— Como você foi capaz de nos esconder esse romance da Annaliz e do Raphael, Mavie??? - minha mãe perguntou indignada depois que dona Lia foi embora.
— Mãe, a gente nem sabe se tem romance mesmo, para! O Rapha me disse que tava olhando a Lica de um jeito açucarado, mas que achava que era carência - comentei sincera.
— Como que um homem bonito daquele, igual o Veiga fala de carência? - ela ainda parecia indignada e eu ri.
— Não sei, mãe. Quase dei na cara dele quando ouvi isso também! - concordei com ela.
— Mas o Joaco não fica muito atrás não, viu? Ele é um homão e você tá bobeando! Não sei como resistiu ficar só na amizade com um uruguaio daquele - ela falou e me olhou sorrindo.
Coitada, mal ela sabe as putarias que rolou aqui nessa mesma sala com esse safado.
— Ele é mesmo, mas estamos passando por uma crise na nossa amizade. Ele tá ficando com uma mulher que é muito ciumenta e de problema, já basta os que eu não consigo evitar. Então como esse eu consigo, nós estamos afastados - respondi.
— Vocês duas querem parar de falar de como esses machos que vivem dentro das nossas casas são bonitos na minha frente? Daqui a pouco não vou aguentar ver nenhum deles - meu pai se manifestou.
— Desculpa, pai - pedi segurando o riso.
— Desculpa, querido. Na próxima vamos falar sobre isso bem longe de você - minha mãe respondeu e aí foi impossível segurar o riso.
Meu pai jogou um pano de prato nela e ela o xingou.
Que energia caótica, sério.
Demos uma pequena ajeitada na casa, daí chamei eles para irem à clínica comigo pra conhecerem o espaço novo e pra eu matar um pouco da saudade também.
Aproveitamos pra almoçar fora e passamos no shopping. Pra nos distrair também. Algumas meninas pararam pra pedir foto comigo. Umas, porque conheciam o meu trabalho e outras, só porque eu era amiga dos meninos mesmo.
Enquanto eu e meus velhinhos passeávamos, Anna me mandou mensagem avisando que ela, Rapha, Scarpa, Gabriel, Zé e Joaquín iriam lá pra casa assim que fossem liberados no CT e que não demoraria muito. Então resolvemos voltar pra lá.
Quando chegamos, aquela cambada toda já tinha se instalado na minha casa e minha sala tava parecendo um albergue Alviverde.
— Eu tô pagando todos os meus pecados antecipadamente sendo amiga de vocês. Olha a bagunça que vocês já fizeram na minha casa! - falei.
Era mochila jogada no chão servindo de travesseiro pra quem não conseguiu espaço no sofá, minhas almofadas jogadas no chão também, pacote de bolacha recheada no meio de tudo... Jesus!!!
— Eu avisei... - Raphael falou de lá da sacada, onde tava com o Joaquín.
— Não é só pelo fato de vocês serem palmeirenses, mas minha sala tá parecendo um chiqueiro, porra! - exclamei.
Todos eles olharam feio pra mim. Inclusive, Annaliz jogou uma almofada na minha direção.
— Aí não né, sua sardinha maldita! - Menino reclamou.
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Cicatrizes | Joaco Piquerez
أدب الهواةApós anos presa em um relacionamento tóxico que deixou marcas profundas em sua alma, Mavie pensa que aprender a se fechar é a única forma de sobreviver. Mas quando ela cruza com Joaquín Piquerez, o jovem e talentoso jogador de futebol, sua vida come...