20- PLANO

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Phellipe

Você tem que contar, você tem que contar!
Minha mente está me matando... Eu preciso contar isso pra a Susy, mas eu não consigo...

Rafael - Fica tranquilo, eu já sei como contar. - diz saindo do banheiro.

- Como? - pergunto, ansioso.

Rafael - A gente vai falar com ela sobre isso, e a gente vai provar isso... - ele começa a contar seu plano mirabolante.

Parecia coisa de filme, mas era bom.
Ele disse que eu deveria ir na onda do Luccas após a gente conversar com a Susy, e no dia do baile marcar de encontrar com ele, mas envés de mim, a Susy estar no meu lugar esperando ele.

- Mas e se a Susy não quiser dar continuidade com isso? - pergunto olhando as mensagens novamente.

Rafael - Bom... Pelo menos a gente contou. - diz dando de ombros.

Nós fomos dormir, ou pelo menos eu tentei...
O baile já é hoje e eu estou totalmente sem ânimo. Meu coração está apertado em ter que contar isso pra Susy.
Tomei um banho frio e mandei mensagem pra ela, que respondeu na mesma hora. Chamei ela pra vir aqui, não posso contar isso por celular.

Desci as escadas e vejo minha mãe na cozinha fazendo alguma coisa que cheirava muito bem. Cheguei perto dando um bom dia sem muita animação.

Mãe - Bom dia... - disse me olhando. - O que aconteceu? - pergunta se virando novamente pro fogão.

- Tô com um problema. - digo e ela me olha novamente. - O Luccas tá dando em cima de mim... - digo e ela parece surpresa.

Mãe - Achei que o Luccas fosse hétero e gostasse da Susy. - disse se sentando de frente pra mim.

- É, eu também... - digo cabisbaixo. - Agora eu preciso contar pra Susy... - digo olhando pra ela.

Mãe - Ela vai ficar muito mal, tadinha, ela parece gostar muito dele. - diz minha mãe olhando pra um canto fixo.

- É... - digo pensando nisso também.

Ouço a porta do quarto fechar e minha mãe me olha confusa. Droga, eu esqueci que o Rafael tá aqui. Poucos segundos depois vejo ele descer as escadas. Sua cara de susto quando vê minha mãe é algo impagável.

Mãe - O Rafael dormiu aqui? - pergunta me olhando.

- Mãe, a gente tá ficando faz uns dias. - digo olhando pra ele que sorri totalmente tímido.

Rafael - Desculpa, tia. - diz chegando mais perto.

Mãe - Tá tudo bem, querido. Só que da próxima vez eu quero que me avisem. - diz se virando e olhando novamente algo no fogão.

- Então fiquei a visada que ele vai dormir aqui de novo. - digo e ela me olha sorrindo.

Mãe - Não é tão difícil, né? - diz me olhando e eu deixo um sorrisinho escapar.

Minutos depois a Susy chegou. Chamei ela pro meu quarto e fiquei em pé enquanto ela se sentou na cama.
Ela tá tão feliz. O sorriso dela é contagiante. Não queria ter que acabar com isso.

Susy - Mas o que que cê quer falar, amigo? Eu precisei adiar de ir buscar as roupas com o Luccas no shopping pra vir aqui. - diz e eu sinto um aperto no peito.

- É sobre o Luccas, amiga. - digo e sua feição mudou.

Susy - O que aconteceu? - pergunta alternando seu olhar entre eu e o Rafa que apenas observava tudo.

- O Luccas me mandou mensagem ontem... - digo abrindo o celular e entregando o celular pra ela.

Ver seus olhos se preencherem de lágrimas foi horrível.

Susy - Desgraçado... - ela fala baixo.

Rafael - Susy, a gente quer fazer uma coisa pra pegar ele no pulo hoje a noite. - ele diz e ela olha pra ele.

Ele explica tudo e ela apenas escuta. Me sento ao lado dela e a abraço de lado.
Ela concorda com tudo de forma imediata. Eu podia sentir a raiva dentro dela.

- Amiga, não é melhor só terminar e deixar isso pra lá? - pergunto tentando ser racional.

Susy - Ele precisa ouvir umas verdades, Phellipe. - diz e eu apenas concordo. - Vai enrolando ele. Eu vou buscar as roupas com ele no shopping. - diz se levantando e secando as lágrimas de frente para o espelho.

Rafael - Vai conseguir ficar perto dele e fingir que nada aconteceu? - pergunta olhando pra ela.

Susy - Eu nunca fiz curso de teatro atoa. - diz lançando um sorriso como se nada tivesse acontecido. - Até de noite, amores. - diz mandando um beijo no ar e saindo do quarto. O Rafa me olha incrédulo.

- Eu sabia que ela iria se fazer de durona. - digo sorrindo.

O dia passou voando após isso.
Tive que responder o Luccas de forma positiva. Foi tortura.

Iae, Phê?
Eu só queria te falar que eu não tô conseguindo esquecer teu beijo desde aquela noite
Eu tô muito afim de repetir isso
Então bora se encontrar amanhã na minha casa?
Eu prometo que vai ser o nosso segredo.
🫶🏻😍

Oi!
Sinceramente eu também não estava mais aguentando esperar
Você não saiu dos meus pensamentos desde a festa
Eu tô doido pra te beijar de novo
A gente se encontra na sala do 2B
💕

O mais engraçado foi o Rafael com um pouco de ciúmes, mesmo sabendo que isso era o plano dele mesmo.

- Você que deu a ideia, Rafa. - digo terminando de digitar.

Rafael - Se eu soubesse que isso ia ser assim eu teria deixado isso pra lá... - diz se sentando bicudo.

- Eu nunca vou te trocar pelo Luccas nem por ninguém, Rafa! - digo o abraçando. - Eu te amo pra caralho, seu merdinha. - digo e ele sorri.

Rafael - Sempre um fofo. - diz me abraçando de volta. - Eu também te amo, cachinhos. - diz e dá um selinho.

- Se você me ama mesmo, me prova. - digo e ele me olha confuso. - Tô com uma fominha... - digo e ele sorri.

Rafael - Tá! Sobe aqui! - diz e eu pulo em suas costas. - Lá vamos nós!

Descemos para a cozinha e ele começou a cozinhar alguma coisa que eu não sei o nome, mas como sempre ficou uma delícia.
Minha mãe chegou minutos depois e provou a comida dele.

Mãe - Rafael?! Isso tá incrível! - diz dando outra garfada.

- Né?! Meu namorado é um super cozinheiro! - digo o abraçando e ele sorri tímido.

Rafael - Valeu, tia. - diz tímido e depois me olha confuso. - Cê me chamou de quê? - olho pra minha mãe, que estava me olhando sorrindo, e depois pra ele novamente.

- De namorado. - digo sentindo meu rosto queimar.

Rafael - Então a gente é namorado? - pergunta sorrindo.

- Se você não quiser, é só dizer... - digo me soltando dele, mas sou interrompido.

Rafael - Eu quero! - diz rapidamente e me puxa novamente pra ele. - Eu quero mesmo. - diz e me dá um selinho.

- Aqui não! - digo sussurrando e olhando pra minha mãe totalmente envergonhado.

Rafael - Foi mal... - ele sorri tímido.

Mãe - Eu não ligo, garotos. - diz saindo e subindo pro quarto. - Juízo nessa festa em! - grita lá de cima.

Nós continuamos ali por alguns minutos apenas nos curtindo. Até que começamos a nos arrumar para o baile.
Aquela sensação de encômodo voltou assim que lembrei do plano. Espero que dê tudo certo...

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APENAS UM CLICHÊ (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora