Draco estava parado do lado de fora de Hogwarts, olhando para a figura morta de Harry Potter nos braços de Rubeus Hagrid. O coração de Draco parou por um momento. Sua respiração parou por um momento. Tudo parou por um momento. Ele olhou ao redor, e o rosto serpenteante e nojento de Voldemort estava olhando de volta para ele, sorrindo aquele sorriso de gelar os ossos sem um pingo de alegria.
— Harry Potter está morto! — Voldemort gritou, e sua horda de Comensais da Morte riu.
Gina Weasley correu para frente, chorando por seu amado, mas Draco não conseguia se mover. Tudo nele estava parado, prendendo-o dentro de seu próprio desespero.
Não. Ele pensou. Não, isso não pode estar acontecendo. Sua cabeça começou a girar, e ele sentiu como se o chão estivesse prestes a ceder sob seus pés. Mas não era o chão, eram apenas seus joelhos.
"Por que você não contou a ela?" A voz de Harry havia perguntado, não muito antes, na Sala Precisa. "Bellatrix. Você sabia que era eu. Você não disse nada."
Draco queria gritar a resposta agora.
Porque você não pode morrer, Harry. Você não pode. Não só porque todos precisam de você, mas porque eu te amo! Por favor, você não pode morrer!
Mas nenhuma voz saiu dele. Draco teve um vislumbre de um Harry mais velho, vestido com vestes vermelhas de auror, quase sendo atingido por uma maldição, mas empurrado para fora do caminho bem a tempo. Harry não podia morrer. Draco não podia deixar isso acontecer.
— Draco! — Era a voz de seu pai chamando, e ele viu Lucius Malfoy parado ao lado da figura horrível de Voldemort, sorrindo. Seu pai tinha uma mão estendida, estendendo-se para ele, esperando que ele se juntasse a ele. Para se juntar de volta aos Comensais da Morte. Essa não era a mão estendida que ele queria pegar.
Não. Draco pensou. Hoje era meu dia de sair desse inferno, não posso voltar!
— Draco! — Agora era a voz de sua mãe. Tão calma, pacífica e certa como sempre fora. — Venha. — Era doce, mas era uma ordem, exigindo que ele se juntasse à horrível cópia meio viva de um homem que havia matado a pessoa que Draco sabia que amava.
Não posso. Ele pensou. Os olhos de Draco se moveram ao redor, desesperados para ouvir alguém lhe dizendo para ficar, mas não havia nenhuma outra voz alcançando-o, além daquelas o chamando de volta para o lado de Voldemort. Não havia mãos estendidas além daquelas que queriam puxá-lo de volta para as profundezas do inferno. Ninguém do lado de Harry queria que um Comensal da Morte marcado ficasse com eles.
— Draco… — Uma terceira voz soou dentro de sua cabeça, também calma, pacífica e doce, mas não havia nenhum comando nela.
Draco conhecia aquela voz tão bem agora. Aquela era a única voz que lhe dava uma escolha. Também era uma mulher, mas ela tinha cabelos escuros e lindos olhos verdes, assim como os de Harry.
Será que Draco algum dia olharia novamente nos olhos verdes brilhantes de Harry?
— Eu vou ficar longe por um tempo, mas você pode ir embora quando quiser, ok? — A terceira voz disse. — Temos uma rota de fuga para você. Só certifique-se de que, enquanto você ainda estiver lá, você descubra quem eles são… Todos os Comensais da Morte, seus nomes, suas conexões. A hora de encontrá-los chegará, e eu vou garantir que eles sejam devidamente caçados. Quanto mais pessoas você descobrir e mais provas você reunir, mais pessoas nós iremos encontrar mais tarde. — Aquela linda voz havia dito.
Aquela era uma voz que Draco amava ouvir, vinda de uma pessoa que ele tinha orgulho de chamar de família. Mas aquela voz não estava lá nos terrenos destruídos de Hogwarts, estava apenas dentro de sua cabeça. Draco olhou de volta para o corpo morto de Harry e sentiu lágrimas tentando descer.
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Draco Malfoy and The Aeternum Caput | Drarry
FanfictionHarry Potter estava tentando viver uma vida tranquila após a guerra, com seus amigos ao seu lado e um emprego gratificante. Ele estava convencido de que havia deixado para trás sua antiga obsessão por Draco Malfoy. No entanto, tudo mudou quando seu...