Ecos do passado

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O sol já começava a se esconder atrás dos prédios da U.A., projetando sombras longas no pátio. Ochako estava sentada sozinha em um banco, perdida em pensamentos. O dia havia sido exaustivo, e o cansaço começava a se fazer presente.. Ela fechou os olhos por um momento, buscando um pouco de paz, mas o som de passos se aproximando fez com que ela abrisse os olhos. Logo Midoriya apareceu em seu campo de visão, com uma expressão que Ochako conhecia bem, ele queria conversar

— Oi, Ochako. — A voz dele saiu mais baixa do que o normal.

— Oi, Deku— Ela respondeu forçando um sorriso.

O silêncio que se fez depois entre eles era quase palpável. Ambos observavam os alunos ao longe, mas nenhum deles estava realmente prestando atenção. Finalmente, Midoriya suspirou, passando a mão pelo cabelo bagunçado.

— Eu... eu não consigo mais ficar quieto sobre isso. — Midoriya começou, sua voz tremia ligeiramente. — Ver você com o Bakugou, todos os dias... eu pensei que conseguiria lidar com isso, mas é como se uma parte de mim estivesse sendo arrancada cada vez que eu vejo vocês juntos.

Ochako apertou os punhos no colo, sentindo a raiva começar a borbulhar. Virou-se para ele e lhe lançou um olhar duro.

— Eu estou com o Bakugou agora, e você tem que seguir em frente. Não pode simplesmente...

— Mas eu não consigo! — Midoriya elevou o tom, interrompendo-a. — Eu terminei com você achando que era o certo, que estava me sacrificando por um objetivo maior, mas agora parece que eu só fui um idiota. Eu te vejo com ele, e tudo o que eu consigo pensar é que eu deixei a melhor coisa da minha vida escapar.

Ochako riu, um riso amargo, sentindo o peso de tudo aquilo dentro dela.

— Ah, sério, Midoriya? — Ela levantou a voz que continha um sarcasmo cortante. — Agora você quer falar sobre isso? Depois de me deixar pra seguir a porra do seu egoísmo e ser o "herói número um"? Agora, só porque eu estou com o Bakugou, você acha que pode simplesmente aparecer, falar tudo isso e eu vou voltar correndo pra você? Que porra você acha que eu sou?

Midoriya arregalou os olhos, surpreso com a intensidade da reação dela. — Eu não queria... eu só... eu estava confuso, Uraraka! Quando te pedi em namoro, eu estava... bêbado e..

— Exatamente! — Ela gritou, sentindo o nó na garganta se desfazer em raiva pura. — Você me pediu em namoro porque estava bêbado e confuso, Midoriya! E depois me deixou, me disse que eu era uma distração! Que precisava focar nos seus próprios sonhos de ser o número um. E agora, só porque você está arrependido, você acha que tem o direito de aparecer e bagunçar tudo de novo?

— Eu errei, eu sei! — Midoriya respondeu com a voz trêmula. — Mas eu ainda amo você, Ochako! Eu não consigo te ver com ele... com o Bakugou...

— Você acha que tudo gira ao seu redor, né? Você fez sua escolha, Izuku! E quer saber? Eu escolhi o Bakugou, e ele me escolheu! Ele me entende de um jeito que você nunca entendeu, e nós somos felizes juntos. Ele me fez dele, em todos os sentidos. Eu sou inteiramente dele agora, e você vai ter que aceitar isso!

As palavras dela foram como uma faca para Midoriya, cada uma cortando mais fundo. Ele sabia que tinha cruzado uma linha, mas não conseguia se controlar. A dor e o arrependimento o sufocavam.

— Eu... eu sinto muito, Uraraka... eu realmente... — As palavras dele eram um sussurro, mas a dor nos olhos de Midoriya era evidente.

Ochako suspirou, tentando se controlar, mas a intensidade daquele momento era demais. — Sente muito? Não, Midoriya, não adianta pedir desculpas agora. O estrago já foi feito. Eu segui em frente, e estou feliz com o Bakugou. Você precisa entender isso e parar de tentar arruinar o que eu tenho com ele.

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