A Noite que Mudou Tudo

119 11 24
                                    


Ao começar o filme, Bakugou abriu a garrafa de vinho e serviu duas taças, entregando uma para Uraraka. Eles se acomodaram no sofá para assistirem.

— Esse filme é um clássico — Uraraka comentou, dando um gole no vinho e se aconchegando no sofá.

— Se você diz — Bakugou resmungou, mas havia um toque de brincadeira em sua voz.

Conforme o filme avançava, a proximidade entre eles se intensificava. Em um momento, sem pensar muito, Uraraka se encostou no ombro de Bakugou, que, surpreendentemente, não se afastou. Pelo contrário, ele se ajustou para que ela ficasse mais confortável.

Bakugou, que estava observando mais Uraraka do que o filme, sentiu algo novo e intenso. Ele não podia acreditar em como estava sendo afetado por aquela situação, por aquela garota ao seu lado.

Enquanto o filme avançava para o poema final de Kat, Bakugou se sentiu estranhamente sentimental.

— "Mas principalmente, eu odeio o jeito como eu não te odeio. Nem um pouco, nem por um segundo..." — Bakugou recitou junto com o filme, olhando para Uraraka.

Ela o olhou, surpresa, e começou a rir.

— Bakugou, você está bêbado? — ela perguntou, ainda rindo.

— Você já pensou que, talvez, nós somos como eles? — perguntou ele, com a voz mais suave do que o usual.

Uraraka riu levemente, virando-se para ele.

— Está ficando sentimental, Bakugou? — brincou ela, mas havia um brilho em seus olhos.

— Talvez eu tenha bebido demais — ele disse, e antes que ela pudesse responder, ele inclinou-se e a beijou.

Os lábios de Bakugou tocaram os de Uraraka com uma suavidade que ela não esperava. Foi um beijo terno, mas cheio de emoção reprimida, um momento que parecia durar uma eternidade e, ao mesmo tempo, passou rápido demais. Quando se separaram, Uraraka tocou os lábios, ainda surpresa com o que havia acontecido. Ela colocou uma mão no peito dele, criando uma pequena distância.

— Bakugou... — Disse ela tocando nos lábios — Eu... eu não quero ser só mais uma que você fica, brinca e depois descarta — disse ela, com a voz tingida de vulnerabilidade.

Bakugou franziu a testa, claramente ofendido.

— Você não e igual as outras — ele falou com sua voz mais baixa, mas com um tom de seriedade. — Eu nunca faria isso com você, Uraraka. Você é diferente.

Ela olhou para ele, tentando discernir a sinceridade em suas palavras. Havia algo nos olhos dele, uma honestidade crua que ela não tinha visto antes. Lentamente, ela relaxou a mão e suspirou.

— Desculpe, é só... tudo isso é muito novo para mim — admitiu ela, desviando o olhar.

Bakugou suspirou, apoiando a testa na dela. Ele também estava confuso, mas havia uma certeza crescente dentro dele.

— Eu sei, Uraraka. É tudo muito estranho e confuso. Mas, às vezes, as coisas mudam de maneiras que a gente não espera — disse ele, com a voz suave. — Talvez a gente nunca tenha se odiado de verdade. Talvez fosse só a forma que encontramos para lidar com... isso.

Uraraka olhou para ele, os olhos refletindo a mesma confusão e vulnerabilidade que sentia.

— É difícil de acreditar que você, o cara que sempre me desafiou e me irritou, poderia ser alguém que eu... — ela parou, tentando encontrar as palavras certas. — Que eu poderia gostar de verdade.

Missão de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora