CAP | 18

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por Katherine Eastwood

QUANDO TOMEI A DECISÃO DE retornar para o Estados Unidos, decidida que estava na hora de ter alguém ao meu lado neste momento e não mais fazer tudo sozinha como estava fazendo, imaginei ser uma decisão sábia.

Ao meu ver seria melhor tanto para a minha saúde mental, em ter pessoas que gostava ao meu lado em um momento tão delicado como uma gestação, principalmente sendo ela a minha primeira. Sem contar que estaria próxima a minha família e de Liam.

Não queria que ele se sentisse pressionado a assumir a responsabilidade de ser o pai desse bebê, apesar de entender que ela nasceria em sua casa por alguns meses. Teríamos que nos adaptar a uma vida com um recém nascido. E por mais que não fosse sua obrigação, algo em meu coração dizia que ele seria uma presença positiva para o bebê.

Meu estômago estava revirando dentro da minha barriga e não sabia identificar se aquele era um simples enjoo por estar grávida ou se estava ansiosa e nervosa para ver a reação de Liam quando eu batesse em sua porta.

As condições climáticas foram avisadas pelo piloto antes mesmo que chegássemos ao solo. Ele explicou que seria um pouso um tanto desconfortável pela má visualização ao pousar.

Apesar do avião ter se remexido durante a descida e eu ter cravado as minhas unhas na poltrona, não fora nada mais que isso.

O tempo estava de fato péssimo do lado de fora

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O tempo estava de fato péssimo do lado de fora. Ainda teria que aguardar as minhas malas que estavam sendo retiradas da aeronave.

Estava horrível para conseguir um táxi que me levasse até a casa de Liam. O trajeto que era para levar cerca de vinte minutos se transformou em quarenta por conta do caos da chuva. O trânsito estava difícil, principalmente nas redondezas do aeroporto.

As luzes da casa de Liam estavam acesas, o seu carro estava na garagem, indicando que estava em casa. O motorista do carro me ajudou a deixar as malas próximo da porta, mas naquela altura eu já estava completamente encharcada.

Toquei a campainha duas vezes e não demorou para que a porta fosse aberta. Infelizmente não fui recepcionada por quem esperava e sim pela assistente de Liam.

Ela utilizava uma camiseta clara que havia deixado na casa dos pais dele, afinal, não havia levado tudo que era meu para o Canadá. O tecido cobria até suas coxas que estavam cobertas pelo que me parecia uma bermuda jeans que também era minha.

O que aquela mulher estava fazendo na casa do meu marido a essa hora de uma sexta-feira à noite utilizando as minhas roupas? E por que seu cabelo estava molhado como se acabara de tomar banho.

Ouvi a voz de Liam se estender pela casa até que ele nos alcançasse na porta da entrada.

— Kate? — A sua voz quase não saiu.

— Voltei em um momento ruim? — Perguntei tentando controlar meus sentimentos, a verdade era que uma pontada de ciúmes estava surgindo dentro de mim e não queria demonstrar ali.

— Jamais, entre, por favor. — Pediu ao puxar minhas malas para dentro.

Não me importei em estar sujando o chão da casa que provavelmente eu teria que limpar depois. Mas onde pisava deixava rastros da tempestade lá fora.

— Esta é a Emma, minha nova assistente. — Apresentou-a. — Essa é a minha esposa Katherine, como falei.

Educadamente ela estendeu sua mão em minha direção e eu a apartei. Mais uma vez tentei deixar meus sentimentos de lado e tentar ter uma boa postura diante dela.

— Que tal você tomar um banho e colocar roupas quentes para jantar conosco? — Perguntou e era evidente que estava nervoso com a situação.

Antes de me retirar da sala, dei uma última analisada em sua assistente que estava desconfortável com a minha presença.

Eu nunca saberia o que estavam de fato fazendo ali, só me restaria acreditar no que Liam provavelmente justificaria depois.

Ele me auxiliou com as malas e as deixou em seu quarto, ou melhor, nosso quarto. Iríamos dormir juntos?

Mesmo nunca ter vindo em sua casa nova antes, sabia que ali era o seu quarto porque havia algumas peças de roupas jogadas e seu laptop estava sobre a cama.

— Vejo vocês em alguns minutos. — Foi o que eu disse ao bater a porta do banheiro com força.

Como fora diferente a minha chegada do que imaginei que seria. Com certeza eu estava sonhando quando imaginei tudo diferente em minha cabeça. Àquelas atendentes me fizeram entrar no mundo da lua.

O que eu queria? Chegar em casa após três meses fora e esperar que Liam estivesse esperando por mim? Que seus sentimentos fossem os mesmos de quando fui embora? Que o desejo entre nós dois fosse igual ao dia que passamos juntos em Paris?

Quem eu estava querendo enganar?

Aproveitei para derramar algumas lágrimas durante o banho, mas dessa vez as sentir ser ainda mais de raiva do que de tristeza.

Precisava colocar em minha cabeça de uma vez por todas que esse casamento era uma farsa.

Não encontrei ninguém na cozinha quando desci, mas resolvi esperar na bancada o seu retorno. Senti braços me envolverem e rapidamente me virei para abraçá-lo.

Por mais que estivesse chateada, ansiava por aquele abraço. Ansiava por aquela sensação de segurança e aconchego que ele me causava.

— Desculpe atrapalhar o seu encontro. — Desculpei-me mas sem um pingo de sinceridade. Em pensamento agradeci por ela ter decidido ir embora.

Ele riu com a minha fala, achando engraçado meu jeito de mentir, talvez soubesse que eu não estava lá sendo muito sincera.

— Estávamos voltando de viagem, o pneu furou aqui perto e a chuva estava muito intensa, por questões de segurança decidimos parar aqui. — Explicou rapidamente, o que me fez revirar os olhos. A verdade era que ao mesmo tempo que queria saber porque estavam os dois juntos ali, não queria escuta-lo se justificar.

— E Brandon? — Perguntei ao lembrar que seu amigo deveria estar ali também.

— Liberei ele para acompanhar a Amber em um compromisso. — Respondeu tranquilamente enquanto atravessava o balcão para pegar a comida que estava sobre o fogão.

Concordei com um simples "uhum" que o fez me olhar desconfiado, mas ao mesmo tempo com um olhar divertido.

Estava faminta e a menina dentro de mim também deveria estar desejando novos nutrientes. Aquele me parecia uma massa deliciosa e agradeci mentalmente por Emma ter ido embora e ter sobrado mais para que eu pudesse repetir.

Liam me olhava admirado realizando aquela refeição como se fosse o último alimento na terra.

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