Enquanto Clara descansava a cabeça no meu ombro, senti seu corpo relaxar gradualmente. Ela estava exausta, e era evidente que precisava de descanso. Permanecemos ali por mais alguns minutos até que seus olhos finalmente se fecharam. Com cuidado, levantei-me, segurando-a com delicadeza. Ela murmurou algo inaudível, mas não acordou. Levei-a até o quarto e a deitei na cama, puxando o cobertor para cobri-la. Fiquei ali, observando-a por um momento, sentindo uma mistura de culpa e responsabilidade.Voltei para a sala e me sentei no sofá, a cabeça cheia de pensamentos. Clara havia dito que não era minha culpa, mas eu sabia que, de certa forma, tudo isso estava relacionado às minhas ações, minhas escolhas. Ruth estava disposta a tudo para se vingar, e Clara estava no meio desse furacão por minha causa.
Passei a mão pelos cabelos, sentindo a frustração crescer. Como tudo tinha chegado a esse ponto? Eu tinha que proteger Clara, mas ao mesmo tempo, não podia negar o papel que eu havia desempenhado nessa situação. Se eu não tivesse me envolvido com Ruth, se tivesse sido mais cuidadoso, talvez nada disso estivesse acontecendo. Roberto estava coletando mais provas, mas eu sabia que isso era apenas uma parte da solução. Precisava encontrar uma maneira de garantir a segurança de Clara e desmontar as ameaças de Ruth sem que isso a afetasse ainda mais. A guerra estava apenas começando, e eu precisava ser estratégico. Ainda perdido em meus pensamentos, quando senti meu celular vibrar no bolso. Era uma mensagem de Roberto. Sem hesitar, digitei rapidamente:
MENSAGEM ON
Preciso ver você urgentemente.
A resposta veio quase instantaneamente.
Já estou a caminho.
MENSAGEM OFF
Levantei-me, caminhando de volta ao quarto de Clara. Ela estava dormindo profundamente, a expressão tranquila contrastando com o caos que nos cercava. Peguei um pedaço de papel e escrevi um bilhete breve, explicando que precisava sair e que voltaria logo. Coloquei o bilhete ao lado da cama e saí, fechando a porta com cuidado para não acordá-la. Dirigi até a casa de Roberto, a mente trabalhando a mil. O que ele poderia ter descoberto? Cheguei rapidamente e, ao tocar a campainha, a porta se abriu quase que imediatamente. Roberto me puxou para dentro, o rosto sério.
- Vamos para o escritório.- Disse ele, já caminhando pelo corredor.
Sentei-me em uma cadeira enquanto Roberto fechava a porta do escritório. Ele se sentou à minha frente, pegando um envelope volumoso sobre a mesa. Ele o abriu, espalhando diversos documentos e fotos na superfície.
- Eu sabia que Ruth estava envolvida em algo grande, mas isso... é muito pior do que imaginávamos. - Começou ele, a voz baixa e tensa. - Descobri que ela está envolvida em uma rede de corrupção que se estende por várias empresas e até mesmo no governo. Mas isso não é tudo."
Ele puxou uma foto em particular e a colocou à minha frente. Era uma imagem de Ruth em uma reunião secreta com figuras influentes, claramente discutindo algo importante.
- Essas pessoas. - Continuou Roberto, apontando para os indivíduos na foto. - estão sendo investigadas por lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros. Se conseguirmos conectar Ruth a essas atividades, poderemos derrubá-la de uma vez por todas.
Meu coração acelerou. Essa era a chance que precisávamos para parar Ruth de uma vez por todas. Mas também sabia que isso tornava tudo ainda mais perigoso.
- Precisamos ser extremamente cuidadosos. - Falei, tentando manter a calma. - Se ela descobrir que estamos chegando perto, Clara estará em ainda mais perigo.
Roberto assentiu.
- Estou trabalhando em um plano para garantir que essas informações cheguem às autoridades de forma segura. Mas vamos precisar de mais provas concretas. Isso é só a ponta do iceberg.
Olhei para os documentos espalhados na mesa, sentindo uma mistura de esperança e apreensão. A guerra estava apenas começando, e agora, mais do que nunca, precisávamos ser estratégicos.
- Vamos derrubar Ruth. - disse, a determinação crescendo dentro de mim. - Mas primeiro, precisamos garantir que Clara esteja segura.
Roberto se levantou, caminhando até um armário no canto da sala. Ele abriu a porta e tirou uma garrafa de whisky e dois copos. Derramou um pouco do líquido âmbar em cada copo e voltou para a mesa, entregando um para mim.
- Aqui, acho que vamos precisar disso. - disse ele, com um leve sorriso.
Aceitei o copo e dei um gole, sentindo o calor do whisky descer pela garganta. Precisávamos de toda a clareza possível para lidar com essa situação.
- Como é possível que eu não tenha descoberto nada disso enquanto estava casado com ela? - perguntei, a frustração evidente na minha voz.
Roberto suspirou, passando a mão pelo rosto antes de responder.
- Ruth é extremamente cuidadosa e manipuladora. Ela sabe esconder suas ações, criar distrações e manter segredos. Quando você estava casado, ela provavelmente fazia de tudo para manter as aparências e desviar qualquer suspeita. É o tipo de pessoa que nunca deixa rastros evidentes.
Eu bufei, balançando a cabeça.
- E o advogado dela? Você sabe alguma coisa sobre ele?
Roberto assentiu, colocando o copo de whisky de lado.
- Sim, eles se conhecem desde a adolescência. Ele sempre foi ambicioso e não se importa em se envolver em coisas duvidosas para subir na vida. Ruth provavelmente o escolheu exatamente por isso - ele faria qualquer coisa por dinheiro e poder, e tem habilidade suficiente para cobrir seus rastros.
Isso fazia sentido. Ruth não deixaria nada ao acaso. Passei as próximas horas discutindo com Roberto, planejando nossos próximos passos e revisando as provas que ele havia conseguido. O tempo passou rápido, e antes que percebêssemos, o céu começou a clarear. Estávamos exaustos, mas sabíamos que não podíamos perder tempo.
Finalmente, Roberto se levantou e me deu um tapinha nas costas.
- Vá para casa, Enrico. Você precisa descansar. Eu continuarei trabalhando nisso e te atualizo assim que tiver algo novo.
Agradeci e saí da casa dele, dirigindo de volta para o apartamento de Clara. Ao chegar, peguei a chave reserva com o porteiro, que me lançou um olhar de compreensão. Subi silenciosamente até o apartamento, abrindo a porta com cuidado.
O apartamento estava silencioso e escuro, exceto pela luz suave que entrava pelas janelas. Fui direto para o banheiro, tirando as roupas sujas e entrando no chuveiro. A água quente ajudou a aliviar um pouco da tensão, mas minha mente ainda estava a mil.
Depois do banho, vesti uma roupa confortável e fui para o quarto de Clara. Ela ainda estava dormindo profundamente, a respiração leve e tranquila. Deitei-me ao seu lado, cuidadosamente puxando-a para o meu peito. Ela murmurou algo inaudível, ajustando-se e descansando a cabeça no meu peito.
Enquanto sentia seu corpo quente contra o meu, finalmente me permiti relaxar. Apesar de todos os problemas, estar ali com Clara me dava um pouco de paz. Fechei os olhos, sentindo o cansaço me dominar, e adormeci ao som suave de sua respiração.
FICOU BOM? COMENTEM POR FAVOR. BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!