Draco Malfoy and The Aeternum Caput | Drarry

04. A Afilhada

Quando Draco Malfoy e Anya Hagström entraram na casa de Draco, ele olhou para ela sabendo que não poderia evitar as perguntas e comentários por muito mais tempo. Pelo menos ele conseguiu mantê-la quieta nas ruas. Mas agora, no silêncio da bela cabana na floresta que Draco agora chamava de lar, ele teria que soltá-la.

— Cuspa. — Ele sorriu para ela.

— Ah, posso falar agora?! — Ela perguntou, braços cruzados na frente dela.

— Sim. Agora estamos a salvo de qualquer ouvido curioso, então fale o quanto quiser. — Draco disse, se preparando.

A casa de Draco agora não era nem remotamente parecida com a Mansão Malfoy. Provavelmente era exatamente o oposto: pequena e aconchegante. Sua casa tinha dois andares, com uma ampla sala de estar com muitos livros e lindas poltronas em frente a uma linda lareira, e uma grande cozinha, onde passava a maior parte do tempo livre. No andar de cima havia um grande banheiro com uma bela banheira que ele costumava usar para relaxar, seu próprio quarto, um escritório que ele usava para estocar mais livros, poções e ingredientes para poções, e um segundo quarto, que agora pertencia a Anya. E foi isso. Não há salões de baile, grandes salões ou salas de jantar. Apenas uma casa bonita e aconchegante, como ele sempre quis.

— Nem sei por onde começar. Estou realmente tão frustrada! — A pequena Anya disse.

— Vamos começar por aí então. — Draco ofereceu, pendurando sua capa ao lado da porta, e caminhando até a cozinha para cozinhar algo realmente comestível para eles. Ele estava do lado de Elena na questão do cachorro-quente: aquilo não era comida de verdade. — Por que você ficaria frustrada?

— Porque eles não sabem! — Anya disse, levantando os braços como se isso a ajudasse a liberar um pouco daquela frustração. Ela também pendurou a capa ao lado da porta e seguiu Draco até a cozinha.

— Quem não sabe o quê? — Draco perguntou, apesar de saber o que estava por vir.

— O Trio Dourado! Eles não sabem que você era um espião, não é? Durante a guerra… — Ela perguntou.

Draco suspirou. Sua afilhada era inteligente demais para seu próprio bem.

— Não, Anya, eles não sabem. Ninguém sabe disso, exceto Shacklebolt, sua mãe e seu pai, e minha própria mãe, mas ela só descobriu depois do fim da guerra, quando decidi continuar trabalhando para Elena. — Draco explicou.

— Por que? — Anya perguntou, ainda visivelmente chateada. — Eles deveriam saber! Quero dizer, todas as informações que o Escolhido usou para as prisões milagrosas de todos aqueles Comensais da Morte depois da guerra foram fornecidas por você, certo?

— Não, Anya, eram sua mãe e seu pai rastreando os nomes que eu dei a eles, aqueles que juntei enquanto estava na Mansão durante a guerra. Acabei de fazer uma lista, só isso. E você não deveria saber nem se importar com essas coisas. — Draco disse, um pouco cansado para ter essa conversa.

— Ah, me poupe! — Ela cuspiu, e Draco olhou para ela. — De qualquer forma, sem você, um monte dessas pessoas ainda estaria por aí causando problemas. Então, pelo menos Harry Potter e seus amigos deveriam saber quem é a verdadeira pessoa por trás de suas informações milagrosas.

Draco suspirou pesadamente. Anya era exaustiva quando decidia alguma coisa.

— Que diferença faria, Anya?  — Draco perguntou, já decidido o que queria cozinhar, colocando um avental e descascando algumas batatas. Anya sentou-se em cima da mesa, como sempre fazia, e olhou para o padrinho.

— Faria toda a diferença! — Ela disse. — Para começar, eles pelo menos tratariam você melhor.

— Eu não espionei Voldemort para conseguir tratamento VIP do Trio Dourado, Anya. — Draco disse distraidamente. Ele decidiu que era melhor não dar muita atenção às reclamações dela. Foi gentil da parte dela se preocupar tanto com a forma como ele estava sendo tratado, mas não havia nada que pudesse fazer a respeito.