Capítulo 8

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– Maria, acorda, garota. – Naiara gritou enquanto sacudia a garotinha sem gentileza alguma na tentiva de acordar a menina.

– Oi? – a garotinha levantou-se assustada.

– Já é meio dia! Levanta e vai se arrumar pra ir pra escola. Você já tá atrasada. – Naiara disse com raiva.

– Cadê a tia Sol?

– Teve que sair. – Naiara disse e deu as costas, saindo do quarto.

Maria coçou os olhos verdes na tentiva de despertar e se levantou. Caminhou até o banheiro de seu quarto e tomou um banho, se atrapalhando um pouco com seus cabelos deixando que a água do chuveiro molhasse as pontas do mesmo.

Aproveitou também para escovar os dentes. Assim que terminou o banho, Maria vestiu seu uniforme e calçou seus tênis.

Antes de pegar a mochila cor de rosa pendurada no cabide, olhou-se no espelho e percebeu que seu cabelo estava bagunçado.

A garotinha balançou a cabeça em negação sem gostar do que estava vendo e correu em direção ao banheiro para tentar dar um jeito. Pegou a escova e quando começou a pentear, Naiara apareceu na porta gritando.

– Você acha que eu tô brincando com você, garota? Você quer mesmo apanhar a essa hora do dia? Anda logo, nós temos que ir!

– Mamãe, me ajuda a arrumar meu cabelo. – a garotinha murmurou enquanto Naiara a puxava pelo braço.

– Não dá tempo. Anda logo, Maria. Caramba! – gritou, pegando a mochila pendurada no cabide e arrastando a menina para fora do quarto.

– Mas eu não quero ir assim... Tá muito feio. – Maria choramingou, já descendo as escadas.

– Dá pra calar essa boca? Pro carro! Agora! – a mulher apontou em direção à garagem assim que chegaram no andar debaixo.

– Eu não vou nem almoçar antes? – Maria perguntou.

– Não dá tempo! Vamos!

– Mas eu tô com fome, mamãe. – a menina debateu, sentindo seu estômago roncar.

– Vai ficar com fome pra aprender. Quem mandou acordar tarde? Você acha o que? Que eu não tenho nada pra fazer? Eu trabalho, inferno! – Naiara gritou empurrando a garotinha em direção para a garagem.

Quando já estavam no carro, a caminho da escola, Maria fungava e chorava baixinho no banco de trás sentada em sua cadeirinha.

– Engole esse choro agora. Se não, eu juro que paro esse carro e te bato. – a mulher berrou batendo no volante e lançando um olhar fulminante para a menina através do retrovisor.

Maria suspirou fundo e resolveu parar de chorar. Passou as duas mãozinhas pelo rosto e limpou as lágrimas que caíam de seus olhos.

Minutos depois, Maria já estava na escola. A garotinha caminhou pelos corredores cabisbaixa com a mochila nas costas até a sala de aula.

Observou pais e mães levando seus filhos felizes até a sala e sentiu-se triste e sozinha.

Assim que chegou em sua sala, Maraisa estava na porta radiante recebendo seus alunos. A professora percebeu que a garotinha não estava bem, seu rostinho estava marcado pelas lágrimas, os olhos vermelhos denunciavam um choro recente.

– O que foi, meu amor? Tá tudo bem com você? – Maraisa perguntou preocupada, se abaixando para ficar na altura de Maria.

– Tá sim, tia. Já passou. – a menina respondeu cabisbaixa.

– Depois a gente conversa! Dá aqui um abraço na tia e vai sentar, tá? A aula já vai começar. – disse, puxando a menina para um abraço apertado.

I Won't Give Up - Malila G!POnde histórias criam vida. Descubra agora