06. Auror Potter

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Draco queria acreditar que o pior já havia passado, mas seus instintos lhe diziam o contrário. Enquanto seguia Harry Auror Potter pelas ruas estreitas e sujas da Travessa do Tranco, ele sentiu que algo estava errado. As ruas estavam muito vazias e muito silenciosas. Potter parecia estar preocupado também, e antes de fazerem a próxima curva ele ergueu a mão no ar, gesticulando para que parassem. Draco obedeceu e ergueu sua varinha, pronto para qualquer coisa.

Até a pequena Anya sentiu que algo estava errado, provavelmente deixando Draco tenso enquanto a segurava. Ela silenciosamente gesticulou para que Draco a colocasse no chão, e ele o fez. Potter se virou para olhar para eles, obviamente precisando dizer alguma coisa, mas ainda avaliando algo em sua mente. Draco lançou um Muffliato sem palavras ao redor deles.

— Potter, o que está acontecendo aqui hoje? — Draco perguntou, ainda sussurrando.

— Estamos no meio de uma operação. — Ele explicou. — Mas acho que já saiu dos trilhos. Achei que a denúncia anônima que recebemos era falsa, mas Robbards quis segui-la mesmo assim. Então, isso pode ser uma armadilha, e parece tarde demais para eu fazer você passar e voltar ao Beco Diagonal.

Draco suspirou, furioso com sua própria falta de algo parecido com sorte. É claro que ele ficou preso no meio de uma operação fracassada de Auror com Anya angustiada. Era assim que sua vida era. Mas sua afilhada não era uma criança comum, então isso pelo menos tornava algumas coisas mais fáceis. Quando Anya ouviu a explicação de Potter, seus olhos se arregalaram de alarme, e qualquer angústia que ela tivesse em seu rosto desapareceu. Sua mãe sempre a treinou para o pior.

— Você está aqui por causa de alguma coisa? — Draco perguntou, tentando conseguir mais informações rapidamente. Os olhos de Potter se arregalaram levemente de surpresa, mas ele respondeu mesmo assim.

— Uma coisa. — Ele disse.

—Certo. Pensei isso. — Draco disse. Se os Aurores estivessem lá para ajudar alguém, ele saberia, porque a informação provavelmente teria vindo do próprio Draco, passada através de Elena. — Borgin e Burkes ou comércio de rua?

Os olhos de Potter ainda estavam surpresos, mas ele continuou respondendo.

— Comércio de rua. — Potter disse.

Isso também era óbvio, mas era melhor confirmar de qualquer maneira.

— E estou apenas supondo, mas o gênio que achou que fosse uma boa ideia infestar a Travessa do Tranco com Aurores para interromper o comércio e encontrar o item em vez de preparar uma pequena infiltração foi Robbards? — Draco disse, frustrado demais com tudo aquilo para manter a boca fechada.

Potter desanimou, claramente também frustrado com a situação e parecendo um pouco envergonhado em nome de seu chefe.

— Sim. — Ele confirmou esfregando os olhos por baixo dos óculos.

— Ótimo. Realmente, brilhante! — Draco cuspiu, beliscando a ponta do nariz, como se esse gesto por si só pudesse aliviar sua recente dor de cabeça.

— Fique perto de mim, eventualmente eu te ajudarei. — Potter disse, se desculpando.

Draco assentiu.

— Anya… — Draco virou-se para ela.

— Sim, ficar perto de você, silenciosa como uma sombra, eu sei o que fazer. — Ela disse, totalmente recuperada e atenta.

Draco assentiu com orgulho enquanto observava os olhos de Potter se arregalarem em choque uma vez mais. Era evidente que ele não esperava aquele comportamento maduro vindo de Anya, que anteriormente estava angustiada. No entanto, sua angústia se devia apenas à situação trivial do roubo do pingente adolescente, e ela simplesmente pensou que havia perdido seu colar querido. Agora, diante da gravidade da situação, ela estava completamente calma e preparada. Ela era a pequena serpente de Draco, a filha de Elena Carter.

Draco Malfoy and The Aeternum Caput | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora