INCÊNDIO

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Acordei com o som do telefone tocando ao lado da cama. Meio sonolenta, estendi a mão para atendê-lo.

- Alô? - Murmurei, ainda tentando abrir os olhos.

- Clara, sou eu, Marina! - A voz dela soou ansiosa do outro lado da linha.

Minha mente ainda estava embaçada pelo sono, mas algo na urgência da voz de Marina me fez ligar a TV imediatamente. O movimento brusco me fez levantar da cama num pulo. Enrico acordou com o meu susto.

- O que foi? - Ele perguntou, confuso.

Fui direto para a sala e liguei a TV. Lá estava a notícia: meu restaurante estava pegando fogo. As chamas consumiam tudo.

O som da TV ecoava na sala:

- "Um incêndio de grandes proporções está destruindo o renomado restaurante de Clara..."

Meu coração afundou. Senti uma mão em meu ombro. Virei-me e vi Enrico. Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

- Clara... - Ele começou a dizer, mas eu mal podia ouvir.

Desliguei o telefone, olhando para Enrico, sem saber o que fazer. As palavras da TV continuavam ecoando na minha mente. Meu restaurante, meu sonho... tudo estava se desfazendo diante dos meus olhos.

Sem saber o que fazer, corri para o quarto e comecei a me trocar rapidamente. Enrico me seguiu, sua expressão mostrando preocupação.

- Para onde você vai? - Ele perguntou, enquanto eu vestia uma calça e uma blusa.

- Vou para o restaurante - Respondi, com a voz embargada. - Não posso ficar aqui, preciso ver isso de perto.

Enrico me olhou com determinação e disse:

- Então vamos juntos.

Quando chegamos ao local, o cenário era desolador. O restaurante, que havia sido um símbolo do meu trabalho e dedicação, estava em ruínas. As chamas ainda se apagavam lentamente, e a fumaça pairava no ar, misturada com o cheiro de queimado.

Caminhei até o policial que estava na cena. Com a voz tremendo de raiva e desespero, perguntei:

- Foi um incêndio provocado ou um acidente? Você sabe alguma coisa?

O policial, com uma expressão cansada, respondeu:

- Ainda não temos informações definitivas. Estamos investigando, mas não há provas concretas no momento.

A frustração me explodiu. Levantei a voz, as lágrimas fluindo com mais intensidade.

- COMO PODEM NÃO SABER NADA AINDA? MEU RESTAURANTE ESTÁ QUEIMANDO E VOCÊS SIMPLESMENTE FICAM AÍ, SEM FAZER NADA!

O policial tentou me acalmar, mas suas palavras eram abafadas pela minha gritaria. Me sentia impotente, meu coração estava em pedaços, e a dor da perda parecia quase insuportável. Enrico se aproximou, tentando manter a calma em meio ao caos.

- Clara, por favor, se acalme - Ele disse com firmeza. - Deixe os policiais fazerem o trabalho deles. Não adianta gritar. Vamos embora e deixar que eles se concentrem na investigação.

Com a respiração ofegante e lágrimas nos olhos, dei um último olhar para o restaurante destruído antes de concordar com um aceno de cabeça. Me afastei, dirigindo-me para casa em silêncio. O peso do que havia acontecido pairava sobre mim, a viagem parecia interminável.

Quando chegamos em casa, Enrico virou-se para mim com uma expressão preocupada.

- O que você tem? - Ele perguntou suavemente.

Olhei para ele, a dor e a raiva transbordando. Comecei a falar, minha voz carregada de emoção.

- Enrico, se o incêndio foi provocado, você já sabe quem foi, não sabe? - A minha voz estava carregada de uma mistura de desespero e fúria.

Enrico tentou responder:

- Eu sei, mas...

Mas não dei espaço para mais explicações. Interrompi, minha voz se elevando:

- ELA DESTRUIU TUDO O QUE EU CONSTRUÍ COM TANTO ESFORÇO! TUDO O QUE EU TRABALHEI PARA CONQUISTAR ESTÁ EM CINZAS AGORA! É COMO SE TODO O SACRIFÍCIO, TODAS AS NOITES SEM DORMIR, TODOS OS MOMENTOS DIFÍCEIS... TUDO TIVESSE SIDO EM VÃO! - Gritei, minha frustração explodindo sem controle:

- Como alguém pode fazer isso? Ela destruiu meu sonho, minha vida! Eu nunca pensei que algo assim pudesse acontecer! E se realmente foi um ato de vandalismo, eles não têm ideia do quanto eles me feriram, do quanto isso significa para mim!

Enrico me abraçou, tentando oferecer algum conforto, mas as minhas palavras ecoavam com uma intensidade devastadora. Continuei a gritar, sem conseguir encontrar paz, enquanto a realidade da situação se estabelecia lentamente na minha mente.

GOSTARAMMMMMM? O CAPÍTULO FICOU UM POUCO PEQUENO, DESCULPA.
BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!

MEU SOGROOnde histórias criam vida. Descubra agora