Dever e Coração

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Bakugou acordou antes do despertador, como sempre. O quarto estava escuro, mas ele estava acostumado. O frio da madrugada mal o incomodava enquanto ele começava sua rotina: lavar o rosto, vestir a camiseta o casaco de sempre, e pegar sua maleta. Lá dentro, o uniforme de herói estava perfeitamente dobrado e organizado, do jeito que ele gostava. Tudo pronto.

Enquanto saía do quarto, Bakugou deu uma olhada rápida em direção ao quarto de Uraraka. Ele balançou a cabeça, com um sorrisinho de canto. Era estranho como ele se pegava pensando nela mais do que gostaria de admitir. Mas sem tempo para se perder nesses pensamentos continuou seu caminho.

Descendo as escadas, ele sentiu o frio assim que pisou do lado de fora do dormitório. O ar fresco o despertou ainda mais. O carro de Hawks já estava do outro lado da rua, estacionado e com o motor ligado. Bakugou atravessou a rua, jogou a maleta no banco de trás e entrou.

— E aí barril de pólvora da U.A, pronto pra mais um dia de pancadaria? — Hawks provocou assim que Bakugou entrou no carro, sem perder tempo.

— Já te falei pra parar com esse apelido de merda, pássaro. — Bakugou revirou os olhos, mas um sorriso discreto ameaçou aparecer. Hawks sempre conseguia tirar uma reação dele.

O carro começou a andar e, durante os primeiros minutos, o silêncio confortável tomou conta, apenas o barulho do motor e a cidade adormecida passando pela janela. Mas, claro, Hawks nunca aguentava ficar quieto por muito tempo.

— A propósito... Um certo passarinho me contou que você e a Uravity estão... como posso dizer... bem juntinhos? — Hawks soltou com um tom casual, mas um sorriso maroto no rosto.

Bakugou bufou e riu baixo. Já sabia exatamente quem era o "passarinho".

— Tsc, Tokoyami... — ele murmurou, quase sem acreditar. — Aquele corvo não consegue ficar de bico fechado por muito tempo.

Hawks riu junto, claramente satisfeito com a resposta.

— Ei, relaxa, não tô aqui pra fofocar. Mas é legal saber que você finalmente tá saindo da sua zona de explosividade pra... sei lá, ser mais gente?

Bakugou deu de ombros, virando o rosto para a janela.

— Não é da sua conta, mas... é, a gente tá junto. E não, isso não muda nada.

Hawks deu uma risadinha e acelerou um pouco mais o carro.

— É, é, sempre o durão. Mas tá bom, cara, sem estresse. Só fiquei feliz por vocês. A Uravity é uma garota especial, e você... bem, é o Bakugou. Acho que vocês se equilibram.

Bakugou não respondeu, mas o sorriso no rosto indicava que, apesar de tudo, ele concordava.

Ao chegarem no local da missão, vários heróis já estavam por lá. Bakugou saiu do carro, pegou a maleta e foi recebido com acenos e cumprimentos de todos os lados.

— Ei, Bakugou! Ótimo trabalho na última missão! — um herói o cumprimentou, e outro logo depois. — O cara tá se tornando uma lenda!

Ele acenou de volta, mantendo a expressão fechada, mas por dentro sabia que aquele respeito tinha sido conquistado com muito suor e luta. Depois de sua batalha contra a Liga dos Vilões, ele havia se tornado alguém a ser observado de perto.

Hawks sorriu ao ver a cena e deu um tapinha no ombro de Bakugou.

— Cara, tá vendo? A galera tá de olho em você. Tá quase lá, hein? Mais um pouco e já tá na elite.

— Tsc... só tô fazendo o meu trabalho — Bakugou respondeu, modesto, mas claramente satisfeito.

De repente, uma figura familiar se aproximou. Era All Might, sorrindo de orelha a orelha ao ver Bakugou.

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