Draco Malfoy and The Aeternum Caput | Drarry

19. A Caixa de Obsidiana

Harry olhou para seu reflexo no espelho na manhã do dia 8 de maio, tentando entender o que havia acontecido com sua vida, e como foi que ele acabou jantando e jogando quadribol na Noruega com Draco Malfoy na noite anterior. Harry mais uma vez pensou que se voltasse no tempo e contasse isso para seu eu de 16 anos, obcecado em descobrir o que Malfoy estava fazendo no sexto ano, seu eu de 16 anos provavelmente o colocaria em um asilo trouxa ou em St. Mungo, sob os cuidados de um curandeiro mental muito capaz. Especialmente depois do pensamento constante que assombrava sua mente, repetindo continuamente o quão atraente Draco Malfoy havia se tornado.

Mas, ainda assim, aqui estava ele, jantando quadribol na Noruega com Draco Malfoy, e seu coração ainda disparava toda vez que ele se lembrava dos penetrantes olhos cinzentos de Malfoy olhando para ele depois daquela corrida louca até o pomo. Ele conseguia se lembrar de como seu cérebro ficou totalmente fora de função depois que Teddy pulou em cima dele e ele desabou em cima de Malfoy. Harry balançou a cabeça, dizendo a si mesmo que não poderia deixar sua louca obsessão por Malfoy tomar conta de sua vida daquele jeito. O que quer que tenha acontecido depois daquele jogo, ele simplesmente esqueceu tudo. Especialmente as coisas que ele disse por impulso.

No entanto, apesar de seu bom senso, nos últimos dias Harry começou a olhar para Malfoy de uma forma um pouco diferente. E não tinha nada a ver com o quão irritantemente perfeito Malfoy parecia, mas com quem ele havia se tornado. Depois de saber um pouco do que havia passado, Harry estava começando a revisar tudo o que sabia sobre Draco Malfoy sob uma nova luz. Harry nunca pensou que Bellatrix Lestrange o teria torturado, muito menos o forçado a fazer tantas coisas, desde aprender magia negra até rastrear membros da família excluídos para a mulher louca matar.

Harry sabia que Malfoy tinha uma família complicada, mas as informações mais recentes colocaram as coisas em uma nova perspectiva, e Harry ficou realmente surpreso que Malfoy apenas se transformou em um investigador irritante, mas muito habilidoso, em vez de um psicopata Mago das Trevas.

E Harry teve que admitir que Draco Malfoy era o investigador que descobriu o caso mais problemático com o qual Harry teve que lidar desde a perseguição e prisão de vários Comensais da Morte espalhados pela Europa após a guerra. Harry enfrentou essa tarefa impossível quando ainda deveria ser um Auror em treinamento. Era uma loucura agora pensar no passado e perceber que as pessoas realmente o deixaram parcialmente encarregado de uma operação tão importante quando ele tinha apenas 18 anos. E foi ainda mais louco pensar que ele realmente teve sucesso.

No entanto, havia uma coisa que sempre ressoava em sua mente sempre que ele se lembrava de suas “prisões milagrosas”. Harry ainda precisava descobrir de onde vieram as dicas anônimas que recebeu sobre os Comensais da Morte. Harry não foi informado na época de onde veio toda aquela informação, e ele não se importou em não saber disso a princípio.

Quando Harry pensou pela primeira vez em ser um Auror, ele pensou que tudo seria ação, duelos mágicos e captura de bandidos. Mas então ele teve que passar pela caça às horcruxes, pela prisão maluca dos Comensais da Morte e por todo o treinamento para encontrar pessoas desaparecidas, então Harry lentamente entendeu o verdadeiro valor da informação em sua linha de trabalho.

Depois de alguns anos, especialmente depois que ele aprendeu o quão valiosa a informação poderia ser, não saber de onde vinha toda aquela informação começou a incomodá-lo muito. Naquela época, eles haviam recebido informações sobre quem eram os Comensais da Morte, seus esconderijos e até mesmo alguns de seus movimentos financeiros, e onde guardavam seu dinheiro escondido. E foi com base nessa informação que Harry conseguiu prender tantas pessoas.

Em algum momento, Harry começou a se perguntar de onde vinha toda aquela informação vital que havia recebido. Ele desenterrou os arquivos na Sede dos Aurores por incontáveis dias, mas não encontrou absolutamente nada. Depois ele viu a mesma coisa acontecer repetidas vezes ao longo dos anos, em outros casos importantes: informações importantes sempre chegavam a ele em momentos muito evidentes, fornecidas por uma fonte anônima, e permitindo-lhe fazer uma prisão ou interceptar um item perigoso a tempo. Era irritante como todos no departamento simplesmente lhe diziam para deixá-lo ir, que era uma perda de tempo questionar de onde vinha a informação.