vinte e dois.

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Eu recebi muitas mensagens. Muito mais do que eu esperava, pra falar a verdade.

Depois da desidratação, fui tentar recuperar um pouco da minha dignidade com um bom banho. E olha, funcionou viu? Eu tava me sentindo renovada! Vesti meu lookinho super confortável e desci.

As únicas que ficaram aqui pra ir comigo, foram Liz e Cami. De resto, já estavam todos na outra casa.

- Vamos? -Anna perguntou.

- Por favor! -pedi.

Fomos caminhando, conversando e rindo. Elas, logicamente não perderam a oportunidade de tocar no assunto dos beijos de mais cedo e eu me limitei a só ficar rindo e tentar desconversar.

Quando chegamos, eu me emocionei. A casa tava repleta de pessoas que eu amava de paixão e eu tava tão feliz... O que era estranhamente bom.

Eu me desacostumei a fazer muitas coisas e acho que ser feliz foi uma delas. Deixei de comemorar não só os meus aniversário, mas de comemorar tudo, praticamente no geral. Eu realmente não tinha vontade celebrar uma mínima coisa que fosse, então ficava no meu mundinho. No máximo, com meus pais e a Lica.

Depois de pegar amizade com o Raphael, ele foi adicionado nessa lista, mas daí pra frente, foi só pra trás!

Não posso ser hipócrita em dizer que os empurrões dele não foram bons pra mim, porque foram e muito. Depois de um tempo, chegou o Joaco. Com aquele jeitinho tímido (pra não dizer sonso), fez a mesma coisa que o Veiga. Foi se chegando, ficamos próximos, daí vira e mexe ele tava me levando pras festinhas, pra show, pra jogo...

Eles sempre se mancomunavam com a minha família pra fazer algo no meu aniversário, voltando a reacender essa chama em mim.

Mas olha só isso aqui, eu tô comemorando mesmo mais um ano de vida, com a minha família e os meus amigos! Nunca que há 2 anos atrás eu pensei em estar vivendo isso tão cedo.

Na verdade, eu não imaginava nem merecer 1% disso.

Agora eu estava na sacada, pensando nisso tudo e agradecendo muito por não ter deixado os pensamentos intrusivos me vencerem.

— Eita como pensa - Liz chegou e riu.

— Que que é hein, garota?! - perguntei a encarando.

— Nossa, estúpida! Só queria aproveitar que você tá aqui sozinha e te dar um abraço. Mas acho que minha vontade passou - ela reclamou.

— Não passou nada, pode vir aqui! - exclamei e abri os braços.

Assim que o fiz, ela se aconchegou no meu colo.

— Vi, eu só quero reforçar o quanto você é essencial pra mim. Eu amo você, amo ser sua irmã, amo cada segundo que passamos juntas e dividir toda a minha vida contigo. Eu realmente não saberia viver sem você e se eu tivesse que viver, tenho certeza que eu não seria tão feliz. Só Deus sabe o quanto eu sou grata por te ter na minha vida. Você é muito mais que uma irmã, você é literalmente a minha metade. Eu desejo do fundo do meu coração que sua vida seja repleta de coisas boas e que você seja muito feliz, porque sua felicidade é a minha. Que você tenha muita saúde, pra aproveitar todos os dias da sua vida e continuar correndo atrás dos seus sonhos. Que você continue a ser essa mulher e essa irmã incrível que você é. E lembre que eu sempre vou estar aqui. Independente de qualquer coisa. Pra tudo. Eu te amo demais, tá? Feliz aniversário, minha vida!

Nem preciso dizer que estava me desmanchando em lágrimas, né?

— Ai Annaliz... Eu te amo muito! Muito mais do que eu consigo demonstrar e muito mais do que você possa imaginar. Obrigada por sempre estar ao meu lado, por ser minha melhor amiga e por me salvar. Todo esse sentimento é muito recíproco, jamais se esqueça disso, tá bom?

Cicatrizes | Joaco Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora