CAP | 16

28 2 0
                                    

por Katherine Eastwood

TODOS OS MEUS DIAS NO CANADÁ pareciam terrivelmente iguais. Frios, silenciosos e sem graça. Apesar de encontrar muitos rostos conhecidos de quando precisei fazer o intercâmbio, era como se estivesse no meio de estranhos.

A primeira semana fora de longe a pior de todas. Até que meu cérebro assimilasse que eu havia engravidado do meu ex-noivo com quem havia planejado me casar e construir uma família, mas que havia jogado tudo isso fora por desejos carnais, levou dias.

Isso me desestabilizou. Logo eu, que sempre me acostumei a organizar e planejar todos os meus planos e desejos. Agora me encontrava com uma gravidez indesejada.

Parte de mim me odiava por pensar dessa forma. Sentia vontade de me auto sabotar ao pensar assim.

Não posso dizer que abortar não me veio na mente, porque estaria mentindo. Mas jamais conseguiria ser fria ao ponto de ir até uma clínica e cometer este ano, por imprudência minha.

Não era como se eu houvesse sido estuprada ou abusada. Havia sido um ato consentido. Eu só tive o azar de nesse pequeno descuido ter engravidado do Oliver.

Quem me dera houvesse esperado por mais algumas semanas, talvez não estivesse me sentindo tão mal se Liam fosse realmente o pai.

Me preocupava muito o fato de ter o deixado em outro país quando estávamos iniciando um possível relacionamento. Detestei me manter fria e ausente em sua vida, como se não me importasse com o que iniciamos antes da minha partida.

Apesar de responder brevemente suas mensagens, sem dar muitas informações do que estava acontecendo por aqui, via tudo que estava acontecendo do lado de lá. Tanto pela televisão, quanto pelos sites de notícias.

Não pude deixar de notar a mulher deslumbrante que havia o acompanhado em um evento da sua empresa há dois meses atrás. Me incomodou o fato de Ethan ter sido substituído por uma pessoa do sexo oposto, e que ainda por cima era muito bonita e educada.

Encarei a tela da máquina do ultrassom, estava no quarto mês da gestação e aos poucos minha barriga dava sinais que agora não estava mais sozinha.

A médica me perguntou se eu tinha preferência pelo sexo do bebê e se eu dissesse que nem ao menos desejei estar grávida?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A médica me perguntou se eu tinha preferência pelo sexo do bebê e se eu dissesse que nem ao menos desejei estar grávida?

O que seria mais fácil? Seria mais fácil criar um menino ou uma menina? O que me traria menos traumas? Será que se viesse um menino ele seria igual Oliver fisicamente?

Meu medo era que viesse uma cópia do meu ex-noivo, isso dificultaria muito as coisas, principalmente no meio em que trabalhávamos. Nossas famílias estavam o tempo todo em manchetes.

Mas conforme os meses se passavam estava me adaptando a ideia e tentando amenizar o que de primeiro momento me pareceu um pesadelo.

— A doutora já consegue ver o que é? — Perguntei curiosa sem entender nada naquela imagem preta e branca.

Case-se comigo!Onde histórias criam vida. Descubra agora