Capítulo 6

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Marília selou seus lábios nos de Maraisa num selinho assim que finalizaram o beijo. A mesma sorriu e a loira colou sua testa na de Maraisa enquanto entrelaçavam as mãos.

– Volta pra mim? – Marília perguntou sorrindo.

– Sim!! – exclamou. – Na verdade, só estou voltando para o meu lugar... O lugar da onde eu nunca deveria ter saído.

– Eu te amo muito! Meu amor por você só cresce a cada dia. Eu nunca deixei de te amar, Maraisa. – Marília disse, selando seus lábios no dela novamente.

– Eu também te amo muito! Desculpa por tudo! – Maraisa disse sorrindo em meio aos beijos e pulando no colo da loira para abraçá-la.

– Agora nós vamos ficar juntas, firmes e fortes para encontrar nossa filha! – disse, afagando os cabelos dela.

– É tudo que eu mais quero!

– Eu estou muito feliz por isso, meu amor. Todos esses anos. Você sempre esteve tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Mas agora você está aqui. Te amo, minha baixinha! Nós vamos ser muito felizes, vou fazer o possível e o impossível para isso acontecer. – Marília falou a apertando forte em seus braços.

– Obrigada por nunca ter desistido... Você é a minha âncora, Marília, em todos esses anos foi você que me deu forças pra continuar... Em meio a tempestade você foi a minha calmaria, sempre ali do meu lado. Eu te amo! Te amo muito! – disse, depositando um beijo na bochecha da loira.

A professora se aconchegou nos braços da sua mulher e assim permaneceram por um bom tempo, sempre trocando carícias a fim de matarem a saudade que sentiam uma da outra.

[...]

Não muito longe dali, Maria havia acabado de tomar seu banho. Solange, sua babá, a ajudou com seus cabelos.

Maria insistiu para que a senhora brincasse um pouco com ela, até que a mesma acabou aceitando.

Depois do jantar, as duas sentaram-se no tapete do quarto da menina para brincarem.

– Tia... Por que você tá triste? – Maria perguntou enquanto penteava o cabelo de sua barbie.

– Não estou triste não, Maria. Só me sentindo muito cansada. – ela disse, levando uma das mãos nas costas após sentir uma pontada.

Maria encarou sua babá e se sentiu mal em forçá-la a brincar com ela, pois ela parecia não estar bem.

– Vem, tia Sol. Vem deitar na minha cama, outro dia a gente brinca. – a pequena disse ficando de pé e estendendo o braço para ajudar a senhora a se levantar.

– Não precisa não, querida. Eu estou bem. – Solange disse ficando de pé com a ajuda de Maria.

– Então deita aqui comigo e me conta uma das suas histórias. Por favorzinho, tia? – a garotinha pediu com os olhos brilhantes.

– Está bem, Maria. Vamos deitar, mas é só uma história, ok? Depois eu preciso ir embora. – Solange disse encarando a menina.

– Tá bom, eu prometo que é só uma, tia. – a pequena respondeu sorrindo.

Logo, as duas deitaram na cama de Maria e Solange deu início a sua história.

A mulher contava coisas que já havia acontecido em sua vida e Maria adorava ouvir as histórias.

– Maria? – Solange chamou.

– Oi? – respondeu sonolenta.

– Olha... Eu sei que eu não sou a pessoa mais paciente do mundo com você, e que já te dei várias broncas também. Mas dá um desconto pra tia, né? Eu já estou velha e cansada. Mas olha, querida, eu cuidei de você desde que você ainda era um bebê, e por mais que eu não seja tão boa em demonstrar, eu amo você, minha menina. – disse, afagando os cabelos da garotinha que abriu um lindo sorriso ao ouvir as palavras dela.

– Eu te amo, tia Sol. Eu gosto muito de ficar com você. Você é legal! E sempre vai ser minha babá. Por favor, tia.. Você promete que não vai sair de perto de mim? Eu não quero ficar com a mamãe, ela é ruim.

– Querida, não fale assim. É só o jeito da sua mãe. E você tem o seu pai, lembra? Ele é legal com você. – a mulher acariciava os cabelos loiros da pequena.

– Tia, ele só viaja e quando ele tá aqui ele nem fala muito comigo. Eu só tenho você, e agora tenho a tia Maraisa também. – Maria suspirou, era difícil não ter o amor dos pais.

– Tá vendo? Você tem pessoas legais perto de você sim! Querida, veja sempre o lado bom das coisas. Desde que você começou a ir pra escola, você não para de falar da sua professora. Ela parece ser uma boa pessoa mesmo. – a babá sorria enquanto falava.

– Ela é muito legal, tia. – Maria sorriu ao lembrar de Maraisa.

– Que bom, meu amor.

– Tia? Você promete que não vai me deixar? – Maria perguntou com medo.

– Querida, prometer é algo muito sério. Mas eu vou fazer o possível pra estar do seu lado sempre, está bem? Agora está na hora de você dormir, já já sua mãe passa aqui no seu quarto e se ela ver você acordada, já sabe.

– Tá bom, tia. Boa noite! – a menina disse já bocejando devido ao sono.

– Boa noite, minha menina. E não se esqueça, mesmo a tia não demonstrando, eu amo você!

– Eu também te amo, tia Sol! – Maria falou e se entregou de vez ao sono.

Solange depositou um beijo nos cabelos da menina e a cobriu. Tinha muita dó daquela criança. Do que adiantava morar em uma casa bonita, estudar em uma escola boa, ter as melhores roupas e brinquedos se ela não tinha o amor dos próprios pais?

Ela esperava que aquela criança pudesse ser feliz um dia. Pois ela sabia que Maria, mesmo sorrindo, era uma criança triste, e que mesmo tão nova, carregava um vazio em seu pequeno coração.

[...]

No dia seguinte, Maraisa acordou sentindo um peso em cima dela. Assim que olhou em volta, viu Marília com o braço em cima de seu corpo, a mesma dormia tranquilamente.

A morena olhou em volta. Os dois estavam na sala de sua casa, a televisão estava ligada. Thor, seu cachorro, estava encarando as duas.

Assim que viu a dona acordada, começou a fazer graça, rodopiando atrás de seu rabo na tentativa de informar que estava com fome.

– Mas não é possível que a gente tenha pegado no sono em um sofá de novo. – a professora disse sem conseguir esconder o sorriso.

Com cuidado, afastou o braço de Marília do seu corpo e se levantou.

– Bom dia, amor! Desculpa a mamãe ter esquecido de passear com você... Vem, vamos comer. – disse pegando o cachorro no colo e indo em direção á cozinha.

Depois que colocou a comida de Thor, a morena foi preparar o café da manhã.

A mesma ria a toa enquanto preparava algumas torradas. Pelo menos algum motivo pra sorrir ela tinha novamente. Ela estava imensamente feliz por ter voltado com Marília.

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I Won't Give Up - Malila G!POnde histórias criam vida. Descubra agora