Capítulo 17.
★ Lockhart:Altografo.
Desde o desastroso episódio com os diabretes, o Prof. Lockhart não trouxe mais seres vivos para a aula. Em vez disso, lia trechos dos seus livros para os alunos e, por vezes, dramatizava algumas passagens mais pitorescas. Em geral, ele me escolhia para ajudá-lo nessas dramatizações; até aquele momento fui obrigado a representar um camponês simplório da Transilvânia, de quem Lockhart curara um feitiço de gagueira, um iéti com um resfriado na cabeça e um vampiro que se tornara incapaz de comer outra coisa a não ser alface, depois que Lockhart dera um jeito nele.
Fui chamado à frente da classe na aula seguinte de Defesa Contra as Artes das Trevas, desta vez para representar um lobisomem. Se não tivesse uma boa razão para deixar Lockhart de bom humor, ele teria se recusado.
— Um belo uivo, Harry, exato, e então, queiram acreditar, eu saltei sobre ele, assim, joguei-o contra a porta, assim, consegui contê-lo com uma das mãos, com a outra apontei a varinha para o pescoço dele, e então reuni toda a força que me restava e lancei o Feitiço Homorfo, muitíssimo complicado, e ele soltou um gemido de dar pena… vamos, Harry, mais alto, bom, o pelo dele desapareceu, as presas encurtaram, e ele voltou a virar homem. Simples, mas eficiente, e mais uma aldeia que se lembrará de mim para sempre como o herói que os salvou do terror mensal dos ataques de lobisomem.
A sineta tocou, para o meu agrado, eu já havia pensado em centenas de formas de matá-lo com a pena que estava próximo ao maldito livro no qual estávamos ensebados, ou em usar um dos castiçais que estava mais acima. Lockhart ficou em pé num salto.
— Dever de casa… compor um poema sobre a minha vitória sobre o lobisomem de Wagga Wagga!
Exemplares autografados de O meu mágico para o autor do melhor trabalho!
Os alunos começaram a sair. Voltei ao fundo da sala, onde Ronald e Hermione esperavam.
— Prontos? — murmurou.
— Espere até todos saírem — pediu Hermione, nervosa. — Certo…
Ela se aproximou da mesa de Lockhart, um papelzinho seguro firmemente na mão, Ronald e eu logo atrás.
— Ah… Prof. Lockhart? — gaguejou Hermione. — Eu queria… retirar este livro da biblioteca. Só para ter uma ideia geral do assunto. — Ela estendeu o papelzinho, a mão ligeiramente trêmula. – Mas o problema é que ele é guardado na Seção Reservada da biblioteca, então preciso que um professor autorize. Tenho certeza de que o livro me ajudaria a entender o que o senhor diz em Como se divertir com vampiros sobre os venenos de ação retardada…
— Ah, como se divertir com vampiros! — exclamou Lockhart apanhando o papelzinho de Hermione e lhe dando um grande sorriso. — É Possivelmente o livro de que mais gosto. Você gostou?
— Gostei — disse Hermione depressa. — Muito esperto o modo com que o senhor apanhou aquele último, com o coador de chá…
— Bem, tenho certeza de que ninguém vai se importar que eu dê à melhor aluna do ano uma ajudinha extra — disse Lockhart calorosamente, e puxou uma enorme pena de pavão. — Bonita, não é? — disse ele, interpretando mal a expressão de indignação no rosto de Ronald. — Em geral, eu a uso para autografar livros.
Ele rabiscou uma enorme assinatura cheia de floreios no papel e devolveu-o a Hermione.
— Então, Harry — disse Lockhart, enquanto Hermione dobrava o papel com dedos nervosos e o guardava na mochila. — Creio que amanhã é a primeira partida de quadribol da temporada. Grifinória contra Sonserina, não é? Ouvi dizer que você é um jogador muito útil. Eu também fui apanhador.
Convidaram-me para tentar a seleção nacional, mas preferi dedicar minha vida à erradicação das Forças das Trevas. Ainda assim, se algum dia você achar que precisa de um treino pessoal, não hesite em me pedir. Fico sempre feliz de passar minha experiência a jogadores menos capazes…
Preferir sair sem argumentar.Em minutos entramos na quietude abafada da biblioteca. Madame Pince, a bibliotecária, era uma mulher magra e irritável que parecia um urubu subnutrido.
— Poções muy potentes? — repetiu ela desconfiada, tentando tirar a autorização da mão de Hermione; mas a garota não deixou.
— Eu pensei que talvez pudesse guardar a autorização — disse Hermione ofegante.
— Ah, qual é? — protestou Ronald, arrancando a autorização da mão dela e entregando-a à Madame Pince.
— Nós lhe arranjamos outro autógrafo. Lockhart assina qualquer coisa que fique parada tempo suficiente.
Madame Pince ergueu o papel contra a luz, como se estivesse decidida a descobrir uma falsificação, mas a autorização passou no teste. Ela desapareceu silenciosamente entre as estantes altas e voltou vários minutos depois trazendo um livro grande de aparência mofada. Hermione guardou-o cuidadosamente na mochila e os três foram embora, procurando não andar demasiado rápido nem parecer muito culpados.
Cinco minutos depois, estavam barricados mais uma vez no banheiro interditado da Murta Que Geme.
Hermione vencera as objeções de Ronald, lembrando que seria o último lugar em que alguém sensato iria, e com isso garantiram alguma privacidade. Murta Que Geme chorava alto no seu boxe, mas eles não lhe prestavam atenção nem a fantasma aos garotos.
Hermione abriu o Poções muy potentes com cuidado, e se debruçou sobre as páginas manchadas de umidade. Era claro, ao primeiro olhar, a razão por que o livro pertencia à Seção Reservada. Algumas das poções produziam efeitos medonhos demais só de se imaginar, e havia algumas ilustrações muito impressionantes, que incluíam um homem que parecia ter virado do avesso e uma Maegi com vários pares de braço que saíam da cabeça.
— Aqui! — exclamou, excitada, ao encontrar a página intitulada A Poção Polissuco. Estava decorada com desenhos de pessoas a meio caminho de se transformarem em outras.
— Esta é a poção mais complicada que já vi — disse Hermione quando examinavam a receita. — Hemeróbios, sanguessugas, descurâinia e sanguinária — murmurou ela, correndo o dedo pela lista de ingredientes. — Bem, esses são bem fáceis, estão no armário dos alunos, podemos tirar o que precisarmos… Ih, olhem só isso, pó de chifre de bicórnio, não sei onde proponho arranjarmos isso… pele de araramboia picada, essa será uma fria também… e, é claro, um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar.
— Dá para repetir isso? — perguntou Ronald ríspido. — Que é que você quer dizer com um pedacinho da pessoa em quem quisermos nos transformar? Não tomarei nada que tenha unhas do pé de Crabbe
dentro…
Hermione continuou como se não tivesse ouvido o amigo.
— Ainda não temos que nos preocupar com isso, porque os pedacinhos só entram no fim…
— Você percebe quanta coisa vamos ter que roubar, hermione? Pele de araramboia picada, decididamente, não está no armário dos alunos. Que vamos fazer, assaltar o estoque particular de Snape? Não sei se é uma boa ideia…
Hermione fechou o livro com força.
— Bem, se vocês dois vão amarelar, ótimo. – Seu rosto se malhara de vermelho vivo e os olhos cintilavam mais do que o normal. — Eu não quero desrespeitar o regulamento, vocês sabem muito bem.
Acho que ameaçar gente que nasceu trouxa é muito mais sério do que preparar uma poção difícil. Mas se vocês não querem descobrir se é o Draco, eu vou direto à Madame Pince agora mesmo e devolvo o livro, e...
— Eu nunca pensei que veria o dia em que você nos convenceria a desrespeitar o regulamento — disse Ronald. — Muito bem, nós topamos. Mas unhas dos pés não, está bem?
— E quanto tempo vai levar para preparar a poção? — perguntou enquanto Hermione abria o livro.
– Bom, uma vez que a descurainia tem que ser colhida na lua cheia e os hemeróbios precisam cozinhar durante vinte e um dias... eu diria que vai levar mais ou menos um mês para ficar pronta, se conseguirmos todos os ingredientes.
— Um mês?! — exclamou Ronald. — Até lá, Draco poderia atacar metade dos nascidos trouxas na escola! —
Mas os olhos de Hermione tornaram a se estreitar perigosamente e ela acrescentou depressa:
— Mas é o melhor plano que temos, portanto, vamos tocar para a frente o mais rápido possível!
No entanto, quando Hermione foi verificar se a barra estava limpa para eles saírem do banheiro, Ronald cochichou para mim:
— Daria muito menos trabalho se você simplesmente derrubasse Draco da vassoura amanhã. — Eu o ignorei, franzindo o rosto com uma afirmação tão nojenta.
Acordei cedo no sábado e continuei deitado por algum tempo, pensando na partida de quadribol que se aproximava. Ainda não sei o que fazer com a câmara e o falso herdeiro, seria simplesmente mais fácil se eu recuperasse completamente as minhas memórias, assim não cometeria erros e saberia o que fazer a seguir. Viver assim é pior do que viver sem saber de nada, pelo menos se eu não soubesse de nada, a minha única preocupação seria ganhar o jogo de hoje.
Me levantei e vesti o uniforme para logo descer para tomar café e já encontrei o resto dos jogadores da Grifinória sentados juntos à mesa comprida e vazia, todos parecendo nervosos e falando muito pouco.
À medida que as onze horas se aproximaram, a escola inteira começou a tomar o caminho do estádio de quadribol. Fazia um dia mormacento com sinais de trovoada no ar. Ronald e Hermione vieram correndo me desejando boa sorte quando eu ia entrando no vestiário. O time vestiu os uniformes vermelhos da Grifinória e depois se sentou para ouvir a preleção que Wood sempre fazia antes do jogo.
— Hoje, Sonserina tem vassouras melhores que nós — começou ele. — Não adianta negar. Mas temos jogadores melhores nas nossas vassouras. Treinamos com maior garra do que eles, estivemos no ar fosse qual fosse o tempo… — (“Quem duvida”, murmurou Jorge Wesley. “Não sei o que é estar seco desde agosto.”) — … e vamos fazer com que eles se arrependam do dia em que deixaram aquele trapaceiro do Draco pagar para entrar no time. Isso se ele não tiver pagado, sussurrei, o peito arfando de emoção, Wood virou-se para mim, e minha pressão desceu e muito.
— Vai depender de você, Harry, mostrar a eles que um apanhador tem que ter mais do que um pai rico.
Chegue ao pomo antes de Draco ou morra tentando, porque temos que vencer hoje, é muito simples.
— Por isso, nada de pressioná-lo, Harry — disse Fred piscando o olho.
Quando entraram no campo, foram saudados por um vozeirão, muitos vivas, porque a Corvinal e a Lufa-Lufa estavam ansiosas para ver a Sonserina derrotada, mas os alunos da Sonserina nas arquibancadas vaiaram e assobiaram, também. Madame Hooch, a professora de quadribol, mandou Flint e Wood se apertarem as mãos, o que eles fizeram, lançando um ao outro olhares ameaçadores e pondo mais força no aperto que era necessário.
— Quando eu apitar — disse Madame Hooch. — Três… dois… um…
Com um rugido de incentivo das arquibancadas, os catorze jogadores subiram em direção ao céu carregado. Dei algumas voltas tranquilas ao redor do campo o mais alto que pude, e às vezes apertando os olhos à procura do pomo.
— Tudo bem aí, ô Cicatriz? — Berrou Draco, passando por baixo de mim. — Onde conseguiu essa vassoura? Quer dizer, que o time grifinorio estava tão desesperado que fez uma vaquinha para tentar conseguir pelo menos uma para o apanhador — falou sorrindo — um belo ato de desespero da…
— Olá, Dray! Acho que Você esqueceu que os Potter são tão ricos quanto os Zabini ou os Parkinsons. A única diferença é que ficamos inativos nos últimos doze anos, mas isso não deixou nossos cofres vazios. —Fiz malabarismos ao redor dele enquanto continuava. — Tenho dinheiro suficiente para comprar vassouras de 2001 para os quatro times, mas simplesmente não tenho vontade. — Por alguns segundos, achei que vi surpresa no rosto de Draco, mas não tivemos tempo para mais conversa, pois o pomo passou voando entre nós..
Mas naquele mesmo instante, um pesado balaço negro veio voando a toda em minha direção; eu o evitei por tão pouco que senti o balaço arrepiar seus cabelos ao passar.
— Esse foi por um triz, Harry! — disse Jorge, emparelhando com ele de bastão na mão, pronto para rebater o balaço para os lados do Draco, que desviou por pouco com cara feia. Mas o balaço mudou de rumo em pleno ar e tornou a voar direto para mim. Eu deveria matar o Dobby. mergulhei depressa para evitá-lo, e Jorge conseguiu atingir o balaço com força na direção de Draco de novo. Qual o problema deles? Mais uma vez, o balaço voltou como um bumerangue e disparou contra minha cabeça.
Imprimi velocidade à vassoura e voei para o outro extremo do campo. Ouvia o assobio do balaço vindo em meu encalço. O que faço para me livrar dele?
Fred Weasley aguardava o balaço no outro extremo. Me abaixei quando Fred rebateu o balaço com toda força, desviando-o de curso.
— Peguei você! — berrou Fred alegremente, mas estava enganado; magneticamente atraído para mim, o balaço saiu atrás dele outra vez, e eu fui forçado a voar a toda velocidade.
Começara a chover; senti grossos pingos de chuva caírem em meu rosto, molhando meus óculos.
Não tinha a menor ideia do que estava acontecendo no jogo até ouvir Lino Jordan, locutor da partida, dizer: “Sonserina na liderança, sessenta a zero…”
As vassouras superiores da Sonserina obviamente estavam dando conta do recado, enquanto o balaço furioso estava fazendo o possível para me tirar do ar. Fred e Jorge agora voavam tão junto de mim, um de cada lado, que eu não via nada, exceto braços se agitando no ar e não tinha chance de procurar o pomo, muito menos de apanhá-lo.
— Alguém… alterou… esse… balaço… — rosnou Fred, brandindo o bastão com toda força quando o balaço desfechou um novo ataque contra mim.
— Precisamos de tempo — disse Jorge, tentando simultaneamente fazer sinal a Wood e impedir o balaço de quebrar meu nariz.
Wood obviamente entendera o sinal. O apito de Madame Hooch soou e eu. Fred e Jorge mergulharam-se até o chão, ainda tentando evitar o balaço maluco.
— Que está acontecendo? — perguntou Wood quando o time da Grifinória se reuniu à sua volta ao som das vaias da Sonserina. — Estamos sendo arrasados. Fred, Jorge, onde é que vocês estavam quando aquele balaço impediu Angelina de fazer gol?
— Estávamos seis metros acima dela, impedindo outro balaço de matar Harry, Olívio — respondeu Jorge aborrecido. — Alguém alterou aquele balaço, ele não deixa o Harry em paz. E não tentou pegar mais ninguém o tempo todo. O pessoal da Sonserina deve ter feito alguma coisa com ele.
— Eles não fizeram — falei, mas ninguém deu ouvidos.Obrigado pela atenção ☺️
Beijos 😙😘
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Harry Potter: E Se a Morte Fosse Apenas o Começo?
FanfictionEscrito por Monkey D. Sally "Um vilão é apenas uma vítima cuja a história não foi contada" Quem é Harry Potter? [...] o problema Mione, é que ninguém sabe quem é Harry Potter de verdade, eles só sabem o que os livros e as histórias contadas pelas pe...