Sem mais segredos

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O sol começava a se pôr enquanto Bakugou treinava sozinho no campo da U.A. As explosões soavam pelo espaço, mostrando a intensidade de seus movimentos e força que ele colocava em cada ataque. Ele estava imerso em seu treino, ignorando tudo ao seu redor.

De repente, ele ouviu passos se aproximando e se virou, para ver Midoriya caminhando em sua direção. Bakugou franziu o cenho, já se sentindo irritado com a interrupção.

— O que você quer, Deku? — Bakugou perguntou com a voz rouca, claramente incomodado.

Midoriya parou a alguns metros de distância, havia um nervosismo em seus olhos.

— Kacchan, eu preciso falar com você — Midoriya falou meio hesitante. — É sobre a Uraraka.

Bakugou ergueu uma sobrancelha e sua expressão endureceu.

— O que tem ela? — ele perguntou cruzando os braços e encarando Midoriya com um olhar afiado.

Midoriya respirou fundo, como se estivesse se preparando para algo difícil.

— Eu... eu cometi um erro ao terminar com ela. Achei que estava fazendo a coisa certa, focando na minha carreira de herói, mas... acho que ainda tenho sentimentos por ela. E eu queria saber... você acha que ela ainda sente algo por mim?

Bakugou sentiu uma onda de raiva subir dentro de si, mas ele manteve seu rosto impassível, controlando-se para não explodir de imediato. A ideia de Midoriya tentando voltar para Uraraka o irritava profundamente, mas ele sabia que precisava lidar com isso de maneira passível.

— Sinto muito em te dizer, mas com certeza não — Bakugou respondeu com seu tom seco. — Uraraka já superou você.

Midoriya franziu o cenho, parecendo confuso e um pouco desanimado.

— Como você tem tanta certeza? — ele perguntou.

Bakugou apertou os olhos, dando um passo à frente, sua voz agora ficou mais baixa, mas ainda cheia de intensidade.

— Porque eu sei, Deku. E, se você tiver um pingo de inteligência, vai entender que é melhor deixar isso pra lá. Foca no que você decidiu, em ser o herói número um e tudo mais. Deixe a Uraraka seguir em frente também.

Midoriya mordeu o lábio, parecendo pensar sobre as palavras de Bakugou. Ele olhou para o chão por um momento, antes de voltar a encarar Bakugou.

— Sabe, Kacchan, você nunca foi do tipo que se importa com os outros... pelo menos, não de forma óbvia. Mas, ultimamente, eu tenho percebido que você e a Uraraka estão... mais próximos. Tipo, muito mais próximos do que antes. Você ficou furioso quando eu terminei com ela, como se tivesse alguma coisa a ver com isso. E depois, ela passou aquela semana na sua casa depois da missão... — Midoriya hesitou, como se estivesse juntando as peças do quebra-cabeça. — Por que você se importa tanto com ela agora?

— Deku, você está falando besteira. Só porque eu me irritei com a sua estupidez não significa que eu tenha algum tipo de obrigação de te explicar nada. — Bakugou falou em um tom impaciente. — E sobre ela ter ficado na minha casa, foi porque isso era o mais prático e também minha mãe adora aquela cara redonda.

Midoriya o olhou claramente não convencido.

— Eu não sei, Kacchan... Isso tudo ainda parece meio suspeito. Você e ela nunca foram tão... próximos assim. E agora, de repente, você está aí, todo protetor. Parece que tem algo mais que você não está me contando.

Bakugou bufou de irritação e deu um sorriso cínico.

— Quer saber, Deku? A sua cabeça cheia de teorias só vai te trazer problemas. A verdade é que Uraraka já seguiu em frente, e você deveria fazer o mesmo. Eu não tenho que te explicar porra nenhuma. E quanto a mim e a ela, não é da sua conta. Você teve sua chance e jogou fora. Agora, se fosse você, eu me preocuparia mais em não me distrair com coisas que não te dizem respeito.

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