O peso das entrelinhas

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Era um dia de patrulha como qualquer outro para Bakugou e Uraraka. Eles haviam sido designados a fazerem patrulhas fora da escola para aprimorarem suas habilidades e se adaptarem a acontecimentos mais reais.

— O dia esta calmo hein? — comentou Uraraka, observando ao redor. — Parece que ninguém quer causar problemas hoje.

Bakugou bufou, claramente irritado com o tédio. — Típico. Aposto que, se aparecesse algum vilão, seria só pra dar uma de idiota.

— Você sempre querendo uma boa briga — Uraraka sorriu. — Nem todo dia precisa ser um caos, sabia ?

Bakugou olhou para ela de lado, com um sorriso torto. — É, talvez você tenha razão, cara redonda.

Enquanto conversavam, uma voz alta e familiar ecoou pela rua.

— KATSUKI! OCHAKO!

Katsuki reconheceria aquela voz em qualquer lugar, mas estava com esperança de não ser a mulher que chamava de mãe, mas para sua infelicidade era ela, a própria, Mitsuki Bakugou.

Antes que qualquer um dos dois pudesse reagir, Mitsuki se apressou e para surpresa de Bakugou, abraçou Uraraka primeiro.

— Ochako! Que saudades de você ! — disse ela, apertando Uraraka com força.

Uraraka, um pouco atordoada, retribuiu o abraço. — Oi, Mitsuki-san!

Mitsuki se afastou e olhou para o filho. — E você, Katsuki, como está garoto encrenqueiro ?.  Disse Mitsuki bagunçando os cabelos do filho.

Bakugou cruzou os braços e revirou os olhos. — Tendo que aturar minha adorável mãe durante uma patrulha — Disse com falso sorriso.

Mitsuki soltou uma risada, claramente se divertindo. — Sempre com essa cara fechada, né? Pelo menos, a Ochako sabe lidar com você. Me diga, tá cuidando bem dela?

Bakugou soltou um suspiro. — Ela não precisa de babá, é uma heroína, lembra ?

Mitsuki olhou de rabo de olho para Uraraka, com um sorriso travesso. — Bom, parece que alguém tá se achando o chefão.

Uraraka riu, sentindo-se à vontade com a presença de Mitsuki. — Ele tem sido um bom parceiro, Mitsuki-san. Nós conseguimos trabalhar bem juntos quando ele não está sendo rabugento.

Mitsuki deu um tapinha nas costas de Uraraka. —Eu sabia! Você tem uma paciência de santa pra aturar esse cabeça-dura.

Bakugou soltou um grunhido de irritação. —Podemos focar na patrulha agora? Não tô a fim de passar o dia ouvindo baboseira.

Mitsuki deu de ombros, ainda sorrindo. —Tá bom, tá bom. Vou deixar vocês trabalharem.

Ela se despediu com um aceno e seguiu seu caminho, deixando os dois jovens.

Bakugou e Uraraka continuaram a patrulha em um silêncio confortável. Logo se encontraram em uma área mais tranquila da cidade, onde o movimento de pedestres e veículos era menos intenso.

— Ela realmente é como você, sabia? — comentou Uraraka de repente, rompendo o silêncio. —Sempre tão direta e sem papas na língua.

Bakugou resmungou, mas havia um toque de orgulho em sua voz. —Não tenho culpa, e de família. — Disse dando de ombros.

Uraraka riu, balançando a cabeça. — E como vocês dois são. Mas é bom ver que ela se preocupa. Dá pra ver de onde vem o seu lado protetor.

Bakugou olhou para ela de lado, com uma expressão séria, mas também curiosa. — Você acha que eu também sou protetor?

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