isso.

Rebecca sorriu.

- Somos pequenos, mas podemos deixar nossa marca se quisermos.

- Até sua irmã. - Freen olhou para a direita, sem saber se havia passado dos limites, mas Rebecca sorriu de um jeito irônico.

- Especialmente ela. É incrível o que se pode guardar em dezessete anos. - Ela suspirou. - Não consegui dormir ontem à noite pensando nela, mas estou feliz por ter falado a respeito. Você não a conhecia, então não tem nenhuma ideia preconcebida. A Nadia era especial, mas às vezes sinto que me perco em suas memórias.

- Você não acha que deveria dizer isso a seus pais?

Rebecca balançou a cabeça com tristeza.

- Richie e eu tentamos. Mas eles são muito bons em evitar o que não querem lidar.

Elas dirigiram por mais um tempo em silêncio. O cenário era mais que suficiente para manter Freen ocupada. Passaram por ruínas de um castelo, e Rebecca quebrou o silêncio bruscamente depois que um carro saiu de um acostamento sem aviso prévio. Ela xingou em voz alta quando o carro derrapou até parar.

Rebecca pensava em Nadia toda vez que vinha até aqui? Quanto tempo a moça levou para dirigir depois do acidente?

Alguns quilômetros adiante, elas viraram e seguiram por uma trilha menor, onde só cabia um único carro. Freen apertou o assento com força enquanto Rebecca dirigia sobre picos e curvas acentuadas. Ela fazia tudo com facilidade.

- Você se acostuma - ela disse a Freen.

Por fim, o oceano apareceu, um oásis azul e dourado bem à frente. O carro vibrou enquanto passavam por uma grade de aço. Freen avistou ovelhas nas colinas, mas nenhuma vaca. À esquerda, uma série de trailers e barracas aproveitavam ao máximo a vista para o mar. Elas passaram por uma pequena cabana de madeira, anunciando café da manhã e presentes. À direita, colinas verdes e rochosas desciam até o mar. Rebecca virou à direita para o estacionamento, então parou.

Freen sentiu o cheiro da maresia enquanto elas fechavam as portas. A areia sob os pés delas levantou enquanto caminhavam para a grama e de volta ao caminho principal até a cabana de madeira. Uma mulher de cabelo ruivo estava sentada na varanda. Ela vestia macacão jeans e lia algo no Kindle. Olhou para cima quando ouviu os passos das jovens, e seu rosto redondo se contorceu em um sorriso quando viu Rebecca. Ela se levantou ea puxou para um longo abraço.

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