QUANDO CHEGUEI AO HOTEL minha cabeça estava cheia de pensamentos. Não sabia ao certo como seria ao chegar no quarto, então em vez de ir direto para lá, fui à procura de alguém que pudesse me ajudar com algo que queria.
— Senhor, a cozinha do hotel está fechada a essa hora. — A funcionária falou pela terceira vez até que um rapaz com um uniforme diferente do dela aparecesse.
— Será que posso ajudá-lo? — Perguntou quando chegou ao meu lado.
— Me casei essa semana e estou aqui a trabalho. Minha esposa está me esperando no quarto há algumas horas e deve estar um pouco zangada. — Contei. — Vocês me ajudariam muito se assassem pelo menos dois croissants doces para que pudesse agradá-la.
Eles se entreolharam por alguns instantes. Cochicharam algo que não pude entender.
— Aguarde vinte minutos no saguão do hotel que iremos preparar. — O rapaz falou por fim.
Eles eram bastante pontuais, na verdade entregaram uma pequena caixinha com dois belos croissants decorados dentro delas.
— Agradeço imensamente pela ajuda. — Falei satisfeito.
Procurei pelo dinheiro que deixava dentro do blazer e entreguei cinquenta euros para cada em agradecimento. Ambos ficaram animados com a quantia.
— Tenham uma boa noite. — Desejei seguindo com a minha encomenda para o elevador.
Antes de abrir a porta utilizando o cartão magnético, ensaiei diversas vezes o que iria dizer. Acreditava que não havia mais o que dizer, mas provavelmente teria que pedir desculpas mais algumas vezes.
Vasculhei o quarto a procura de Kate e não encontrei. Quando percebi as cortinas se movimentando pelo vento, imaginei que ela estaria na sacada.
Katherine estava utilizando uma camisola do que me parecia cetim. Novamente havia muita pele amostra.
— Kate? — A chamei, fazendo com que se virasse lentamente para me olhar.
— Achei que não voltaria hoje. — Falou seriamente.
— Por que eu não voltaria? — Perguntei mesmo sabendo sua resposta.