Eu estava no meio de uma reunião importante quando meu celular começou a tocar, quebrando o ritmo da conversa. Olhei para o visor e vi o nome de Clara piscando. Sentindo um pressentimento, atendi imediatamente, tentando manter a calma.
- Enrico, estamos sendo seguidos! - A voz de Clara estava carregada de pânico; podia ouvir o tremor em suas palavras. - Augusto me ligou e agora tem um carro atrás de nós!
A preocupação dela era palpável, e eu tentei manter um tom tranquilo para acalmá-la.
- Clara, vai dar tudo certo. Fica calma. - Tentei ser o mais reconfortante possível, embora meu coração estivesse acelerado.
Antes que ela pudesse responder, uma voz de Marina chamou minha atenção ao fundo da ligação. Mas a comunicação foi interrompida por um som abrupto e ensurdecedor. Senti um frio na espinha quando ouvi uma batida forte. Meu instinto de proteção tomou conta de mim, e imediatamente saí da sala de reunião, interrompendo a discussão em andamento.
- Cancele a reunião! - Ordenei à Esther, sem dar tempo para perguntas. - É urgente, preciso sair agora!
Esther, visivelmente confusa, assentiu rapidamente enquanto eu corria para fora da sala. Peguei o meu carro e acelerei para fora da empresa, a mente cheia de pensamentos caóticos sobre Clara. No caminho, minha preocupação crescia a cada minuto. As ruas pareciam mais longas e o trânsito mais denso. Cada semáforo parecia uma eternidade, e o engarrafamento fez com que o relógio se tornasse meu inimigo.
Finalmente, ao me aproximar de um cruzamento, avistei uma cena que fez meu coração parar. Um acidente de carro havia acontecido à frente, com veículos amassados e uma agitação ao redor. Estacionei rapidamente e saí do carro, correndo em direção ao local do acidente. A visão era aterrorizante: havia uma multidão de pessoas, a polícia estava no local e uma ambulância estava prestes a partir.
Me aproximei, ofegante e com o coração acelerado, e procurei por Clara. A visão da ambulância levando alguém fez com que meu sangue congelasse. Consegui distinguir Marina sendo carregada para dentro da ambulância, e um sentimento de desespero tomou conta de mim.
Aproximei-me de um policial próximo, minha voz embargada e desesperada.
- Havia mais alguém no carro? - Perguntei, com a voz falhando enquanto tentava me manter firme.
O policial olhou para mim com uma expressão grave e confirmou a notícia que eu temia.
- Não, não havia mais ninguém no veículo.
A resposta foi um golpe brutal. Senti a frustração e a raiva se acumularem dentro de mim. Sem conseguir conter a emoção, gritei, minha voz carregada de desespero e frustração.
- CARALHO, não! - Soltei um palavrão em alto e bom som, meu rosto contorcido pela angústia. - PORRA!
Meu grito ecoou ao redor, e senti os olhos de curiosos e policiais voltados para mim. Mas, naquele momento, eu não me importava com nada além da segurança de Clara. Meu coração estava pesado e minha mente estava em turbilhão, tentando processar o que estava acontecendo.
Enquanto a ambulância partia, me senti impotente, mas a determinação de descobrir o que estava acontecendo e garantir que Clara estivesse bem era a única coisa em que conseguia focar. Eu sabia que não poderia ficar ali, esperando. A multidão ao meu redor parecia se mover em câmera lenta enquanto eu tentava reunir meus pensamentos. O som das sirenes da ambulância ainda ecoava nos meus ouvidos, e a visão de Marina sendo levada só intensificava a minha preocupação. Cada segundo contava, e eu precisava agir rápido.
Respirei fundo, tentando clarear a mente e pensar com lógica. Clara estava em perigo, e eu tinha que encontrá-la. Peguei o celular e, com mãos trêmulas, disquei o número dela novamente, na esperança de ouvir sua voz e saber onde ela estava. O toque interminável parecia zombar da minha ansiedade até que, finalmente, a ligação caiu na caixa postal.
Droga!
Precisava de outra abordagem. Rapidamente, liguei para um dos meus contatos de confiança, alguém que poderia me ajudar em situações complicadas.
- Lorenzo, preciso da sua ajuda agora. Minha mulher está em perigo, e eu não sei onde ela está. - Minha voz estava carregada de urgência, sem tempo para formalidades.
Lorenzo, um ex-agente de segurança com habilidades em rastreamento, respondeu prontamente.
- Estou no caso, Enrico. Você tem algo dela que possamos usar para rastrear?
Minha mente correu até o anel de noivado que eu tinha dado a Clara. Ele tinha um dispositivo de rastreamento discreto embutido, uma medida de segurança que eu tinha tomado sem ela saber.
- Sim, tenho. Um anel de noivado que dei a ela tem um rastreador. - Respondi, tentando manter a calma.
Lorenzo concordou rapidamente.
- Ótimo. Me envie o código do rastreador e vou localizá-la imediatamente.
Enviei os detalhes rapidamente e, enquanto esperava a resposta de Lorenzo, decidi voltar ao local do acidente para tentar obter mais informações. Aproximando-me de um dos policiais que estava isolando a área, mostrei minha identificação.
- Sou Enrico, amigo da vítima. Vocês têm alguma pista sobre quem poderia estar seguindo o carro dela? - Minha voz estava firme, apesar do caos interno que sentia.
O policial, um homem de meia-idade com expressão cansada, olhou para mim por um momento antes de responder.
- Estamos investigando. Parece que o carro que causou o acidente fugiu do local. Estamos coletando depoimentos e verificando as câmeras de segurança da área.
Agradeci ao policial e me afastei, minha mente correndo com possibilidades e suspeitas. Augusto tinha ligação com isso, eu tinha certeza. Precisava descobrir o que ele queria e por que estava perseguindo Clara.
Enquanto esperava ansiosamente pelo retorno de Lorenzo, meu celular tocou novamente. O nome de Lorenzo apareceu no visor, trazendo um fio de esperança.
- Enrico, consegui rastrear o anel de Clara. O sinal está fraco, mas parece estar em movimento em direção à um chalé fora da cidade. Vou enviar as coordenadas para você agora.
Recebi a mensagem com a localização e, sem perder tempo, voltei para o carro. Liguei o motor e segui o mais rápido que pude, ignorando as regras de trânsito e qualquer senso de prudência. Cada segundo contava, e eu não poderia deixar Clara à mercê de Augusto.
CONTÍNUO? BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!