17. As Cartas

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Na manhã seguinte, uma terça-feira, 6 de maio, Draco Malfoy estava vestido com roupas trouxas bonitas e elegantes, mas confortáveis, de Jack Davison Bespoke quando saiu de casa e aparatou.

Ele surgiu em uma viela, mas não naquela onde ficava seu escritório. Esta era uma pequena rua fora da estrada principal, em Hallow. Draco, como a maioria das pessoas, nunca tinha ouvido falar de tal vila, provavelmente porque aquele lugar era a definição de uma pequena vila, e mesmo a palavra "pequena" não era suficiente para descrevê-la, pelo menos na opinião de Draco. Ao olhar em volta, talvez o classificasse como minúsculo ou até infinitesimal.

Essa pequena vila estava localizada ao lado do rio Severn, cerca de 3 quilômetros a noroeste de Worcester, em Worcestershire. No final, naquela pequena viela, que Draco só conseguiu encontrar porque havia uma pré-escola trouxa na esquina que Astoria havia mencionado em uma de suas cartas, estava o lugar que Draco procurava: a casa da namorada trouxa de Astoria Greengrass, Amelia. Pearce.

Draco encontrou a casa que Astoria descreveu no final daquela viela infinitesimal, mas não deixou na caixa de correio o enorme pacote de cartas que carregava. Astoria implorou para que ele entregasse as cartas diretamente para Amelia, então Draco caminhou até a porta da frente, tocou a campainha e imediatamente ouviu um grito de 'só um minuto' vindo de dentro. Logo, uma garota ruiva com lindos olhos castanhos atendeu a porta. Seu cabelo era longo e encaracolado e caía em ondas bagunçadas ao redor da cintura.

Amelia Pearce estava vestida com jeans azul claro e uma camiseta preta enorme que tinha uma boca estranha com uma língua de fora. Draco lembrava vagamente que aquele era o símbolo de uma banda de rock trouxa, mas não conseguia lembrar qual. Ele não era fã daquele ritmo esquisito que os trouxas tanto amavam e preferia a sutileza e a riqueza das orquestras clássicas. As roupas de Amelia estavam manchadas com vários tons de tinta, e foi fácil para Draco adivinhar sua profissão: ela era pintora.

— Oi, posso ajudá-lo? — Ela perguntou, varrendo Draco de cima a baixo com seus olhos castanhos cheios de desconfiança.

— Olá, você é Amélia Pearce? — Draco sorriu para ela.

— Sim... — Ela ainda estava muito cautelosa.

— Estou aqui em nome de Astoria Greengrass. — Draco disse, oferecendo-lhe o enorme pacote cheio de cartas que Astoria lhe enviou.

— Oh meu Deus! — Ela abriu um sorriso enorme e brilhante, e pegou o pacote da mão de Draco, tremendo. — Tori... Ela está bem? Oh, Deus, entre!

Ela puxou Draco para dentro e fechou a porta.

— Você também é um bruxo? — Ela sussurrou, muito animada, sem a desconfiança e cautela completamente desaparecidas. Draco não conseguiu conter uma risada.

— Sim, eu também sou bruxo... E ela está bem, acho que ela explica tudo nas cartas, mas tenho certeza que ela virá te ver em breve. — Draco deu um pequeno spoiler. Não faria mal.

Os olhos de Amelia se arregalaram de surpresa e logo se encheram de lágrimas.

— Ela ainda quer me ver?! — Perguntou Amelia incrédula. — Mas da última vez, da última vez ela disse que não poderíamos ficar juntas, ela disse que não viveria muito tempo... Eu disse a ela que não me importava e que esperaria por ela, mas não achei que ela...

Ela derreteu no sofá, escondendo o rosto e derramando as lágrimas que tentava conter. Draco apertou a ponta do nariz tentando descobrir como diabos ele acabou preso no meio do trágico romance de Astoria Greengrass e aquela garota trouxa.

Ah, certo, eu me ofereci para isso. Que brilhante, Draco, de verdade, parabéns! Ele falou pra si próprio.

Draco sentou-se ao lado de Amelia e colocou a mão gentilmente em seu ombro.

Draco Malfoy and The Aeternum Caput | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora