TIRO

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Cheguei ao chalé em tempo recorde, com o coração acelerado e a mente focada apenas em resgatar Clara. O chalé estava isolado, cercado por árvores, e tinha um ar sinistro. Saí do carro e corri em direção à entrada, ignorando o perigo potencial.

Arrombei a porta com um chute, invadindo o lugar com um grito que ecoou pelo chalé.

- AUGUSTO! - Meu grito era um misto de raiva e desespero. - MOSTRA A CARA, SEU FILHA DA PUTA!

Meus passos eram rápidos e decididos, percorrendo o chalé em busca de qualquer sinal de Clara. O interior estava escuro, e a pouca luz que entrava pelas janelas tornava a atmosfera ainda mais opressiva. Meu coração quase saiu pela boca quando ouvi um gemido fraco vindo do andar de cima.

Subi as escadas dois degraus de cada vez, seguindo o som até uma porta entreaberta. Respirei fundo e empurrei a porta, encontrando uma cena que fez meu sangue gelar. Clara estava acorrentada a uma cama, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Augusto estava ao lado dela, um sorriso cruel estampado no rosto.

- Olha quem chegou, Clara. - A voz de Augusto era um veneno gotejante. - Nosso herói finalmente apareceu.

Enrico sentiu uma onda de desespero e raiva ao ver Clara naquela situação. Ele olhou para ela, seus olhos cheios de dor e determinação.

- Solta ela, Augusto. - Minha voz era firme, mas cheia de súplica. - Deixa ela ir. Ela não tem nada a ver com isso. Ela está grávida. Vamos resolver isso só nós dois.

Augusto riu, um som frio e cruel que fez Enrico tremer de ódio.

- Ah, Enrico, sempre tão protetor. - Ele deu um passo em direção a Clara, acariciando seu rosto com uma mão. - Mas agora é tarde demais. Você sabe que não posso simplesmente deixar isso passar.

Eu dei um passo à frente, tentando manter a calma apesar da situação.

- Augusto, estou pedindo. Solta ela. Eu faço o que você quiser, mas deixa Clara ir. - Minha voz estava carregada de emoção, cada palavra uma súplica desesperada.

Ele parou por um momento, olhando Enrico com um sorriso frio. Seus olhos cintilavam com um prazer sádico enquanto ele considerava as palavras de Enrico. Então, lentamente, ele se abaixou e pegou uma faca que estava sobre a mesa ao lado da cama.

- Você acha que pode negociar comigo, Enrico? - A voz de Augusto era um sussurro ameaçador. Ele segurou a faca com destreza e começou a alisá-la pelo corpo de Clara, começando pelo ombro e descendo lentamente.

Clara choramingou, suas lágrimas se misturando ao suor de pavor em seu rosto. Eu observava, impotente, cada músculo do seu corpo tenso, pronto para atacar a qualquer momento.

- Augusto, por favor... - Minha voz agora era um murmúrio desesperado. - Ela está grávida. Pelo amor de Deus, deixa ela ir.

Ele continuou descendo a faca pelo corpo de Clara, passando pelo seu peito e estômago, até parar na barriga dela. Ele pressionou a ponta da faca levemente contra a pele, fazendo Clara estremecer.

- Grávida, você diz? - Ele sorriu, os olhos fixos em mim. - Isso só torna as coisas mais interessantes, não acha? Mas você sabe, Enrico, que não é só sobre você e ela. É sobre poder. É sobre me vingar.

Sentir um nó na garganta, uma mistura de raiva, medo e desespero. Eu precisava encontrar uma maneira de salvar Clara, de tirá-la daquele inferno.

- Augusto... - Minha voz tremia, mas eu tentava manter a firmeza. - Eu imploro. Pense no bebê. Não precisa ser assim. Podemos resolver isso de outra maneira. Eu farei qualquer coisa.

Augusto inclinou a cabeça, pensativo, ainda acariciando a faca contra a barriga de Clara. Ele parecia estar ponderando as minhas palavras, saboreando cada segundo da tortura psicológica.

MEU SOGROOnde histórias criam vida. Descubra agora